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Estudo sobre o Pacaembu reconta história do futebol paulista

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Pesquisa do egresso de História da Unoeste, Matheus Barrientos Ferreira, aponta detalhes inéditos envolvendo a sociedade e a política

  • Foto: Cedida
    Matheus Barrientos durante visita ao Museu do Futebol no Estádio Pacaembu, em São Paulo (SP)

A construção do Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, tinha como objetivo transformar a população de São Paulo em um exemplo, para o resto do país, de população saudável e atlética. Por isso, a obra acompanhava pista de atletismo, quadra de tênis, piscina olímpica e ginásio para outras práticas. O período marca a época em que o futebol deixa de se restringir a elite para atingir a classe de trabalhadores, uma paixão à primeira vista. Popularização que rapidamente se espalhou pelos bairros operários. Serviu de estratégia política para Getúlio Vargas, que assumiu a obra que a prefeitura não teria como custear, e viu na paixão pelo esporte uma forma de ter a massa e a elite paulistana o apoiando.
 
As informações integram estudo sobre a transformação da prática do futebol na capital, inicialmente de caráter elitista e segregacionista, restrito apenas a tradicional sociedade paulistana e discorre sobre a popularização nos meios operários. Essas alterações proporcionaram mudanças conjunturais e estruturais no esporte na capital e suas relações com a sociedade. A pesquisa intitulada “O futebol operário e a construção do Estádio Municipal ‘Pacaembu’” foi desenvolvida pelo pesquisador egresso do curso de História da Unoeste, o corinthiano Matheus Barrientos Ferreira, orientado pela docente Dra. Lorayne Garcia Ueocka, durante a graduação, no período de junho de 2017 a junho de 2018.
 
O Museu do Futebol, situado no Pacaembu, disponibiliza seu acervo digitalizado pela plataforma do Centro de Referência do Futebol Brasileiro (CRFB) e o jornal O Estado de São Paulo também foi uma das fontes utilizadas pelo pesquisador. A ideia central era entender o motivo da classe operária se apaixonar tanto por uma “simples prática” esportiva, além de compreender o que levou o ex-presidente Vargas a assumir a construção do estádio, como foi esse processo e a inauguração do mesmo. A paixão pelo futebol foi o pilar para a aceitação tanto da prefeitura, quanto do governo federal para executar a obra, já que os jogos da época eram praticados na Chácara da Floresta e no Parque Antarctica, onde o deslocamento foi ficando complexo, os locais não comportavam as partidas e a elite passou a reivindicar um estádio a altura de seus times para o que chamava de “espetáculo”.
 
A pesquisa aborda ainda, a contestação do historiador José Moraes de Santos Neto, que não atribui ao inglês Charles Miller o título de criador do futebol, já que expõe atividades em colégio no interior de São Paulo. “O futebol brasileiro teria raízes nas atividades educativas do colégio jesuíta São Luis, em Itu (SP), a setenta quilômetros da capital paulista, entre os anos de 1880 e 1890”, descreveu o autor. A elite paulistana foi percussora na criação de associações em prol do futebol, que reunia pessoas com interesse em praticar a modalidade e defender as cores de um time que os representaria dentro das quatro linhas.
 
Aguarda publicação  
O inédito estudo levou o osvaldo-cruzense Matheus a apresentá-lo em diversos eventos científicos e acadêmicos, como no Departamento de História e Geografia da Universidade de São Paulo (USP), na Semana de História da Unesp de Assis, no Congresso de Iniciação Científica das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI) e na Semana de História e Jornada de Educação da Faculdade de Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente (Faclepp/Unoeste). Aguarda para apresentá-lo no Encontro Nacional de Pesquisa e Extensão da Unoeste (Enepe) e o resultado para saber se o trabalho será publicado nas Revistas Outras Fronteiras da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e História em Reflexo da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
 

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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