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Antibiótico animal de efeito prolongado é objeto de análise

Experimento com o uso em cães sadios detecta que medicamento é seguro, não provoca alterações laboratoriais


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Foto: João Paulo Barbosa Antibiótico animal de efeito prolongado é objeto de análise
Dheywid durante a defesa da dissertação
Foto: João Paulo Barbosa Antibiótico animal de efeito prolongado é objeto de análise
Banca de avaliação durante a leitura da ata
Foto: João Paulo Barbosa Antibiótico animal de efeito prolongado é objeto de análise
Dheywid com as doutoras Cecília, Karina e Rosa


Medicamento para cães e gatos lançado há quatro anos com anúncio de efeito prolongado, levou o médico veterinário Dheywid Karlos Mattos Silva a iniciar há dois anos pesquisa científica para averiguar a segurança. Queria saber se o remédio à base de cefovecina – agente antibacteriano sintético – não oferecia perigo colateral. Aplicou o antibiótico injetável em dez cães sadios e manteve monitoramento por 21 dias. “Foram encontradas algumas alterações leves, mas nada que contraindique a utilização”, anunciou o pesquisador ao fazer a defesa pública de sua dissertação no mestrado em Ciência Animal da Unoeste, nesta semana.

Graduado pelo Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran), Silva leciona anatomia na mesma instituição e atua como cirurgião de pequenos animais no hospital veterinário da instituição. A motivação da pesquisa surgiu no fato de que o medicamento lançado em 2008 apresenta efeito durante 14 dias, enquanto outros antibióticos precisam ser ministrados diariamente. O alto custo também despertou a atenção, sendo R$ 1 mil o frasco de 10 ml. Assim, quis avaliar alterações renais, hematológicas e plaquetárias provocadas pela terapia com cefovecina em cães, muito utilizada para infecções urinárias e problemas de pele.

A médica veterinária da área de patologia clínica doutora Karina Kellen Marques da Costa Flaiban, convidada junto à Universidade de Londrina (UEL) para compor a banca, disse que os fabricantes de medicamentos realizam testes antes de promoverem os lançamentos, em seus laboratórios. Porém, considera importante que sejam feitos testes externos, especialmente no âmbito da pesquisa na pós-graduação universitária brasileira. “O médico veterinário tem a informação da indústria, mas somente com o tempo saberá se realmente encontrará o resultado anunciado, com a aplicação na prática. A pesquisa pode contribuir para comprovar se o uso é seguro e em até menos tempo que o da atividade prática”, afirmou.

O campo de estudo de ações de medicamentos e alterações laboratoriais é visto pela doutora Karina como área bastante promissora. “Abre campo para diversas pesquisas, sobre tudo que for lançado. Também é possível saber em espécies diferentes, como em cães doentes ou em gatos sadios e doentes; e com outros medicamentos para outros animais. O assunto nunca se esgota”, comentou. A orientadora da pesquisa doutora Cecília Braga Laposy reafirmou o que disse sua colega de Londrina e contou que não havia estudo nesse sentido na área dos parâmetros laboratoriais.

“Existia nas áreas de farmacologia e farmacodinâmica”, citou a doutora Cecília e explicou que seu orientando promoveu a investigação científica sobre um medicamento com demanda no mercado, até pela comodidade do dono do animal. “Se uma aplicação dura 14 dias, diferente de outros que têm que ser aplicados todos os dias, o proprietário prefere o medicamento aplicado de tempo e tempo. Faz a aplicação na clínica e depois retorna, passadas duas semanas, ao invés de ter que aplicar todos os dias, normalmente em casa”, ponderou.

A banca examinadora contou ainda com a doutora Rosa Maria Barilli Nogueira (Unoeste), que também elogiou o trabalho. Dheywid Karlos Mattos Silva foi aprovado para receber o título de mestre junto à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste, instituição que escolheu para fazer o mestrado pelas referências em qualidade de ensino, por contemplar sua área de interesse e pelo acesso rodoviário entre Dourados (MS) e Prudente (SP), com a distância de 445 km, o que representa cerca de seis horas de viagem.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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