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Encontro pedagógico permite refletir a transdisciplinaridade

Pesquisadora orienta professores a romper com barreiras disciplinares, abrindo suas gaiolas epistemológicas


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Foto: João Paulo Barbosa Encontro pedagógico permite refletir a transdisciplinaridade
Dra. Maria Cândida: transdisciplinaridade no ensino superior

Nestes tempos de ebulição tecnológica e de profundas mudanças nas relações humanas, causadoras de grandes impactos sociais, os educadores devem repensar suas práticas no âmbito do ensino e da aprendizagem. A doutora em educação Maria Cândida Moraes, cuja produção científica inclui 35 livros, sugere aos professores a percorrerem os caminhos da ciência visando a abertura de suas gaiolas epistemológicas para adotar um quadro teórico mais amplo e fundamentado na transdisciplinaridade. Com isso, romper a práticas fragmentadas do ser, do fazer e do conhecer, no sentido de encontrar soluções compatíveis para a formação integral do indivíduo, especialmente no ensino superior.

A pesquisadora de renome e prestígio internacional proferiu, nesta terça-feira (30), a conferência do Enped, o Encontro Pedagógico dos Docentes da Unoeste, que vem sendo realizado nos últimos dez anos, sempre no início de cada ano letivo, conforme anunciou o pró-reitor Acadêmico, Dr. José Eduardo Creste. Cerca de 500 professores, incluindo diretores e coordenadores de cursos, superlotaram o Teatro Universitário César Cava, no campus I. Para a coordenadora pedagógica institucional Darcy Aparecida Alessi Delfim foi um grande aprendizado proporcionado pela conferencista, a quem ficou aberto o convite para que esteja mais vezes na universidade. Ambos recepcionaram Maria Cândida, juntamente com o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi, e a equipe organizadora do Enped. 

Amparada em notável suporte teórico e em suas vivências, entre as quais a docência em programas de pós-graduação da PUC-SP e da Universidade Católica de Brasília, incluindo ainda assessoria de planejamento no Ministério da Educação e coordenadora adjunta da Rede Internacional de Ecologia dos Saberes (Ries) da Universidade de Barcelona, Maria Cândida expôs a natureza complexa da transdisciplinaridade, mas que precisa ser entendida com clareza ontológica, metodológica e epistemológica, para melhor compreensão de como a realidade se manifesta e, consequentemente, como se realizam os processos de construção do conhecimento e da aprendizagem.
Foto: João Paulo Barbosa Público presente na conferência no Teatro Universitário César Cava
Público presente na conferência no Teatro Universitário César Cava


No seu entendimento se faz necessária uma epistemologia mais aberta, capaz de priorizar as relações e as interações, entre outros mecanismos como são os das redes e seus processos auto-eco-organizadores, dialógicos, recursivos e emergentes. O uso da lógica binária (apenas isso ou aquilo) excludente deve dar lugar a uma lógica ternária (existe sempre mais do que isso ou aquilo) capaz de unir o que aparentemente está desunido; reconhecendo a relação do sujeito (aluno) com o objeto (conteúdo) pelo seu nível de percepção em relação ao nível de realidade. Assim, ampliar o nível de percepção dos alunos é um papel que cabe ao professor, sendo que, para isso, necessário se faz dominar conteúdos para além de sua disciplina e capaz de se integrar com outras disciplinas.

Pelo exposto pela conferencista ficou o entendimento que dar aula nos dias atuais, diante de novos paradigmas, implica em atitude de abertura para a vida, conspirando a favor da vida, privilegiando a sustentabilidade e a cultura da paz, no entendimento do sujeito como um todo: corpo, mente e espírito; pois a construção do conhecimento passa pelas emoções, para as quais é preciso dar a devida atenção. Então, o abrir das gaiolas epistemológicas, das disciplinas para a transdisciplinaridade, é religar as partes ao todo, a contextualizar o objeto do conhecimento e a problematizar. Porém, romper as fronteiras do conhecimento exige o uso de outra lógica: a dialógica, valorizando o pensamento reacional, crítico e criativo, dentre outros.

Gênero e diversidade – Com programação no decorrer desta semana, o Enped 2018 teve na tarde e noite de segunda-feira (29) várias atividades em salas de aula e auditórios do campus II, incluindo a mesa-redonda “Gênero e diversidade sexual na universidade: uma questão de direitos humanos”. O tema foi exposto para reflexão e debate pela defensora pública Giovana Devido dos Santos Rota, pela ativista da causa Waléria Suri Zafalon e pelo doutor em educação Jorge Mariano, que faz pós-doutorado junto ao Programa de Mestrado em Educação da Unoeste.

Foi explicado que a Defensoria Pública presta assessoria jurídica em geral para os necessitados, não necessariamente por questões financeiras, mas pelo estado de vulnerabilidade, e tem atuado nas conquistas de direitos da população LGBTQ- Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e Queer. Waléria contou sua história de vida, dizendo que nasceu menino, mas sempre se sentiu menina. Por isso, só alcançou a alegria de viver aos 34 anos de idade, quando assumiu sua própria identidade. Falou de sua luta para superar preconceitos e discriminação, na busca de seus direitos e do processo transexualizador oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O Dr. Mariano falou sobre as relações de gênero, a universidade e as violências (in)visíveis. Num primeiro momento, expos sobre a história do feminismo. Em seguida, teorizou sobre gênero. Por fim, discorreu sobre as violências na sociedade, incluindo a universidade.  Todas as falas foram no sentido de orientar diretores, coordenadores e professores de diferentes cursos, inscritos para participar da mesa-redonda, também prestigiada pelo pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão.

Oficinas – Na segunda-feira foram ministradas as seguintes oficinas: 1 - Fundamentos do Processamento Auditivo Central, com foco nos distúrbios e as dificuldades de aprendizagem, por Maria Cristina Corazza; 2 - Atividades com software GeoGebra para o ensino de conceitos de cálculo diferencial e integral, visando superar as dificuldades dos alunos, por Monica Fürkotter; 3 – A metodologia peer instruction aliada à tecnologia digital de informação e comunicação, com oferta de subsídios para que os professores possam utilizar tais estratégias em suas aulas, por Raquel Rosan Christino Gitahy, Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos e Sidinei de Oliveira Sousa; 4 – Competências e habilidades, plano de ensino e plano de aula, por Maria Eliza Oliveira Nogueira; e 5 – Aula operatória, com foco em estratégias a serem desenvolvidas com alunos para que possam construir habilidades e competências em analisar, compreender, criticar..., por Olga Maria de Andrade Pereira Boscoli.  

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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