Audiência simulada prepara futuros operadores do Direito

Na carreira jurídica, um dos maiores temores do recém-formado é a audiência. E não é só pela tensão do momento, mas também por conta das diversas regras que o Direito Processual prevê e os profissionais precisam estar atentos. Afinal, quem senta do lado esquerdo ou direito da mesa de audiência? No ramo trabalhista, por exemplo, a pergunta do advogado à testemunha deve ser feita ao juiz, sendo que este repassa à testemunha. É por essas e outras especificidades que durante a graduação o estudante precisa conhecer a prática jurídica para ficar mais seguro na atuação profissional.

Durante dois dias, na segunda (28) e terça-feira (29), alunos do 6º termo matutino do curso de Direito da Unoeste participaram de audiências simuladas, com situações apresentadas bem próximas da realidade. A atividade, organizada pela professora Francislaine de Almeida Coimbra Strasser, da disciplina de Direito Processual do Trabalho, foi realizada no Salão do Júri da universidade e contou com o envolvimento de 33 estudantes.

Conforme a docente, foram elaborados três problemas baseados em conteúdos que os alunos já haviam estudado no direito material e que poderiam ser contextualizados no direito processual para a realização de audiências. “Foram três audiências. Então elegemos, entre os alunos, os juízes, assistentes de juízes, advogados do reclamante e dos reclamados, prepostos e testemunhas. Assim, todos participaram de alguma forma. Trata-se de uma metodologia ativa e os alunos ficaram muito satisfeitos, dizendo ser mais fácil assimilar o conteúdo quando passam de meros ouvintes para atores”, ressalta Francislaine.

Geovanna Carrijo dos Santos Dalefi Andrade, 22, foi a juíza de uma das audiências. Ela afirma que mesmo sendo uma simulação, a responsabilidade é grande. “Claro que em um primeiro momento fiquei um pouco receosa em participar, devido minha timidez em falar em público. Mas foi uma experiência maravilhosa, que faz a gente pôr a mão na massa, seja para montar a reclamação trabalhista, fazer a defesa, organizar o que cada um vai falar e fazer, a fim de chegar próximo da realidade. Dessa maneira, conseguimos entender e fixar melhor o conteúdo explorado pelo professor em sala de aula. Superou minhas expectativas!”, expõe.

Para Roberto Nagai, a experiência também proporcionou grande conhecimento. “Até então só temos oportunidade de assistir as audiências no fórum como estudante. Ao realizar essa audiência simulada, pude sentir a realidade de como é buscar uma solução diante dos problemas que são apresentados pelos clientes, embora tenha se tratado de uma simulação, levamos muito a sério como se realmente estivéssemos defendendo o direito de uma pessoa que foi prejudicada. A realização dessa atividade foi muito gratificante, pois me despertou interesse ainda maior em ver como a justiça realmente é aplicada”, afirma.

Foto: João Paulo Barbosa