Segunda-Feira, 6 de Maio de 2019

Software para a leitura de cochos é foco de proposta inédita

Ideia inovadora para o diagnóstico de imagem em confinamento bovino foi a vencedora do 1° Startup Weekend Agrotech do Estado de São Paulo; evento foi sediado na Unoeste

  • Foto: Gabriela Oliveira Software para a leitura de cochos é foco de proposta inédita Comemoração: Connect Cocho possui estudantes da Unoeste e da Etec de Adamantin; ideia mostrada no evento surgiu nas aulas de Zootecnia da universidade

A leitura do cocho é uma atividade diária nos confinamentos de gado e essencial para quantificar a ração que se deve dar ao animal. Hoje em dia, essa prática é mecânica, demanda tempo e apresenta lacunas por conta da subjetividade da avaliação humana. Para suprir essa demanda, um grupo de empreendedores desenvolveu uma ideia inédita que utiliza um software para a leitura do cocho por imagens. Desenvolvida pela Connect Cocho, o modelo de negócio foi o grande vencedor do Startup Weekend (SW) Agrotech de Presidente Prudente. Realizado neste fim de semana, o evento foi sediado na Unoeste, onde o Salão do Limoeiro se transformou em um verdadeiro celeiro de inovação tecnológica e empreendedorismo. A universidade também teve um envolvimento expressivo, mais de 80% dos participantes eram alunos, docentes ou egressos da instituição.
 
O SW Agrotech PP é o primeiro evento de agro do Estado de São Paulo e proporcionou uma experiência única, onde os participantes descobriram se as suas ideias de startups eram viáveis. Foi o caso dos acadêmicos do 6º termo de Zootecnia da Unoeste, João Vitor Polezel e Filipe Augusto Barbosa. Durante as aulas da disciplina de Zootecnia de Precisão, eles identificaram o problema da leitura dos cochos e almejaram uma solução empreendedora. Essa proposta foi apresentada aos demais integrantes da Connect Cocho e durante as 54 horas de imersão do evento, a ideia foi amadurecida, trabalhada e premiada. Também integram o grupo, acadêmicos dos cursos de Agronegócio e de Sistemas de Informação da Unoeste, além de estudantes da Etec de Adamantina.
 
Polezel revela que o grupo pretende dar continuidade ao projeto. “Vamos buscar investidores e parceiros para colocar o projeto em prática, aperfeiçoando ele cada vez mais e adquirindo novas tecnologias”. Daniel Ramiro é do 7º termo de Sistemas de Informação da Unoeste e também faz parte da equipe. Ele declara que esse sistema poderá ser utilizado em várias plataformas como notebook, celular e tablet. Acrescenta que é a primeira vez que participa de um evento como esse. “Foi muito interessante, pois tive a oportunidade de aplicar na prática o meu conhecimento num segmento diferente da informática, neste caso, no agronegócio”.
 
Ao compartilhar com os participantes, o que aprendeu no SW Agro, Bruna Oliveira Spolaor, do 7º termo de Agronomia, destacou que “além das ideias, tivemos aqui pessoas resilientes e proativas. Acredito que o empreendedorismo pode ser para todo mundo, basta querer”.
 
Teve também quem trabalhou nos bastidores do evento, como Rodrigo Marciel Elias, do 8º termo de Administração da universidade. Ele conta que já participou de quatro eventos ligados às startups, mas que foi a primeira vez que se envolveu com a organização. “Foi muito gratificante contribuir com esse evento, que foi muito positivo e fomentou o empreendedorismo em prol da comunidade”.
 
O pró-reitor Acadêmico da Unoeste, Dr. José Eduardo Creste, prestigiou o Startup Weekend (SW) Agrotech e compareceu às apresentações finais das equipes neste domingo (5). Ele comenta que, a universidade sempre foi parceira e apoiou esse tipo de evento, desde quando começou a ser realizado em Presidente Prudente. “Essa postura é fundamental para aquilo que a instituição tem se colocado nos últimos anos, como uma universidade empreendedora que estimula essa cultura dentro do universo acadêmico”.
 
Creste que também é engenheiro agrônomo, destaca que as ideias desenvolvidas pelos 12 grupos foram fantásticas. “Os participantes trouxeram ideias que veem ao encontro da agricultura, da pecuária, de culturas alternativas, da agricultura familiar e também dos grandes empresários. As propostas estiveram muito bem fundamentadas e as equipes demonstraram amadurecimento perante aos questionamentos do júri. Fico muito feliz de ter observado e conhecido esses trabalhos”.
 
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Balanço
As ex-alunas da Unoeste, Nádia Nóbrega Valdo e Letícia Moreira, formadas em dezembro de 2018, respectivamente pelos cursos de Zootecnia e Agronegócio da universidade estiveram à frente do Startup Weekend Agrotech, como as líderes locais do evento. “O SW é uma idealização da Techstars que é um ecossistema global que capacita empreendedores para trazerem novas tecnologias ao mercado. Essa empresa americana nos deu a autorização para idealizarmos esse evento e escolhemos a vertical Agrotech”, comenta Nádia.
 
Segundo ela, a inovação tecnológica e empreendedorismo dentro do agronegócio é uma necessidade do oeste paulista que precisa ser fomentada. “Foram mais de 100 participantes, entre alunos da Unoeste e de outras instituições de ensino de Presidente Prudente, região e até do estado do Paraná. Durante as 54 horas do SW Agrotech PP, os grupos evoluíram muito e surgiram muitas ideias legais”. Destaca que o apoio da Unoeste foi fundamental para que o evento fosse realizado. “A universidade possui toda essa estrutura, além de ser referência também em cursos de agrárias. Foi muito importante contar com o envolvimento dos alunos e docentes que estiveram inseridos na comissão organizadora, no time de mentores e dos jurados”. Acrescenta que o evento também contou com a parceria da Incubadora Tecnológica de Presidente Prudente (Intepp), Faculdade de Tecnologia de Presidente Prudente (Fatec) e da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta). “Tivemos ainda, o apoio de várias empresas e entidades que contribuíram para o sucesso deste evento”.
 
Inovação
Vanessa Sabioni, CEO e sócio-fundadora da maior plataforma de capacitação e network para mulheres do agro – Agromulher ministrou palestra e integrou o time de mentores do 1º SW Agrotech do Estado de São Paulo.  “Foi um aprendizado riquíssimo, pois possibilitou um relacionamento interpessoal, além da troca de experiências e de conhecimento com os demais mentores”.
 
Engenheira agrônoma, filha e neta de produtores rurais, ela diz hoje existem duas esferas, tanto dos produtores rurais, quanto das agroindústrias, que são as grandes consumidores das startups. “A gente possui em média 5,2 milhões de produtores rurais, sendo que em torno de 50% está conectado. Temos um longo caminho pela frente, porque se estamos crescendo em criação e inovação para resolver as dores do agro é interessante possuir estratégicas para conectar ainda mais todo esse setor”.
 
Para ela, é muito importante a Unoeste apoiar essas inserções de empreendedorismo. “Esses momentos agregam à formação técnica dos acadêmicos, trazendo um olhar diferenciado sobre o que é empreender, seus desafios e oportunidades. Além disso, a participação e o apoio em eventos desse tipo fomentam a criação de novas ideias e projetos que podem trazer uma transformação para a sociedade”.
 
Sustentabilidade
A Lotus Jr, empresa júnior do curso de Biologia da Unesp de Bauru (SP), também esteve no SW Agrotech de Presidente Prudente. Além de ações de conscientização sobre o descarte de resíduos orgânicos e recicláveis, a empresa firmou mais uma parceria com o evento e a Unoeste. Grande parte dos copos plásticos foi lavada, por meio de um método que economiza água, e serão reaproveitados pela universidade para o plantio de mudas de manjericão destinados para a doação.
 
“Tivemos um insight para calcularmos a estimativa da emissão de gás carbônico gerados durante todo o evento. Esses dados vão servir para a realização de uma ação de compensação ecológica para zerar esse saldo. Nesse caso, a universidade realizará o plantio de mudas na Área de Preservação Permanente (APP) do campus II”, diz Adriana Kaku, integrante da Lotus Jr.

Atualizada em 08/05/2019

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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