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Estudo avalia livros didáticos sobre a África e os africanos

Pesquisa sobre noções e conteúdos constata lacunas e questionamentos que sugerem problematizar o assunto


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Foto: João Paulo Barbosa Estudo avalia livros didáticos sobre a África e os africanos
Alice Rosa Ferrari: aprovada mestre em Educação
Foto: João Paulo Barbosa Estudo avalia livros didáticos sobre a África e os africanos
Fase de arguições: Alice, Fátima e Kênia
Foto: João Paulo Barbosa Estudo avalia livros didáticos sobre a África e os africanos
Alice com as doutoras Fátima e Kênia

Dois livros de história para o quarto ano do ensino fundamental são analisados, sobre noções e conteúdos na perspectiva de contemplar a lei 10.639/2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para inclusão no currículo oficial do ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira. Embora, sejam livros aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2016, apresentam lacunas e questionamento que sugerem, no mínimo, problematizar a temática.

O estudo feito pela professora Alice Rosa de Sena Ferrari mostrou que a coleção mais utilizada nas escolas mantém estereótipos permeados por visões reducionistas e situações lacunares sobre a África e os africanos; enquanto que uma das menos consumidas apresenta enfoque mais abrangente, porém sem uma diferença substantiva. Mesmo diante de uma série de problemas que foram elencados, seu entendimento é de que não são produções descartáveis, mas que requerem problematização.

A pesquisa resultou na dissertação “A África e os africanos em livros didáticos de história: entre prescrições e realizações”, cuja dissertação foi apresentada em sessão de defesa pública na tarde desta sexta-feira (9), junto ao Programa de Mestrado em Educação ofertado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG) da Unoeste. A autora do estudo falou de suas vivências de aluna do ensino básico à condição de professora de ensino superior, enquanto afrodescendente, como fatores determinantes para trabalhar a temática.

Alice conduziu sua apresentação sem manifestar paixões e com a convicção da razão que passa pela bagagem de existências como a do rapper Emicida que, recentemente, disse o seguinte em programa exibido em rede nacional de televisão: “O Brasil aplaude a miscigenação quando ela clareia; quando ela escurece, ele condena. O táxi não para, mas a viatura para”.  Ao mencionar o produtor musical brasileiro, falou sobre questões como a de que o livro didático apresenta na história do Brasil o africano escravizado.

O estudo científico revela que, mesmo depois da lei de 2003, ocorre uma discussão estereotipada sobre a África e os africanos, permeadas por visões reducionistas e lacunares.  A escolha dos livros pelos professores segue a lógica de mercado, na qual editoras mais abastadas utilizam meios para influir no processo de escolha, incluindo distribuição de brindes. Até por questão da formação pedagógica, a escolha contempla conteúdos apresentados em ordem cronológica: geralmente menos comprometidos com as reflexões.

Ao citar as coleções analisadas “Ápis” e “Aprender, muito prazer”, Alice sugeriu melhor aproveitamento de ambas, que poderiam ajudar a desconstruir antigos estereótipos sobre a África e africanos. A autora do estudo e sua orientadora, doutora Maria de Fátima Salum Moreira, foram elogiadas pelo conteúdo produzido, durante a fase das arguições formuladas pelas avaliadoras, ambas, historiadoras e especialistas do ensino neste segmento.

Compuseram a banca examinadora as doutoras Kênia Hilda Moreira, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), e Lúcia Helena Oliveira Silva, do campus da Unesp em Assis, que fez suas considerações on-line, por Skype. Alice foi aprovada para receber o título de mestre em Educação e estimulada a prosseguir estudando a temática, em possível doutorado.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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