Estudo sobre impactos ambientais em rodovias elege a SP-613

O descarte de resíduos sólidos por motoristas e passageiros em rodovias causam impactos ambientais que podem ser considerados ainda mais graves quando ocorrem em locais de preservação ambiental. É o que acontece na rodovia Arlindo Bettio (SP-613) no trecho de 14 km que corta o Parque Estadual Morro do Diabo, no município de Teodoro Sampaio.

O engenheiro civil Ivan Ricardo Aguilar da Silva desenvolveu pesquisa com enfoque nesse parque situado na região do Pontal do Paranapanema. Embora seu estudo fosse voltado para o mapeamento sistemático de literatura sobre o assunto, a parte prática constou da busca de informações, de observação e de registros fotográficos nas duas margens da rodovia.

As visitas ocorreram em dias aleatórios e nelas foi possível constatar a existência de resíduos ao longo de todo trecho, sendo a maioria garrafas plásticas, latas de cerveja e de refrigerante, embalagens de salgadinhos e pedaços de pneus. Também detectou placas de orientação ambiental e de redução de velocidade para evitar atropelamento de animais que cruzam as pistas.

No aspecto teórico foi possível verificar a necessidade de otimização de produções e publicações científicas sobre o Parque Estadual Morro do Diabo, que poderão contribuir para o direcionamento de novas compreensões do tema resíduos sólidos e impactos ambientais nessa e em outras rodovias no Pontal do Paranapanema ou mesmo de outras regiões brasileiras ou não.

Silva escolheu a rodovia Arlindo Bettio pela expressividade de estar inserida em área de conservação da biodiversidade. Embora tenha encontrado menos resíduos sólidos do que imaginava, ainda assim entende a necessidade de que o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) tenha a preocupação de constante limpeza do trecho e que o município de Teodoro Sampaio possa contribuir com ações de educação ambiental.

A estrada construída nos anos 70 e considerada secundária pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), seu limite máximo de velocidade é 100 km e nos 14 km cortando o parque é de 70 km por hora. O volume diário médio de tráfego (VDM) fica em torno de 3 mil veículos, sendo essa rodovia a ligação entre Teodoro com os municípios de Euclides da Cunha e Rosana.

Como o estudo de Ivan perpassa por esse espaço geográfico de expressiva relevância ambiental, é mais uma contribuição do Programa de Mestrado e Doutorado em Meio Ambiente da Unoeste para com o Pontal do Paranapanema. Ivan fez a defesa publica de sua dissertação na manhã desta quinta-feira (19) e foi aprovado para receber o título de mestre.

Foto: João Paulo Barbosa

Seu estudo foi orientado pela coordenadora do programa, Dra. Alba Regina de Azevedo Arana, que recebeu na banca examinadora seus colegas pesquisadores Dr. Sérgio Marques Costa, que faz pós-doutorado na Unoeste, e a Dra. Maria Cristina Rizk, convidada junto ao campus da Unesp em Presidente Prudente. Ivan utilizou 200 artigos em língua inglesa e 29 em português.

Os estrangeiros referem-se aos processos e gestão de resíduos e os nacionais em reaproveitamento. Em ambos, as rodovias são vistas como ambientes de propagação de resíduos em virtude do fluxo de pessoas e também das existências de aterros sanitários.  Portanto, esse tipo de impacto ambiental é um problema mundial que requer ações de prevenção, mitigação e compensação dos danos causados.