Terça-Feira, 13 de Novembro de 2018

Fake news no agro: setor precisa de informações corretas

Estratégias de marketing podem ser desenvolvidas aos produtores para que tenham acesso a dados confiáveis; abordagem marcou início da Semana do Agronegócio

  • Foto: Gabriela Oliveira Fake news no agro: setor precisa de informações corretas “Empresas do agronegócio precisam entender o perfil do produtor para passarem a mensagem que desejam da maneira mais efetiva”, diz a agrônoma Andreza

Traçando-se um perfil do agronegócio brasileiro, sabe-se que 6% dos proprietários rurais têm até 25 anos, possuem maior escolaridade, utilizam tecnologias avançadas e o controle financeiro. Constata-se ainda, uma inversão no êxodo rural: 56% dos agricultores moram no campo, 19% se dividem entre as zonas rural e urbana e, 25% optam pelas cidades. E tem mais! Quase todos os produtores possuem smartphones (96%), sendo que, 62% acessam a internet no celular ou em outro meio. Esses e outros indicadores foram apresentados pela engenheira agrônoma Andreza Pereira da Silva Cruz e pelo publicitário Felipe Parron, durante a palestra “O marketing no agronegócio”, realizada nessa segunda-feira (12), no auditório Ipê, campus II da Unoeste.
 
Durante a iniciativa que marcou a abertura da 8ª Semana do Agronegócio, promovida pela graduação na área da universidade, Andreza aproveitou para destacar o empoderamento no setor. “Até o ano de 1998 tínhamos 1% de mulheres, em 2004, o percentual saltou para 3%, em 2013 evoluiu para 10% e, em 2018, atingiu 15,5%”, aponta. Formada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), ela atua com Parron, na empresa Sementes Oeste Paulista (Soesp), em Presidente Prudente (SP).
 
Segundo a agrônoma, as empresas do agronegócio precisam entender quem é o produtor para passarem a mensagem que desejam da maneira mais efetiva. “Existe a necessidade de um estudo agregado entre as áreas de marketing e de campo. É justamente essa harmonia que possibilita o direcionamento das nossas ações”. Andreza revela que é a responsável pelo controle de qualidade das sementes, pela produção e revisão dos textos técnicos e materiais base para a equipe de marketing, além da realização de consultorias para a equipe comercial da empresa. “As fake news também estão chegando ao agronegócio, existem muitas informações sem fundamentos ou referências. Precisamos falar direito com os nossos clientes e, principalmente, fornecer dados confiáveis para eles”.
 
Parron comenta que o marketing é muito amplo e, por isso, aproveitou para falar um pouco sobre algumas táticas que funcionam no agronegócio. Destacou que 92% dos produtores rurais preferem TV, 75% ouvem rádio, 42% usam a internet e 27% leem revistas relacionadas ao setor. “As ferramentas digitais estão chegando ao campo. A Soesp investe em vários canais nesse meio para oferecer ao nosso público conteúdo informativo e não só de apelo comercial”.
 
Dentre os meios de comunicação da organização, o publicitário pontua o blog corporativo e página do Facebook com 13 mil curtidas. Especialista em marketing digital pela Udacity, expõe satisfação em retornar à universidade. “É uma grande responsabilidade estar aqui hoje para ser ouvido. Depois que você se forma e começa a trabalhar passa a ter outro olhar e é bacana compartilhar um pouco disso com esses alunos”.
 
Andreza lembra aos acadêmicos, a importância de alinhar o conhecimento adquirido na graduação com a realidade do mercado. “Sempre que tiverem experiências ou contato com profissionais externos aproveitem para sanarem suas dúvidas e, principalmente, para projetarem o que veem com a futura atuação. Outra dica interessante é que aproveitem e busquem ações extracurriculares. Você não precisa começar a estagiar somente no período obrigatório, pode iniciar essa prática desde os primeiros termos. É interessante desde cedo estreitar os laços com as empresas que poderão ver o seu potencial na prática, ao invés de ficarem lendo isso no currículo”, conclui.

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Semana do Agronegócio
José Luís de Lima Astolphi, coordenador do superior de tecnologia em Agronegócio da Unoeste, comenta que essa 8ª edição traz temáticas como o marketing no mercado de sementes forrageiras, a produção animal no segmento de liderança e chefia em frigoríficos e a internacionalização no universo acadêmico com o professor da universidade, Dr. Edemar Moro. Pontua uma participação relevante dos alunos da graduação com mais de 50%. “São nesses momentos que os profissionais compartilham as experiências do universo em que estão inseridos e que em breve fará parte da vida dos universitários”, conclui.
 
Na plateia dessa segunda (12), estavam Stephanie Gervasio e Guilherme Frizarin dos Santos, ambos do 6º termo. “Sempre fui muito tímida e com a graduação consegui desenvolver habilidades em comunicação”, comenta a acadêmica. Prestes a se formar, ela diz que se sente preparada para atuar no mercado. “Essa é a última semana que eu participo e quero aproveitar para resgatar alguns conteúdos que já vi ao longo dos semestres”. Santos fala que mora com os pais em uma propriedade rural na cidade de Santo Anastácio (SP). “Optei pelo Agronegócio por uma indicação de um amigo e pela minha vivência no campo. Dentre os diversos aprendizados que tive durante o curso, o que mais marcou foi a importância de se fazer uma boa gestão nos negócios. Nesse evento, espero aprender um pouco mais sobre o assunto”.
 
Público externo
Astolphi acrescenta que na quarta-feira (14), o evento recebe convidados externos: os alunos da Escola Técnica (Etec) Deputado Francisco Franco de Rancharia (SP). Ele comenta que essa participação foi solicitada pela professora Karine Jorge de Oliveira que acompanhará os estudantes e é egressa da turma de 2014 do curso.
 
“Os estudantes estão ansiosos por essa oportunidade”, declara Karine. A ex-aluna conta que esse evento será uma excelente oportunidade de aquisição de conhecimento com excelentes profissionais. Salienta que a graduação foi a base para que pudesse seguir em frente e alçar novos voos. “Será diferente retornar a Unoeste como profissional. Mesmo depois que nos formamos, por um bom tempo pensamos como acadêmico e é somente depois que nos encaminhamos para o mercado que o nosso olhar muda”, conclui.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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