Segunda-Feira, 30 de Maio de 2016

Estudos testam resistência de frutas no período pós-colheita

Aluno do doutorado em Agronomia participa de experimentos internacionais que utilizam luz artificial

  • Foto: Cedida Estudos testam resistência de frutas no período pós-colheita Rodrigo Miyake em frente ao laboratório das pesquisas com frutas
  • Foto: Cedida Estudos testam resistência de frutas no período pós-colheita Estudante de doutorado da Unoeste em frente a Université d’Avignon
  • Foto: Cedida Estudos testam resistência de frutas no período pós-colheita Em visita a Paris, Rodrigo Miyake esteve no Museu do Louvre

O primeiro aluno de doutorado do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste, a fazer um período de estudos no exterior, retorna da França com visão ampliada sobre a pesquisa científica e deixa as portas abertas para possível pós-doutorado. O engenheiro agrônomo Rodrigo Takahashi Maruki Miyake ficou seis meses no departamento de agrociências da Université d'Avignon et des Pays de Vaucluse. Teve a oportunidade de participar de dois experimentos na área de qualidade e aumento da vida útil de frutas submetidas à luz de lâmpadas de LED ultravioletas.

Um dos experimentos foi com uma fruta cítrica de cultivo local que é a clementina, resultado da hibridização de tangerina e laranja. Foram avaliados os efeitos das luzes vermelha e azul sobre os frutos, mediante três horas de exposição. Para os casos testados em laboratório, com temperatura de dez graus, houve a constatação de melhores brix, cor e carotenoides. Outro experimento foi com manga, com a luz de cada cor e ainda a mistura das cores, visando a qualidade mediante o controle da antracnose, doença causada por um fungo. Embora não tenha ficado até o final dos testes, soube ter sido possível minimizar um pouco o crescimento do fungo.

Em razão da submissão à luz, a clementina ganha mais tempo de conservação, o que chega a dois ou até três dias. “Quando a gente pensa em prateleira, com a temperatura adequada e o ambiente correto, esse é um tempo considerável; pois seria o suficiente para a perda do produto”, comenta Miyake e diz que a aplicação de luz para a qualidade de frutas pode, perfeitamente, ocorrer no Brasil. “Essa tecnologia pode ser útil, tanto para a qualidade quanto para a conservação”, avalia o engenheiro agrônomo, que em sua pesquisa no doutorado avalia o efeito da adubação – com nitrogênio, fósforo e potássio – na qualidade do maracujazeiro amarelo.

Na universidade francesa, na cidade de Avignon, recebeu orientação da Dra. Félicie Louri Lopes. Na Unoeste tem a orientação do Dr. José Eduardo Creste. A produção de sua tese já passou pela banca de qualificação, antes de sua viagem para a França em outubro do ano passado; de onde retornou neste mês de maio. Sua expectativa é de fazer a defesa pública em outubro ou novembro deste ano, para então concluir os estudos iniciados em 2012. A bolsa para o doutorado sanduíche foi obtida junto ao programa do governo federal Ciência sem Fronteiras; concedida pelo prazo de seis meses. “Valeu muito e recomendo a qualquer interessado”, afirma.

O que chamou sua atenção, em relação aos estudos na França, foi o fato dos produtores e comerciantes prezarem muito pela qualidade das frutas e hortaliças; as que produzem e as que importam de países africanos e latino-americanos. Além dos estudos em laboratório, voltados ao aprimoramento profissional, Miyake avalia como muito positivo o aprendizado cultural que, nos fins de semana, se estendeu para a capital Paris e cidades do interior da França, sendo que também conheceu Roma, Barcelona, Porto, Berlim, Atenas e Amsterdã. Nas atividades de laboratório, além dos franceses, pode conviver com um venezuelano, sírios e mexicanos.

Embora tenha feito um intensivo de francês antes de viajar, quando lá chegou, levou pelo menos 45 dias para poder se comunicar, com mais frequência, na língua nativa. Conta que a maior dificuldade decorreu dos franceses falarem muito rápido e por isso, no primeiro mês, usou, quase que exclusivamente, o inglês. “Quem for estudar no exterior deve procurar dominar o idioma, antes de viajar”, aconselha o estudante de doutorado na Unoeste que poderá voltar à França para novos estudos, se inserindo no intercâmbio que a universidade onde esteve mantém com o departamento de agrociências da Université de Montpellier.

Os estudos de Miyake na França se inserem no contexto de internacionalização da Unoeste, para os quais obteve o suporte em orientação por intermédio da Assessoria de Relações Interinstitucionais, pela qual responde o Dr. Antonio Fluminhan Júnior. O retorno de quem tem ido para o exterior tem sido marcado pelo ato de compartilhar conhecimentos; o que Miyake tem feito para com os professores do programa de pós-graduação do qual faz parte e aos membros do Grupo de Pesquisa do Oeste Paulista (Gpagro), formado por alunos da graduação (em iniciação científica), de especializações, do mestrado e do doutorado.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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