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Ovelhas deslanadas têm menor sensibilidade ao fotoperíodo

Comportamento verificado significa possibilidade de prenhez o ano todo; comparativo foi feito com lanadas


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Foto: João Paulo Barbosa Ovelhas deslanadas têm menor sensibilidade ao fotoperíodo
João Lawrence Ortigosa durante a apresentação
Foto: João Paulo Barbosa Ovelhas deslanadas têm menor sensibilidade ao fotoperíodo
Banca avaliadora: Marilice, Caliê e Lisiane
Foto: João Paulo Barbosa Ovelhas deslanadas têm menor sensibilidade ao fotoperíodo
Ortigosa com as doutoras Caliê, Lisaine e Marilice


Ao desenvolver pesquisa para elaborar dissertação no Mestrado em Ciência Animal, João Lawrence Ortigosa promoveu dois experimentos relacionados à procriação de ovelhas diante da luminosidade natural do dia em relação à noite num período de 24 horas. O trabalho científico recebeu o título de “Avalição do fotoperíodo e duração do protocolo com progestágeno sobre a concentração plasmática de progesterona em ovelhas inseminadas em tempo fixo”. Durante a apresentação dos resultados, em banca de defesa pública, foi exposto que as ovelhas lanadas parecem responder negativamente ao fotoperíodo, enquanto as deslanadas comportam bem, indicando manutenção do ciclo o ano todo.

A pesquisa foi desenvolvida com dois questionamentos centrais. Um deles: será que na região de Presidente Prudente as ovelhas respondem ao fotoperíodo? Outra: será que a presença do progestágeno no organismo da ovelha teria alguma influência na taxa de prenhez? Ortigosa abriu a apresentação dizendo que a criação de ovinos remonta a milênios. Citou como exemplo o rei Davi, que foi pastor de ovelhas, conforme está no Antigo Testamento. Ao trazer o assunto para os dias atuais, pontuou alguns aspectos sobre a expansão da ovinocultura, incluindo melhoramento genético. Para o autor do trabalho, essa atividade se apresenta muito interessante ao produtor rural, o que justifica os vários experimentos científicos.

A ovelha entra na puberdade aos seis meses, desenvolve o ciclo a cada 17 dias, permite a transferência de embriões e possibilita a otimização de espaço na propriedade. Se num hectare é possível a criação de um bovino, os ovinos podem ser de 11 a 22 e até 40, sendo neste último caso com ganho menor de peso. “Para a pequena propriedade a ovinocultura é mais atrativa e possui um mercado em crescimento. Entre as vantagens está possibilidade de duas crias por ano ou um pouquinho mais”, comentou o pesquisador, para entrar na explicação sobre o comportamento cíclico de algumas raças nos períodos de duração de menor ou maior intensidade da luz solar.

Esse desempenho funciona por meio de estímulos visuais. A glândula pineal é controlada pela quantidade de luz e a partir daí existe todo um metabolismo com relação direta na reprodução. Os experimentos na Unoeste foram realizados entre novembro de 2011 e fevereiro de 2012, num período de alta incidência de luminosidade e calor, contrariando a condição de que a sensibilização da ovelha se dá em estação com menos luz.

No primeiro experimento foram utilizados oito animais para saber o quanto de progesterona circulante, com as coletas de sangue em períodos distintos, sendo inicialmente com a diferença de uma semana e depois mais espaçados. O sangue coletado foi levado ao laboratório, centrifugado e separado o plasma para dosagem da progesterona. No segundo experimento 38 ovelhas foram divididas em três grupos, com implante do progestágeno com seis, nove e doze dias, respectivamente. Animais do padrão Texel (lanados) e Santa Inês (deslanados) foram inseminados artificialmente via intrauterina, por laparoscopia.

Quanto aos resultados e discussões, o primeiro experimento permitiu constatar melhor comportamento ao fotoperíodo das ovelhas deslanadas em relação às lanadas. No segundo, o tempo de permanência do progestágeno indica protocolo com tempo menor, de apenas seis dias, que pode ser usado mais de uma vez. Em síntese, as conclusões são de que ovelhas deslanadas apresentam concentração plasmática maior que as lanadas, no período avaliado; e que a duração de permanência de progestágeno não afeta a taxa de prenhez em ovelhas, embora o implante com doze dias tenha apresentado efeitos menores que os de nove e seis dias.

Ortigosa foi orientado pela doutora Caliê Castilho, que integra o corpo docente do Mestrado em Ciência Animal e que na banca de avaliação teve a seu lado as doutoras Marilice Zundt Astophi e Lisiane Dorneles de Lima, convida externa da Universidade Norte do Paraná (Unopar). Aprovado, o autor da pesquisa e da dissertação agora receberá o título de mestre, emitido pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste. A defesa pública ocorreu na última sexta-feira (28).

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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