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Estudante volta de intercâmbio impressionado com os chineses

Determinação para o trabalho também é vista nos estudos, nos quais chegam a se dedicar 15 horas por dia


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Foto: João Paulo Barbosa Estudante volta de intercâmbio impressionado com os chineses
Thomas Cruz, de retorno à Unoeste, no campus II
Foto: Cedida Estudante volta de intercâmbio impressionado com os chineses
Thomas com a bandeira do Brasil na Muralha da China
Foto: Cedida Estudante volta de intercâmbio impressionado com os chineses
Thomas no Instituto Harbin, em seu primeiro dia de neve

Não é por acaso que a China se tornou a segunda maior economia do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. No mais recente levantamento oficial alcançou 6,7% de crescimento, de janeiro a março de 2016 com relação ao mesmo período de 2015. A determinação dos chineses é algo impressionante e foi o que mais impactou o estudante do curso de Engenharia de Produção da Unoeste, Thomas Henrique Alves Cruz, que acaba de retornar a Presidente Prudente após dois anos de intercâmbio universitário pelo programa Ciência sem Fronteiras.  “Não é só no trabalho. Eles também são muito determinados nos estudos. É comum um aluno se dedicar das 8h às 23h”, comenta o jovem de 22 anos, que esteve entre os premiados por rendimento escolar durante 12 meses de aprendizado do idioma oficial chinês: o mandarim.

Em agosto de 2014, depois de ter concluído o 5º termo, o estudante seguiu para o intercâmbio de escolha ousada, conforme o assessor de relações interinstitucionais da Unoeste, Antônio Fluminhan Junior, que fez especialização, doutorado e pós-doutorado em genética em outro país asiático: o Japão. Como o principal desafio é o mandarim, por ser um idioma bastante complexo de se aprender, o primeiro compromisso oficial de Cruz na China foi com o curso de línguas da Universidade de Tianjin. Começou do zero e, em assimilação à cultura local, fez o que deveria ser feito: se jogou de cabeça, com o máximo de determinação. Ao fim de um ano de estudos, recebeu certificado como o terceiro melhor da turma de 11 brasileiros, todos inseridos no programa Ciências sem Fronteiras.

Cruz avalia que a premiação entre os melhores ajudará a abrir as portas ao mestrado, pois pretende retornar à China somente para a pós-graduação stricto sensu.  Porém, visa avançar além do nível intermediário do mandarim. Para isso, pretende manter contato permanente com os amigos que fez por lá, pelas redes sociais. Além disso, vai estudar para obter a proficiência e está disposto a compartilhar seu aprendizado com os estudantes daqui, possivelmente montando um grupo de estudos do mandarim. A comida muito diferente e o frio intenso durante nove meses, com temperaturas que chegaram a 40 graus negativos, consistiram em outros desafios para o estudante da Unoeste que mora no município de Rancharia (SP). Embora tenha se adaptado com o tempo, afirma nem saber como explicar o primeiro impacto que teve da China.

Assim que saiu na estação do metrô viu uma feira. A visão de muita gente, galinhas e animais, e a audição, gritos dos feirantes anunciando seus produtos, com uma linguagem da qual nada entendia, o deixou em choque. “Antes de escolher a China para o intercâmbio, quando comecei a pesquisar soube que havia um país tradicional e outro moderno, mas não imaginava toda aquela força da tradição. Nem sei o que pensei, mas quando cheguei à universidade, vi o país moderno, altamente tecnológico. Viver lá é bem conveniente. Se faz tudo com o celular. Qualquer conta é paga pelo celular. Somente na chegada, para usar o serviço de táxi foi preciso entregar um papel com o endereço e o motorista mostrou em seu equipamento digital o valor a ser pago pela moeda local: o RMB, de renminbi, que significa moeda do povo”.

Passado o primeiro ano, Cruz trocou a Universidade de Tianjin pelo Instituto Tecnológico de Harbin, onde durante 12 meses fez algumas disciplinas de engenharia industrial, todas em mandarim e em turmas só de chineses; e uma de engenharia civil, em inglês, com estudantes de diferentes nacionalidades. Fez várias disciplinas como assistente e duas como aluno, em um sistema de ensino no qual as aulas são palestras, as quais os alunos assistem, depois de estudar os conteúdos em casa, para saber o pensamento do professor sobre o assunto. Sequer há um momento para perguntas. Porém, a qualquer momento o aluno pode procurar o professor para tirar dúvidas, pessoalmente em sua sala ou ainda por e-mail ou telefone celular.

A composição da nota que vai de zero a 100 é feita com uma única avaliação ao final do semestre e que tem o peso de 50%, o projeto final equivale a 40% e os trabalhos produzidos ao longo do período são 10%. Optou por disciplinas que não tem na grade do curso na Unoeste e deu preferência à área na qual pretende se especializar, que é a de finanças. Estudou bastante sobre mercado financeiro.  Havia dias em que tinha aulas em período integral, das 8h às 22h; em outros, às vezes, tinha dois dias seguidos para os estudos em casa. Reservados, os colegas de classe, todos chineses, demoram em permitir uma aproximação. Amizades, somente foram possíveis no segundo semestre, quando passaram a almoçar juntos, na própria universidade.

Quando estava em Tianjin, cidade de 12 milhões de habitantes, morou com dez estudantes brasileiros, que foram fazer intercâmbios em diferentes cursos, procedentes dos Estados de Minas Gerais, Tocantins, Amazonas, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná. Em Harbin, de 5 milhões de habitantes, também optou por morar com colegas brasileiros (cinco) para não ficar preso na instituição de ensino superior e, assim, pode absorver o máximo da cultura chinesa.  Cruz teve a oportunidade de viajar para os Emirados Árabes, Tailândia, Hong Kong e Índia, que foi o país onde sentiu maior impacto cultural e social, pelo alto índice de pobreza e pela força da realidade religiosa. Na viagem de 26 horas para a China fez escala em Dubai. Na volta do Brasil a escala foi na Etiópia.

Cruz retorna com outra visão de mundo, na busca de sua formação profissional e na condição pessoal. Afirma que a qualidade do ensino superior na China é excelente, mas que a Unoeste se equipara em conteúdo e pela capacidade dos professores. Entre os diferentes sistemas de ensino, sentiu falta do daqui, que permite tirar dúvidas durante a aula e não depois. O que mais lhe impressionou em Harbin foi a existência de uma fábrica dentro da universidade, que serve como laboratório. Com o bloqueio das redes sociais na China, manteve contato com a família pelo Skype, sempre aos domingos. De volta à Unoeste, pretende nos próximos dias conversar com o Dr. Fluminhan e com a coordenadora do seu curso, Clara Yoshiko Hori Takigawa, para contar sua experiência e se colocar a disposição para o compartilhamento das experiências.

O intercâmbio de Cruz está inserido no projeto de internacionalização da Unoeste, que tem possibilitado, por meio de convênios, vários intercâmbios de estudantes e de professores; os quais compartilham com os demais alunos uma visão de mundo muito mais ampla. “Eu passei a enxergar as pessoas, por mais simples que sejam, como uma oportunidade de aprender algo novo. Afinal, somos muito pequenos, individualmente, e em qualquer lugar a gente tem o que aprender, inclusive com coisas que, a primeira vista, podem parecer insignificantes”, diz o estudante de Engenharia de Produção.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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