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Uso irregular da Ritalina pode causar doenças mentais

Transtornos de ansiedade, fobias e quadros de psicose podem surgir; informações foram apresentadas em evento na universidade


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Foto: Gabriela Oliveira Uso irregular da Ritalina pode causar doenças mentais
Psiquiatra Samuel Augusto Ferreira Aurélio apresentou a palestra “Da Ritalina® ao suicídio: o que está acontecendo com os estudantes”

Luzia Gomes Caseiro Paião, 37, é estudante de Enfermagem na Unoeste e casada com o empresário Marcelo Dias Paião, 41. Juntos, eles têm a Verônica de 13 anos, que desde os seis foi diagnosticada com dislexia e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e faz tratamento com o metilfenidato, mais conhecido por Ritalina. Nesta segunda-feira (16), o casal esteve no Teatro César Cava da universidade para assistirem a palestra “Da Ritalina® ao suicídio: o que está acontecendo com os estudantes”, ministrada pelo psiquiatra coordenador do Ambulatório Regional de Transtornos de Ansiedade do Hospital Regional (HR), Samuel Augusto Ferreira Aurélio.

Organizada pelo curso de Medicina da universidade, em parceria com a Liga de Toxicologia, a atividade está contextualizada na 20ª Semana de Prevenção ao Uso de Drogas (Sepreud). Para Luiza, essa iniciativa foi uma ótima oportunidade de se informar. “Há alguns anos, quando a nossa filha começou a tomar esse medicamento, não tínhamos muito conhecimento, até havia receio se o que estávamos fazendo era certo ou não”.

Paião lembra que, com o passar do tempo, o casal buscou estar mais por dentro do assunto. “Além disso, acompanhamos a melhora gradativa da nossa filha, no que diz respeito ao seu desenvolvimento intelectual. Graças a essa evolução, a dosagem do remédio foi reduzida e, hoje, continuamos com o acompanhamento de vários profissionais entre neurologista, psicólogo e psicopedagogo”.
Foto: Gabriela Oliveira Luzia e Marcelo Paião buscaram informação sobre o assunto na Unoeste; filha do casal utiliza o medicamento há 7 anos
Luzia e Marcelo Paião buscaram informação sobre o assunto na Unoeste; filha do casal utiliza o medicamento há 7 anos

O relato acima é uma história positiva do uso da Ritalina, todavia, Aurélio alerta que todo medicamento, dependendo da dose, pode ser benéfico ou trazer danos à saúde. “Existem diversas contraindicações para o metilfenidato, sendo que a primeira delas é a ansiedade e retenção, características predominantes em universitários, estudantes e concurseiros que buscam nessa substância, os efeitos que ela provoca no Sistema Nervoso Central (SNC)”.

Médico psiquiatra na secretaria municipal de saúde, Aurélio que também é docente do curso de Medicina da Unoeste, explica que a Ritalina é conhecida como a droga da atenção. “Esse medicamento estimula várias regiões do SNC, provocando a ativação do córtex e o aumento do nível de alerta. Consequentemente, a concentração da atividade mental sobre um objeto determinado é maior”.

De acordo com ele, a utilização da substância de forma indiscriminada e sem prescrição médica pode precipitar outras patologias psiquiátricas. “Transtornos de ansiedade e de humor, ataques de pânico, fobias específicas e até mesmo quadros de psicose podem surgir com essa utilização irregular. Fazendo um link com a questão do suicídio, um dos fatores predisponentes para esse ato, é justamente a comorbidade psiquiátrica de pessoas com transtornos mentais, abusadores em potencial ou de dependentes químicos”, esclarece.

A 20ª edição da Sepreud contou com uma plateia que lotou as dependências do teatro, com mais de 400 pessoas, entre acadêmicos de diversas graduações da instituição e de outras como da Unesp, além de profissionais da comunidade em geral. É o caso da Ana Paula Marcilio e Rosângela Santos Lima, respectivamente, psicóloga e enfermeira do Lar Santa Teresinha do Menino Jesus na Providência de Deus de Presidente Prudente, que vieram com a amiga Gabriele da Silva Reis Pessoa, que também é enfermeira. “Atuo em uma comunidade terapêutica gratuita que busca a recuperação de adolescentes e adultos do sexo feminino dependentes de álcool e drogas. Para mim, essa abordagem é de suma importância, pois pode me dar uma visão mais detalhada sobre a Ritalina”, expõe Ana Paula.

Para a acadêmica do 4º termo de Medicina, Gabriela Piai, o uso desenfreado do metilfenidato é uma realidade que está bem próxima. “Não tem como fechar os olhos para essa situação e, por isso, acho relevante esse momento de reflexão na universidade”. Roberta Sila Barbosa, cursa o 7º termo de Psicologia e é presidente da Liga de Toxicologia. “Desde quando iniciei a graduação tive a pretensão de me envolver em questões ligadas à prevenção ao uso de drogas”. Ela conta que já passou por experiências de recuperação de dependentes químicos. “Essa batalha que muitos travam diariamente é possível e pode ser vencida. Mas antes que ela aconteça, podemos quebrar tabus e discutir temas como o de hoje, que podem ajudar a orientar esses estudantes para que eles não se tornem dependentes desse medicamento”.

Bodas de porcelana – Há 20 anos, o curso de Medicina promove a Semana de Prevenção ao Uso de Drogas e quem esteve à frente desde o início é a professora da graduação Dra. Rita de Cassia Bomfim Leitão Higa. “Infelizmente, a droga está presente em todo o país, independentemente do lugar ou classe social. O aluno informado é mais capacitado a dizer não, quando ele não sabe do que se trata, simplesmente é atraído pelo prazer sem ponderar as consequências Temos que enfrentar essa situação com seriedade e é isso que a universidade fez durante todo esse tempo, promovendo o trabalho de orientação e informação para a comunidade acadêmica e população em geral”. Ela acrescenta que a Liga de Toxicologia, que também está na organização da iniciativa, é multidisciplinar e conta com estudantes dos cursos de Medicina, Psicologia e Enfermagem. “Essa extensão integralizada é de grande importância, pois a universidade e a saúde não são feitas por um só curso”, encerra a docente.

Solenidade de abertura – A mesa principal do evento contou com a participação de Gabriel de Oliveira Lima Carapeba (diretor do curso de Medicina), Nilva Galli (coordenadora pedagógica dessa mesma graduação), Claudia Alvares Calvo Alessi (coordenadora de extensão), Rita Higa e Roberta representando a comissão organizadora, além do palestrante Samuel Augusto Ferreira Aurélio.

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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