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Estudo dá subsídio à produção de ponkan como opção regional

Pesquisa com boro tem caráter inédito como primeiro ensaio científico na pós-graduação sobre citros na região


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Foto: João Paulo Barbosa Estudo dá subsídio à produção de ponkan como opção regional
Felipe Loosli: estudo sobre aplicação de boro em pomar de ponkan

A citricultura pode ser uma boa opção para a região de Presidente Prudente, pelo mercado cativo e pela permanência do homem no campo, dentre outros benefícios. A observação é do pesquisador Dr. José Eduardo Creste ao tornar público os primeiros experimentos sobre a produção da cultura cítrica neste âmbito regional, em estudo conduzido pelo engenheiro agrícola e agrônomo Felipe Silva Loosli. Foi avaliada a influência da aplicação de diferentes doses de boro sobre os teores de macro e micronutrientes na produção da tangerina ponkan.
 
O estudo representa o início da produção de literatura científica específica para a produção de ponkan nesta região do extremo oeste paulista, cujo solo arenoso de baixa e média fertilidade requer a aplicação de boro. Este micronutriente está entre os mais exigidos na produção de citros, com destaque para o florescimento, influenciando na quantidade e na qualidade dos frutos. Planta com deficiência de fósforo, em muitos casos, pode ser por escassez de boro. Fato é que o boro tem grande importância nutricional vegetal.
 
De origem asiática e muito comum na China, Japão, Filipinas e Índia, a ponkan é a mais popular entre as tangerinas produzidas e consumidas no Brasil, representando 60% dos plantios. Além do sabor, a sua diferença de outras tangerinas está na casca fácil de soltar, por não possuir a membrana branca entre a casca e os gomos, a qual é muito comum em outros citros. Existe somente um emaranhado de fibras cobrindo a polpa, cujo consumo ajuda na digestão. É um fruto com alto teor de vitamina C e rico em outras vitaminas. Sua produção no Brasil foi de 900 mil toneladas em 2017.
 
Desenvolvida nos últimos anos no pomar enxertado em Citrumelo Swingle, plantado há 12 anos no campo experimental no campus II da Unoeste, a pesquisa utilizou dosagens de 1 a 5 kg por hectare de boro aplicado em blocos ao acaso, contendo seis tratamentos com cinco repetições e uma planta por parcela. Os parâmetros avaliados foram os atributos químicos minerais presentes no solo e na folha, análise de frutos como sólidos solúveis, acidez titulável, ratio, número, diâmetro e peso dos frutos.
 
Houve a constatação de que as doses mais eficientes foram de 3,4 kg por hectare no primeiro ano e 4,0 no segundo. Os citricultores paulistas usam convencionalmente 1,5 kg e são os maiores produtores de citros do Brasil (72%) que é o segundo país em produção mundial, com a predominância da laranja. São 16 mil toneladas por ano, ante 32 mil toneladas da China. Conforme Loosli as doses maiores, utilizadas em seus experimentos, foram para avaliar se influenciaram mais e se poderiam minimizar o problema da lixiviação, mediante a água das chuvas levando os nutrientes.
Foto: João Paulo Barbosa Felipe Loosli com o orientador Creste e os avaliadores Tiritan e Cavichioli
Felipe Loosli com o orientador Creste e os avaliadores Tiritan e Cavichioli

As quantidades aplicadas levaram em consideração a estreita margem entre a eficiência e a dose máxima, já que o boro pode matar a planta. Entre os dados obtidos, a autor do estudo disse que os parâmetros qualitativos do fruto responderam ao tratamento de maneira esperada; não foi encontrado maiores quantidades de cálcio e magnésio na camada de 0-20cm e nem na análise foliar; e  o  regime irregular de chuvas que provavelmente o boro lixiviou para camadas mais profundas do solo no período de grandes quantidades de chuva.
 
“O boro proporcionou aumento nos parâmetros sólidos solúveis do suco e peso (g) dos frutos no ano de 2016, podendo dizer que a dosagem que se alcançou maiores índices foi de 3,3kg ha-1 e 3,4 kg ha. No ano de 2017 o boro aumentou a quantidade de frutos por planta com a dose máxima de 4kg ha e por consequência ao aumento de frutos por planta foi diminuído o peso e o tamanho (diâmetro) inversamente proporcional ao aumento dos frutos. Não se constatou efeito significativo dos tratamentos nos parâmetros de solo, nos teores foliares e na produtividade do pomar”, pontou.
 
Loosli fez a defesa pública de sua dissertação junto ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia da Unoeste na tarde desta terça-feira (25), acompanhado por seu orientador Dr. Creste e avaliado pelos doutores Carlos Sérgio Tiritan, na condição de membro interno, e José Carlos Cavichioli, membro externo convidado junto à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) em Adamantina. Os avaliadores aprovaram e elogiaram a qualidade do trabalho, especialmente pelo desafio dos experimentos a campo e pelo caráter inédito, capaz de oferecer subsídios para produtores da região e para outros estudos pelo Brasil afora.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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