Sexta-Feira, 12 de Novembro de 2010

Sobram vagas no mercado para matemáticos

Profissional pode trabalhar como professor universitário ou no Ensino Médio e secundário; em empresas salário varia entre R$3 e R$5 mil

  • Foto: Débora André Sobram vagas no mercado para matemáticos Egresso de Matemática da Unoeste, Edinilson Sales Ramos é coordenador nacional de Merchandising da Regina Festas
Se digitar ‘ofertas de empregos para matemáticos’ no Google vai gastar um bom tempo conferindo os 1.080.000 resultados da pesquisa. Nada mal para a ciência dos números. Sobretudo, sobram vagas nos cursos de graduação e no mercado de trabalho, é o que afirma João Lucas Barbosa, presidente da Sociedade Brasileira de Matemática, pós-doutor pela Universidade de Stanford. Derrubar o mito de que a matemática é o bicho de sete cabeças para a maioria dos estudantes, depende muito do que afirmam os docentes e da metodologia utilizada em sala de aula. Segundo João, todas as ciências estão evoluindo e usam cada vez mais a matemática. “Quem consegue aprender a matemática considera que ela é a ciência mais fácil do mundo. E por uma razão muito simples: na matemática você não precisa decorar nada. É uma ciência lógica, você deduz tudo. E ela é uma linguagem. A linguagem das ciências. No vestibular, os alunos se dividem entre os que gostam de matemática e os que não gostam. Porque se você não gosta de matemática, você vai ter dificuldades em física, química, biologia e no futuro também em sociologia e psicologia”, explica o presidente. De acordo com a coordenadora da graduação em Matemática da Faculdade de Ciências, Letras e Educação (Faclepp) da Unoeste, Carmen Lúcia Kohl Martinez Paz, o matemático pode atuar como professor universitário ou no Ensino Médio e secundário, ou trabalhar em empresas. A falta de profissionais qualificados na área vem causando um problema para as instituições públicas. Nos concursos para professor, sobram vagas. A consequência é a valorização salarial. De acordo com o coordenador da área de Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI), professor Raimundo Menezes, o salário chega a R$8 mil. As principais opções no mercado são trabalhos na indústria e em serviços que requerem conhecimentos de modelagem matemática como em bancos, seguradoras, indústria do petróleo, telecomunicações, mineradoras, operadores logísticos, etc. Na carreira acadêmica, os estudos devem prosseguir com qualificação em mestrado e doutorado em Matemática, Física, Engenharia, Economia. O egresso de Matemática da Unoeste Edinilson Sales Ramos é coordenador nacional de Merchandising da Regina Festas. Edinilson sempre gostou de números e seu trabalho é puramente matemático. Ele coordena uma equipe de 135 pessoas e tem que lidar diariamente com custo/benefício, faturamento, leitura e elaboração de planogramas, entre outras coisas. Para ele, o mercado é competitivo, mas é difícil encontrar profissionais capacitados, que entendam a matemática financeira, estatística e que saibam aplicá-las. Os profissionais da matemática aplicada estão atualmente trabalhando ou estagiando em empresas como Petrobrás, IBM, Banco Itaú, Dimensi – empresa de consultoria empresarial que trabalha com grandes empresas nacionais e multinacionais, Upside – empresa de gestão de recursos financeiros através de uma estratégia baseada em cenários macroeconômicos e controle de risco, Robeco, uma das maiores empresas de Asset Management na Holanda e Risk Control – empresa de consultoria na área de finanças. O salário do matemático em empresas varia entre R$3 e R$5 mil. Uma matéria publicada na revista Exame conta a história do professor Aguinaldo Ricieri, físico de formação, mas sua cátedra predileta, sua paixão, é a matemática. Aguinaldo ministra aulas no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e presta consultoria a empresas do porte de Petrobras, Vale e Pirelli.Viciado em números e do tipo que fala em derivadas fracionárias com a naturalidade de quem discute futebol, Ricieri tornou-se um sonho de consumo para as companhias. “Tenho recusado trabalho toda semana”, diz o professor, que atualmente presta consultoria para cinco empresas, mas tem outras 30 na fila. Por uma consultoria recente, Ricieri recebeu R$3 milhões.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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