Desafios da advocacia corporativa são discutidos em palestra
Josie Jardim, diretora jurídica para América Latina da GE, esteve na Unoeste nessa segunda-feira (12)
Estar preparado para as novas tecnologias e aberto para as mudanças constantes da profissão são atributos essenciais para a advocacia coorporativa. “Esse profissional precisa abandonar a postura conservadora e deve buscar formas alternativas de atuação”. É o que pensa a diretora jurídica para a América Latina da General Eletric (GE), Josie Jardim. Ela esteve na Unoeste nessa segunda-feira (12), e ministrou palestra para alunos do curso de Direito, com a participação de acadêmicos da Faculdade de Comunicação (Facopp/Unoeste).
Segundo a diretora jurídica da GE, normalmente os advogados são preparados para seguir carreira pública ou atuar como autônomos, mas existe uma profissão ligada ao desenvolvimento de negócios em expansão, a qual ela trabalha há anos. “As coisas estão mudando e os desafios vão surgindo, como na tecnologia, inteligência artificial, atividades que até agora eram feitas por advogados e a tendência é que desapareçam ou possam ser feitas por máquinas; então, precisamos nos preparar melhor para o futuro e conseguir exercer a advocacia de uma forma diferente”.
Ela destaca que dentro de uma companhia o advogado é uma ferramenta para que se possa fazer o negócio. “É preciso ter a sensibilidade de avaliar o que é risco, o que é importante e o que pode ser deixado de lado. Eu sempre digo que o mais difícil não é dizer que ele tem que fazer alguma coisa, mas sim parar de fazer algo. Temos uma tendência de pensar que tudo o que fazemos é muito importante, e não é verdade, muita coisa é firula. Esse é um exercício que temos que fazer”, ressalta.
Sobre o departamento jurídico ainda ser visto como “intocável”, Josie afirma que muito dessa história é culpa do próprio advogado. “A gente se faz de difícil, escrevemos e falamos de forma complicada, o que na verdade afasta as pessoas. Sou totalmente avessa a essa postura, porque acredito que somos parte da equipe e o meu papel é viabilizar o negócio, de achar as melhores maneiras de fazê-lo ao invés de dizer que não pode. Precisamos ter muita segurança e agilidade mental para entender o que se está buscando”.
Josie também já foi diretora jurídica da Motorola e da Amazon Brasil, criou o grupo “Jurídico de Saias”, formado atualmente por mais de mil mulheres, e é detentora de prêmios como o Maria Imaculada Xavier Silveira, dado pela OAB São Paulo para mulheres que se dedicam a trabalhar em prol da igualdade de gênero. Sobre ser mulher e ocupar um cargo do alto escalão na maior empresa digital industrial do mundo, ela conta que acredita mesmo é no talento e na competência de cada um, independentemente de gênero. “É um caminho duríssimo para as mulheres, porque estou convencida de que é um momento de muita colaboração. As mulheres precisam se ajudar para conseguir quebrar esse teto de vidro que nos dificulta subir”, finaliza.
Além da palestrante, a mesa principal contou com a presença do coordenador do curso de Direito, Sérgio Ricardo Ronchi; da advogada Cristina Flumignhan Rena, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB de Presidente Prudente; e da professora Shirley de Oliveira Lima Nomura. Antes de dar início ao evento, Ronchi lembrou o falecimento do chanceler da Unoeste, professor Agripino de Oliveira Lima Filho, em seguida todos os presentes fizeram um minuto de silêncio.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste