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Dilemas ambientais requerem parelhas ciência e consciência

Porém, do ponto de vista ético, soluções exigem bem mais da consciência do que do próprio avanço da ciência


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Foto: João Paulo Barbosa Dilemas ambientais requerem parelhas ciência e consciência
Bannwart, em defesa da consciência socioambiental

Na abertura do 14º Encontro Anual de Extensão (Enaext), que ocorreu na manhã desta quinta-feira (20) no Auditório Azaleia – campus II da Unoeste e que se insere no 21º Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe), o mestre e doutor em filosofia Clodomiro José Bannwart Júnior, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), traçou uma trajetória histórica sobre comportamento humano e sua relação com o meio ambiente, ao proferir a conferência “Aspectos ético-normativos da responsabilidade pós-convencional”. Sua linha de raciocínio se sustentou na ciência como conhecimento e na consciência como ação, de tal forma a promover o entendimento ético de que os dilemas ambientais exigem bem mais de consciência do que do próprio avanço da ciência; porém, sem que uma exclua a outra. Portanto, que estejam parelhas.

Bannwart disse que na natureza todas as manifestações são de relação causal, fato que permite aos humanos ter previsibilidade, a exemplo do que ocorrem com o clima e o tempo. Ao mesmo tempo em que as pessoas são parte da natureza, não são plenamente determinadas por ela. Portanto, são livres e suas ações não estão determinadas por uma relação causal, mas pela liberdade; e isso gera problemas, pela falta de previsibilidade. Enquanto a ciência pressupõe estrutura lógica, ordenada, as ações humanas, como fruto da consciência, não tem lógica.  Assim, a dimensão normativa humana criou ética, política e direito como estrutura produtiva de valores; o que tem a ver com a ordem plena da natureza, onde cada elemento tem sua função.

“Ética, política e direito são tentativas de colocar ordem na vida humana; no que o homem se espelha na natureza para lapidar a si mesmo”, pontuou e na sequência apresentou explicações sobre a produção científica, o comportamento humano e sua relação com o meio ambiente ao longo dos séculos, com duas visões de modelos de natureza: o racionalista e o voluntarista, sendo que neste último o grande problema é a natureza humana. A visão de mundo voluntarista, que dá respaldo à questão da vontade e dá soberania popular em questões de ordem política, promoveu a modernidade da Europa. O Brasil, como objeto da colonização portuguesa, recebeu a herança do racionalismo, mantido mesmo depois da proclamação da República.

Fato é que o país demorou em tudo para começar a buscar o desenvolvimento, como se deu em relação à implantação das escolas de ensino superior, ignorando a universidade como elemento fundamental para produzir ciência. Embora, o conferencista tenha proporcionado o entendimento sobre a relevância da consciência em relação à ciência, deixou claro que a pesquisa tem grande importância em gerar conhecimentos a serem transformados em informações e tecnologias capazes de, além de contribuir para recuperar e preservar o meio ambiente, proporcionar condições de sustentabilidade. Por fim, o conferencista discorreu sobre a teoria do desenvolvimento moral do psicólogo e filósofo norte-americano Lawrence Kohlberg.

Um estudo que trata da plena competência moral, formulado em seis e agrupados em três níveis de estágio: pré-convencional, convencional e pós-convencional; relacionados a diferentes faixas etárias. No primeiro, predomina o egocentrismo e o interesse pessoal. No segundo, o reconhecimento da autoridade e normas sociais. No terceiro, os princípios universais e o contrato social, no qual existem direitos e também deveres, permitindo atingir a consciência da moralidade autônoma, classificada como pós-convencional. Para Bannwart, tratar da sustentabilidade requer mais luz da consciência, para resolver os dilemas acerca da temática que interessa a atual e as futuras gerações.

Antecipando tendências – Na cerimônia de abertura do Enaext, o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi, falou sobre a interação do tripé ensino, pesquisa e extensão na Unoeste em ações regionais de desenvolvimento sustentável. Citou alguns exemplos, como os de atenção às comunidades assentadas, formadas por trabalhadores da agricultura familiar, como são os casos do Agita Pontal e do Programa Integrar. Mais de 40 atividades, proporcionadas por professores e alunos de 21 cursos, foram realizas pelo Agita com mutirão de saúde e das ciências agrárias em assentamentos do Pontal do Paranapanema. Pelo programa, o projeto Green Food proporcionou melhores condições para agricultores familiares de Narandiba, resultando no Prêmio Cidadania sem Fronteiras.

Em decorrências de ações rurais e urbanas, nos últimos 12 anos a Unoeste tem sido contemplada com o Selo da Reponsabilidade Social que é de iniciativa da Associação Brasileira das Mantenedoras da Escola de Ensino Superior (ABMES), à qual a Associação Prudentina de Educação e Cultura (Apec) é vinculada, na condição de mantenedora da universidade. Como exemplo de ação urbana sustentável foi citado o Mutirão do Lixo Eletrônico, de iniciativa da Faculdade de Informática de Presidente Prudente (Fipp/Unoeste) e realizado em parceria com a prefeitura através da Secretaria de Tecnologia da Informação (Setec), que nos últimos anos arrecadou e deu destinação correta para mais de meio bilhão de toneladas de e-lixo.

Somente nos últimos três anos, a Proext desenvolveu 62 programas, mais de 600 projetos e mais de 300 atividades. “A Unoeste vem fazendo seu papel, inclusive se antecipando às tendências e contribuindo com as soluções de problemas de diferentes naturezas, incluindo os socioambientais”, disse o pró-reitor que agradeceu e enalteceu o trabalho da equipe da Proext, o incondicional apoio da Reitoria e a todos os envolvidos, interna e externamente (parceiros) em ações extensivas, sejam elas através de programas, projetos ou atividades. Guelfi compôs a mesa de abertura do Enaext, juntamente com Bannwart e o pró-reitor Acadêmico Dr. José Eduardo Creste, que representou o chanceler e a reitora da Unoeste, respectivamente Agripino de Oliveira Lima Filho e Ana Cristina de Oliveira Lima.

A atividade cultural de abertura do Enaext consistiu na pintura, ao vivo, de quadro pelo artista plástico e professor Josué Pantaleão, com o tema natureza. Performance feita enquanto era exibido vídeo com trilha sonora e imagens de pinturas em papel, feitas com tinta produzida da borra de café, por alunos do curso de Artes Visuais da Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente (Faclepp/Unoeste), inseridos em projeto na busca de recursos sustentáveis; conforme apresentação pela coordenadora Denise Penna Quintanilha. O cerimonial foi conduzido pelo professor Ricardo Gabriel de Araújo. A conferência foi seguida de debate mediado pelo professor Pedro Teófilo de Sá.

Minicurso – Dentre outros eventos do Enaext na manhã de hoje, foi ofertado aos inscritos o minicurso “Práticas educativas para além dos muros escolares”, ministrado pela professora Neli de Faria Henriques Cacozza, do Centro Universitário de Lins (Unilins).

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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