População prudentina é conscientizada sobre epilepsia

Estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas tenham epilepsia no mundo todo. Esse distúrbio neurológico é considerado comum, com incidência principalmente na infância. Para conscientizar a população sobre essa doença, é realizada a campanha mundial do “Dia Roxo” (Purple Day), celebrado em 26 de março. Em Presidente Prudente, a data é lembrada com ações desenvolvidas por acadêmicos da Faculdade de Medicina da Unoeste (Famepp), com coordenação da professora e médica neurologista, Dra. Maria Teresa Castilho Garcia. Nesta terça-feira (29), a atividade ocorreu em seis escolas municipais da cidade, concomitantemente, onde os universitários, acompanhados por docentes, levaram informações para as crianças e professores das unidades.

“O foco é principalmente as crianças, isso porque a epilepsia tem maior prevalência nessa faixa etária. E é importante que todos saibam como devem agir quando presenciar alguém em crise epilética”, comenta Maria Teresa. Segundo ela, as pessoas conhecem mais a convulsão, mas existem outras manifestações, como espasmos musculares e crise de ausência. “As causas para a manifestação da epilepsia são diversas, podem ser genéticas, congênitas, por falta de oxigenação no parto, acidente vascular cerebral, traumatismo craniano, entre outras. Muitas vezes, as pessoas demoram a perceber que têm a doença, retardando, assim, o diagnóstico”, pontua.

A médica comenta que a crise de ausência pode ser mais comum na infância, o que pode afetar o aprendizado, por isso, é essencial que o professor ou educador infantil consiga identificar qualquer dificuldade do aluno e relatar aos pais para que busque tratamento o mais rápido possível. “Quando esse paciente é medicado corretamente, a crise pode cessar totalmente e ele terá vida normal”, reforça. Outro ponto abordado com os alunos do ensino fundamental foi sobre como devem agir com alguém em crise. “É preciso deixar a pessoa deitada no chão, proteger sua cabeça, retirar os objetos de sua volta para que ela não se machuque, e não colocar nada em sua boca, nem objetos e muito menos a mão. Se a crise se prolongar por mais de cinco minutos é preciso chamar o resgate”, disse a médica durante conversa com os pequenos.

A diretora da Escola Municipal João Sebastião Lisboa, Sueli Catana, conta que a unidade já teve uma criança com epilepsia, período em que os colegas também foram orientados sobre como proceder em caso crise. “Informações são sempre bem-vindas. Em qualquer lugar podemos nos deparar com alguém convulsionando e devemos saber como ajudar. As crianças são disseminadoras de conhecimento e, com certeza, levarão o que aprenderam aqui aos pais”. A estudante de Medicina Agnes Vichete, 23, do 5º termo, ficou satisfeita com a recepção das crianças. “Elas ficaram curiosas e fizeram muitas perguntas. Percebi que muitas já viram alguém convulsionando, mas não sabiam do que se tratava”.

Programação – As atividades em Prudente tiveram início nessa segunda-feira (28), com ações no Hospital Regional (HR). No período da manhã, uma tenda foi montada na área externa do hospital e os estudantes da Liga Acadêmica de Neurologia, acompanhados da Dra. Maria Teresa, orientaram a população e entregaram panfletos com informações importantes sobre a epilepsia. Ainda pela manhã, no auditório da unidade hospitalar, a médica ministrou palestra para alunos de Medicina, profissionais da enfermagem e da equipe multidisciplinar, com o objetivo de reforçar o protocolo de atendimento do estado de mal epilético. Já nesta quarta-feira (30), uma tenda será montada no Parque do Povo, nas proximidades da Fundação Mirim, quando a população em geral poderá tirar dúvidas sobre o assunto.