CAMPUS:
0800 771 5533
Área do Egresso Aprender Unoeste
Você está em: Notícias

Dimensões ética e ambiental precisam ter a mesma proporção

Independentemente da classe social a que pertençam, as pessoas devem ser cobradas em suas obrigações


email facebook twitter whatsapp Linkedin

Foto: João Paulo Barbosa Dimensões ética e ambiental precisam ter a mesma proporção
Bittencourt: crítica ao discurso pronto e pela prática de políticas públicas

Na condição de facilitadores, os professores devem ter o compromisso de pautar as questões sociais sem aderirem aos discursos prontos. O investimento na educação deve contemplar a vida como ela é, e não como gostaria que fosse. Essas são duas das frases que, de certo modo, nortearam a fala do Dr. Sávio Bittencourt ao proferir a conferência de abertura do 13º Encontro Anual de Ensino Superior (Enaens), um dos três eventos do 21º Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe), na manhã desta terça-feira (18) no Auditório Azaleia, no campus II da Unoeste. Ao discorrer sobre o tema “Sustentabilidade, Ética e Ensino”, ponderou que as dimensões ética e ambiental devem ter a mesma proporção. A mensagem passada pelo conferencista é de que todos precisam ser tratados por igual em suas obrigações e responsabilidades, independentemente das diferentes classes sociais.
 
Sua linha de raciocínio esteve sustentada no princípio da igualdade, no sentido de que a fiscalização e as sanções sobre questões ambientais sejam aplicadas exclusivamente pela ótica do interesse da sociedade. E que as regras, na condição de absolutamente fundamentais, devem ser aplicadas para todos, inclusive para manter o país no estado democrático.  Falou da sustentabilidade como definição de um conceito abrangente, por compreender três importantes patrimônios: o natural, o artificial e o cultural, sendo que nesse último se encontram os valores pessoais e os modos de vida. Para ele, esse pensamento dos três patrimônios suspende a ideia de que meio ambiente é algo para ambientalistas e de que a questão social deve estar incluída na ambiental, inclusive por ser um dos grandes desafios do momento no Brasil.
 
Para Bittencourt, a dicotomia entre sustentabilidade e economia tem a ver com o pensamento disseminado entre o povo brasileiro gerador de intolerância no comportamento de cidadania, distorcendo realidades em que as pessoas se posicionam como inimigas, a exemplo do momento político do país, no qual ocorre o embate de “coxinhas” e “petralhas”, quando, na verdade, o inimigo é a corrupção. Nesse sentido, entende que a criticidade da academia deve estar a serviço de questionar os conceitos, como o da falta de aceitação da efetiva verdade, a exemplo da propaganda direcionada para desmentir e desinformar, no sentido de fazer a sociedade aceitar o corrupto. “O meio ambiente tem uma dimensão ética. Nós temos que fazer o que é certo. Não podemos entender como normal aquilo que é indefensável”, pontuou.
 
“Lá em Curitiba tem muita gente que achava ingênuo quem acreditava na lei. Essa gente não acreditava na punição por corrupção, pois viviam o pragmatismo do empresário bem sucedido. Achava que a lei não pegava. Mas a lei pega, lá e aqui, embora não tenha a mesma dimensão de aparecer no jornal”, disse o conferencista para afirmar que a lei não é uma banalidade e para dizer que fazer reciclagem deve ser por obrigação e não por ganho financeiro, embora admita a remuneração para quem planta floresta e não se limita em manter em sua propriedade a reserva legal de 20%.  Criticou o discurso da empoderação, como o que é feito para o catador de lixo, cuja ação é incipiente diante do volume produzido. “Custa mais barato amparar o catador, mas é a mesma coisa que dar espelhinho para o índio”, comparou. “Tem quem defenda o catador, mas esquece o lixo que continua poluindo a cidade. Investir em empresa é mais eficiente para a questão ambiental”, afirmou.
 
No âmbito do ensino, em citação ao assunto do momento que é o Programa Escola sem Partido, Bittencourt disse ser impossível cumprir tal determinação, por acreditar que o professor, em sala de aula, possa falar aos alunos sem apresentar suas emoções, culturas e informações. Seu entendimento é de que as escolas de ensino básico deveriam investir mais na convivência do que fazendo de conta que ensina tudo a todos. Detentor de vasta experiência no campo do ensino superior, um dos vínculos atuais de Bittencourt é com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro. Possui 25 anos na função de promotor, membro da Associação Brasileira do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa).
 
Binttencort disse ter ficado muito impressionado com a Unoeste e, em sua fala, citou alguma vezes a conferência de abertura do Enepe, na noite anterior, feita pelo Dr. Cláudio de Moura Castro.  Falando em nome do chanceler Agripino Lima e da reitora Ana Cristina de Oliveira Lima, o pró-reitor Acadêmico, Dr. José Eduardo Creste, mencionou o compromisso da universidade com questões ambientais, desenvolvendo projetos que promovem a cidadania, como o que rendeu o Prêmio Cidadania sem Fronteiras, por oferecer assistência técnica a agricultores familiares do município de Narandiba. Ao lado do pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, Adilson Eduardo Guelfi, Creste abriu o Enaens com o cerimonial conduzido pela professora Olga Maria Pereira Boscoli e com apresentação musical em violão e voz de Lucas Santos e Rafaela Ribeiro, do curso de Música.
 
Durante o cerimonial foram feitos agradecimentos aos parceiros do Enepe 2016: Hospital Regional (HR) Domingos Leonardo Cerávolo, Godoy Palace Hotel, Tropeiro Grill e Água Santa Inês. Dentre eventos do Enaens, pela manhã aconteceram apresentações orais em diferentes áreas do conhecimento e foi realizado o minicurso Diagnóstico “Post Mortem” na Bovinicultura de Corte e Leite, ministrado pelo professor Paulo Felipe Isique Goiozo, da Unoeste.

GALERIA DE FOTOS

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

Alguma mensagem