Quinta-Feira, 25 de Setembro de 2014

Ensino possibilita superar dificuldades e recomeçar na vida

Psicopedagogo dá testemunho de vida no sentido de mostrar como superar barreiras que parecem intransponíveis

  • Foto: João Paulo Barbosa Ensino possibilita superar dificuldades e recomeçar na vida Público predominante da palestra: estudantes de Comunicação Social
  • Foto: João Paulo Barbosa Ensino possibilita superar dificuldades e recomeçar na vida Camargo deu testemunho de vida para valorizar o ensino
  • Foto: João Paulo Barbosa Ensino possibilita superar dificuldades e recomeçar na vida Estudantes responderam questionário de avaliação da palestra


O ensino serve para que as pessoas possam conhecer outro mundo e viver novas possibilidades. A constatação é do estudante de comunicação Pedro Costa, ao assistir a palestra “Caminhos para Recomeçar”, realizada na noite desta terça-feira (24) como parte do Mês da Responsabilidade Social que a Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext) desenvolve na Unoeste. O psicopedagogo Itamar Xavier de Camargo apresentou testemunho de vida, na condição de ter mais de uma formação em nível superior depois de ter passado por centro de atendimento socioeducativo e pelo sistema penitenciário paulista, cumprindo pena por roubos na modalidade assalto a mão armada.

“Quando teve interesse, conseguiu sair daquilo que o prendia. Não falo da cadeia, mas do mundo em que vivia e no qual era recluso da sociedade, por causa de suas práticas criminosas. O que se dava, em muito, pela falta de conhecimento”, avaliou Costa que, além de assistir a palestra, entrevistou Camargo para a Rádio Facopp, emissora web da Faculdade de Comunicação Social de Presidente Prudente. Para Camargo foi uma oportunidade de mostrar que o crime não compensa, que é possível deixar de viver à margem da lei ou encarcerado, que o sistema é bruto e ainda assim é possível recomeçar.

O recomeço passa pelos estudos e, muito especialmente, pela vivência cristã. Formado pela Unoeste e parceiro da instituição no Projeto Leitura Campeã, mantido pela Associação Betesda – da qual é coordenador pedagógico – e a Proext, em sua fala deu foco ao papel da sociedade na ressocialização do egresso do sistema carcerário, dos quais 70% se tornam reincidentes e os outros 30% não conseguem levar a vida com dignidade: praticam crimes que não são descobertos, vivem isolados ou em comunidades de usuários de drogas ou viram moradores de rua. Geralmente os criminosos foram menores infratores, sendo que 80% deles possuem histórico de violência, abandono e abuso.

Camargo utilizou dados oficiais, de fontes como o Ministério Público. Ao dizer que faz parte de tais dados, afirmou que isso não justifica os crimes que cometeu e entende que mereceu ser punido. Todavia, defende que a punição deveria ser mais eficaz, proporcionando aprendizado e a preconizada ressocialização. “Não é o que a gente vê. Há degradação dentro do sistema. Quem furtou qualquer bobagem, ao ser preso convive com pessoas que cometerem crimes bem mais graves. Geralmente, quando deixam a prisão também vão praticar crimes violentos. Deveria, no mínimo, haver critério para separação dos presos, para não prosperar a escola do crime”, comentou.

No entendimento de Camargo, como a prisão não resulta em ressocialização, deveriam ser implantados centros de atendimento aos egressos, com atividades multidisciplinares, compreendendo as seguintes ações: educacionais, psicológicas, médicas, familiares e de relações comunitárias. “No entanto, como os princípios humanos são insuficientes, posso afirmar que o aspecto espiritual é da maior relevância”, disse o palestrante que para recomeçar encontrou amparo numa comunidade cristã de Presidente Prudente, cidade que escolheu para morar depois de deixar a penitenciária de Lucélia, quando tomou a decisão de não retornar a São Paulo, sua terra natal.

Os estudantes, que assistiram a palestra no auditório Primavera, foram convidados pela coordenadora do curso de Jornalismo da Facopp, Carolina Mancuzo, e acompanhados pelos professores Marcelo Mota e Lêda Márcia Litholdo. A Proext esteve representada pela coordenadora de ações culturais, esportivas e sociais, Graziella Plaça Orosco de Souza. O Mês da Responsabilidade Social atende ao apelo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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