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Estudo viabiliza alternativa para construir moradia popular

Resíduo de construção civil e vinhaça de cana-de-açúcar são utilizados para fabricação de placa pré-moldada


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Foto: João Paulo Barbosa Estudo viabiliza alternativa para construir moradia popular
Análise da placa pelo esclerômetro, aparelho para testar a resistência

Pesquisa sobre o aproveitamento de resíduo de concreto e da vinhaça de cana-de-açúcar possibilita a fabricação de protótipo de placa pré-moldada com a viabilidade de uso na construção civil, o que pode ocasionar a minimização de impactos ambientais e benefício social na construção de moradia popular. A peça modular, com 100% de ambos os produtos, foi fabricada no experimento desenvolvido pela arquiteta Jacqueline Roberta Tamashiro junto ao Programa de Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Unoeste.

A iniciativa levou em consideração questões como o avanço industrial, globalização, crescimento populacional, urbanização desordenada, maior consumo e aumento da agricultura intensiva e mecanizada. Demandas que acarretam em inúmeros problemas ambientais, envolvendo desde a extração de recursos naturais, sendo que muitos se encontram em processo de extinção, até o descarte dos resíduos gerados nos vários segmentos industriais. Também considerou a agravante ocasionada pelo descarte irregular de resíduos.

Conforme levantamento apresentado pela autora do estudo, a construção civil responde por 60% da geração de resíduos sólidos. Destes, 29% são resíduos de concreto. Em Presidente Prudente são produzidos diariamente mais de 210 toneladas de entulho. Na indústria sucroalcooleira são gerados entre 13 e 18 litros de vinhaça na produção de cada litro de álcool; sendo que, sem os devidos cuidados ambientais, esse subproduto da cana-de-açúcar pode gerar sérios danos para as bacias hidrográficas e lençóis freáticos.

Jacqueline focou o estudo na questão da sustentabilidade ambiental, de tal forma que neste momento não se projetou questões de ordem econômica. O processo metodológico contemplou a amostragem do agregado reciclado de concreto (ARC) e a caracterização da matéria-prima (cimento, areia e brita basáltica) através de técnicas de granulometria, para dimensionar a partículas de cada um desses três produtos; incluindo ainda o ensaio de inchamento pela absorção de água.

Foto: João Paulo Barbosa Jacqueline com as doutoras Rebeca e Patrícia; e os doutores Teixeira e Job
Jacqueline com as doutoras Rebeca e Patrícia; e os doutores Teixeira e Job
A partir daí foram feitos e testados vários traços, o que na linguagem da construção civil significa as misturas de componentes em determinadas proporções. Posteriormente, o traço com melhor resultado foi utilizado na fabricação, em formato cilíndrico, de novos corpos de prova, expressão que na terminologia arquitetônica significa amostras para testar propriedades, tais como a resistência. Trabalho realizado no Laboratório de Construção Civil, destinado aos cursos das engenharias e localizado no campus II da Unoeste.

No estudo bastante criterioso e minucioso, teve em sua quarta e última etapa a fabricação do protótipo da placa pré-moldada com 90 cm de comprimento por 60 de largura e 4 de espessura, submetida a ensaios físicos de acordo com a NBR 9062 – Norma Brasileira que estabelece os requisitos para o projeto, a execução e o controle de estruturas de concreto pré-moldado, armado ou protendido; adotada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

A autora da pesquisa afirma que os resultados alcançados indicam a viabilidade de utilização de placas pré-moldadas, com 100% de resíduo de concreto e de vinhaça de cana-de-açúcar, como material para construção cuja fabricação possibilita a minimização de impactos ambientais. O estudo poderá gerar registro do produto no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), pelo Programa de Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional.

Os resultados da pesquisa se tornaram públicos na manhã desta sexta-feira (6), com a banca de defesa da dissertação produzida por Jacqueline e que resultou na obtenção do título de mestre, tendo sido orientada pela Dra. Rebeca Delatore Simões e coorientada pela Dra. Patrícia Alexandra Antunes, com avaliação feita pelos doutores Aldo Eloizo Job e Silvio Rainho Teixeira, pesquisadores vinculados ao campus da Unesp em Presidente Prudente.

Ao final, Jacqueline agradeceu a parceria da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), a empresa tupãense G10 Concreto e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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