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Estado acena possível solução ao atendimento de hemodiálise

Existem ações pré-estabelecidas, mas sem prazo de execução, e Ministério Público prevê judicializar o problema


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Foto: João Paulo Barbosa Estado acena possível solução ao atendimento de hemodiálise
Realização da mesa-redonda da Carim, no auditório da Ciesp

A desproporção entre pacientes renais crônicos e o número de máquinas de hemodiálise tem gerado um dos mais sérios problemas de saúde pública em Presidente Prudente. O Estado acena a possibilidade de solucionar o problema, com a destinação de cinco novos equipamentos para o Hospital Regional (HR) e outros 20 em Presidente Epitácio (SP), que depende de construção do prédio para implantar o serviço. No hospital existe a necessidade de readequação de espaço. São ações pré-estabelecidas, mas sem prazo para execução. O assunto vem sendo tratado pelo Ministério Público e se a solução não for urgente, haverá judicialização do problema.

As possíveis soluções foram anunciadas pelo diretor do Departamento Regional de Saúde (DRS XI), o farmacêutico Jorge Yochinobu Chihara, durante a mesa-redonda prevista no II Fórum Municipal da Pessoa com Insuficiência Renal Crônica e Transplantada, em junho, e realizada pela Associação de Apoio ao Paciente Renal Crônico (Carim) na manhã desta quinta-feira (25) no auditório da delegacia regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). O dirigente do órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde disse que já existe dotação orçamentária e do hospital está definida em R$ 500 mil para a readequação e equipamentos.

O promotor de justiça Mário Coimbra foi enfático ao dizer que o doente não pode esperar. Por isso, irá solicitar o amparo judicial, diante do quadro cada vez mais alarmante. Com falta de vaga na hemodiálise, o paciente se vê obrigado a ficar internado para poder fazer o tratamento em momentos entre um e outro atendimento regular como foi o caso de Alexandre Motoki Silva, de 24 anos, morador do Jardim Monte Alto.

O paciente hospitalizado passa pela máquina, que filtra o sangue por meio de um rim artificial, cerca de duas horas e meia. No atendimento regular são quatro horas. O tempo faz diferença no organismo, conforme Silva. “Após quatro horas na máquina me sinto melhor e também posso comer melhor, com uma dieta sem tanta restrição”, comentou o jovem que está afastado do seu serviço de mecânico de automóveis e que ao descobrir a doença renal, teve outra descoberta surpreendente: a de que nasceu com apenas um rim. Foi para o hospital por causa de uma gripe forte, foi detectado que a pressão arterial estava alta e daí resultou na descoberta de que o rim estava praticamente parado.

Os envolvidos nas discussões, interessados em encontrar solução para o problema, cobraram um posicionamento político da Câmara de Vereadores. O presidente Ênio Perrone disse que existe empenho nesse sentido, inclusive do ponto de vista pessoal, por ser médico urologista e há 40 anos e ter participado do primeiro transplante de rim realizado em Presidente Prudente, na Santa Casa. Porém, precisou cancelar sua participação na mesa-redonda, por conta de chamado de urgência. Uma sabatina política ficou prevista para ocorrer nos próximos dias, junto aos candidatos a prefeito. O interesse é que tomem ciência do problema e assinem um protocolo de intenções a ser cumprido por quem for eleito, com ênfase na atenção básica de saúde que cabe ao município.

Para Chihara a atenção básica é primordial, por acompanhar o paciente ao longo de sua vida e pelo acesso mais próximo nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou através das Estratégias de Saúde da Família (ESFs) que promovem o atendimento domiciliar. A prevenção e promoção da saúde podem evitar que o portador de doença renal chegue ao estágio de precisar da hemodiálise, valendo o mesmo para pacientes com outras patologias. Porém, como essa atenção tem sido negligenciada, inclusive há uma sobrecarga nos hospitais que deveriam estar cuidando dos atendimentos especializados. O Ministério da Saúde está empenhado em regular essa questão no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Existe um plano de nova linha de cuidados com saúde em construção, realizado em territórios delimitados geograficamente pelo governo federal. Na circunscrição da DRS XI são 45 municípios que, regra geral, estão bem servidos, conforme Chihara. Recente levantamento, solicitado pelo SUS, apontou que a média de ocupação dos leitos hospitalares na região é de 50%. Fato revelador da existência de estrutura física suficiente, bastando que os leitos sejam bem ocupados. Disse que o HR é a maior estrutura de atendimento para especialidades de saúde na região, mas acaba sendo sobrecarregado com questões da atenção básica.

“Temos a sorte de ter esse hospital que é um dos maiores do país e talvez da América Latina”, comentou o diretor regional de saúde em relação ao HR cuja origem foi o Hospital Universitário (HU), construído pela Unoeste que está entre os parceiros da Carim na busca de soluções para melhor atendimento aos doentes renais crônicos, que são 700 em acompanhamento ambulatorial em Presidente Prudente e mais de 300 atendidos pelos serviços de hemodiálise, sendo 190 na Santa Casa e 120 no HR, além de outros 30 em diálise peritoneal, que é feita em casa.

Durante a mesa-redonda, os debates envolveram, além de Chihara e Coimbra, pacientes renais crônicos; Elaine de Oliveira Almeida e Célia Harumi Tarumoto, respectivamente assistente social e psicóloga da Carim; a fundadora da Carim, a cirurgiã dentista Sumaia Cristina Zakir; o assessor de integração comunitária da Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext) da Unoeste Darci Galbiati; o médico Bruno Alves Silva, da Santa Casa; a enfermeira Priscila de Oliveira Azevedo, da Secretaria Municipal de Saúde. As discussões também passaram pela intenção de criação do Centro Especializado no Atendimento aos Pacientes Renais Crônicos e Transplantados.

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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