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Enapi possibilita compartilhar pesquisas realizadas nos EUA

Pesquisadora brasileira com vínculo norte-americano vê na estrutura da Unoeste um canal para bons projetos


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Foto: João Paulo Barbosa Enapi possibilita compartilhar pesquisas realizadas nos EUA
Dra. Camila Henriques Coelho ao compartilhar suas vivências nos EUA

Por conta de ampla vivência internacional em pesquisa, a biomédica Dra. Camila Henriques Coelho foi convidada pelos organizadores do 23º Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe). Nesta quarta-feira (24) proferiu a conferência de abertura do 23º Encontro Anual de Pesquisa Institucional e Iniciação Científica, um dos três eventos que compõe o Enepe 2018. Foi uma manhã de compartilhamento de experiência em produção científica e de uma constatação feita com o olhar de quem vê de fora, a de que os pesquisadores vinculados à Unoeste são privilegiados pela estrutura da universidade que constitui um canal para conseguir elaborar bons projetos e obter o aporte de agências de fomento.

Os norte-americanos atuam nesse sentido, mas com o diferencial de que os Estados Unidos disponibilizam muito dinheiro para pesquisa. Exemplificou, comparativamente, que se o aporte daqui é de R$ 50 mil ou até R$ 100 mil, lá é U$ 180 mil; mas podem ser bem mais, chegando a milhão ou milhões de dólares. “É um dinheiro usado com responsabilidade. Existe respeito com o dinheiro público. Se é preciso comprar um equipamento, é feito um levantamento de preços”, comentou. Outro fato significativo na comunidade científica norte-americana tem sido o empoderamento das mulheres, que está ocorrendo de forma gradativa em um espaço de predominância feminina, no qual somente 3% delas são chefes de laboratórios de pesquisas.

Porém, a pesquisadora mineira de Governador Valadares e que está radicada nos Estados Unidos, entende que conquistar espaços, independente do gênero, depende de traçar metas e objetivos. Foi assim que de 2015 até os dias de hoje ela recebeu meia dúzia de prêmios e em um único ano (2017) publicou nove artigos científicos, um número bastante expressivo. Sobre a quantidade de publicações, como resultado das produções, a expertise está na ciência colaborativa, muito praticada pelos norte-americanos. “As relações entre os cientistas são menos pessoais e muito mais profissionais”, contou para manifestar o entendimento de que, na relação professor e aluno, os resultados são bem mais promissores ao manter o profissionalismo e se envolver menos em questões pessoais.

O pensamento deles é o de que fazer ciência é fácil; difícil é lidar com pessoas. Em relação aos brasileiros existe encantamento, exatamente por provocarem uma relação mais humanizada. Baseada em tudo o que tem vivido, a Dra. Camila acredita que o pesquisador brasileiro pode ser melhor do que quem tenha estudado em Harvard ou Princeton, por exemplo. Há um motivo para isso: a força produtiva de latinos, também comum em africanos, que trabalham cerca de três vezes mais que os norte-americanos, os quais valorizam muito o relacionamento interpessoal, que é uma qualidade muito favorável aos brasileiros, também dão valor à organização, comprometimento e pontualidade.

Todavia, o brasileiro fazendo pesquisa nos Estados Unidos precisa abrir mão de algumas coisas e ao abdicar encontra mais tempo para se dedicar. Outro aspecto evidenciado pela conferencista, surpreendente devido a sua formação em universidade pública, foi de ter constatado a existência de muita gente de universidade particular ir tão longe e tão bem. Citou dois casos de mineiros que estão fazendo brilhantes carreiras como cientistas, originários de instituições de ensino superior particulares de Itabuna e de Belo Horizonte. Sobre fazer pesquisa nos Estados Unidos, chamou a atenção para a necessidade de domínio da língua inglesa e para o fato de que existem muitas oportunidades gratuitas.

Foto: João Paulo Barbosa Público da abertura do 23º Enapi, no auditório Azaleia, no campus II
Público da abertura do 23º Enapi, no auditório Azaleia, no campus II

Falou ainda das possibilidades de pesquisas fora das bancadas dos laboratórios, feitas pelo computador; das oportunidades de mercado de trabalho para quem tenha boa formação e do reconhecimento que tem um PhD em qualquer lugar do mundo, ao ponto de nos Estados Unidos serem praticados três tipos de tratamento ao se dirigir a uma pessoa: senhor, senhora e doutor; seja no comércio, na consulta médica ou na viagem aérea, entre outros lugares. A conferência foi encerrada com várias perguntas, a maioria feita por pesquisadores que agradeceram a contribuição da biomédica que foi convidada por seu colega Dr. Marcos Vinicius Pimenta Rodrigues, coordenador do curso de Biomedicina e professor na pós-graduação.

Na cerimonia de abertura do Enapi, o pró-reitor acadêmico Dr. José Eduardo Creste representou a Reitora Ana Cristina de Oliveira Lima. O pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e extensão Dr. Adilson Eduardo Guelfi fez um breve pronunciamento sobre o tema do Enepe 2018: “Cultura maker: imaginar, conectar e inovar”, dizendo que a pesquisa tem muito desse papel de colaborar com a cultura maker, como algo que perpassa todas as dimensões, promove compartilhamento e se alinha com a colaboração local, regional, nacional e internacional; permitindo que as fronteiras sejam cada vez menores e contribuindo com a ciência e a sociedade.

Perfil – A conferencista Dra. Camila Henriques Coelho é graduada em Biomedicina, pela Universidade de Uberaba (MG); mestre em Biociências Aplicadas à Farmácia, pela USP; doutora em Ciências Farmacêuticas, pela Universidade Federal de Minas Gerais; realizou estágio de pós-doutorado no Departamento de Biologia na Georgetown University de Washington DC, nos EUA; foi coordenadora do Curso de Biomedicina das Faculdades Faminas, de Belo Horizonte (MG); está realizando estágio de pós-doutorado no Laboratório de Malaria, Imunologia e Vacinologia do  National Institutes of Health de Rockville, nos EUA; é  membro da Sociedade Brasileira de Protozoologia é membro efetivo da American Society of Tropical Medicine and Hygiene); é editora associada de três revistas científicas na área de medicina tropical.

Programação – O 23º Enapi conta com ampla programação desenvolvida em três períodos, sendo que pela manhã, entre outras atividades, foram realizados dois minicursos. O “Uso do DEA – Análise Envoltória de Dados: estudando eficiência para a exatidão nas pesquisas”, foi ministrado pelo Dr. Moisés Martins, da Unoeste.  A “Pesquisa científica: o que é e como fazer” teve a ministração das professoras Gabriela Haro de Melo e Fernanda Luiza Guinosi Barbosa Deack, da Unoeste.

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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