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Pesquisa utiliza veneno de cascavel para avaliar lesão renal

Cuidados antes dos sintomas se manifestarem, como medidas nefroprotetoras, ampliam chance de sobrevivência


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Foto: Homéro Ferreira Pesquisa utiliza veneno de cascavel para avaliar lesão renal
Ana Maria durante o momento de arguições
Foto: Homéro Ferreira Pesquisa utiliza veneno de cascavel para avaliar lesão renal
Banca avaliadora: doutores Motta, Rosa e Alessandra
Foto: Homéro Ferreira Pesquisa utiliza veneno de cascavel para avaliar lesão renal
Ana Maria e sua orientadora Dra. Rosa Barilli


A enfermeira Ana Maria Silva Camargo realizou pesquisa científica sobre lesões renais em ratos. A maior importância do experimento, feita com a inoculação do veneno de cascavel, esteve em determinar as causas que levam à insuficiência renal e a necessidade de determinar, de forma antecipada, um tratamento nefroprotetor. O estudo voltou-se à busca da melhor forma de tratar o paciente, independente da lesão nos rins ser provocada ou não pela picada de serpente venenosa.

Confirmou-se que, até mesmo antes do paciente manifestar os sintomas, existem medidas nefroprotetoras que devem ser instituídas. É o que explicou a orientadora de Ana Maria, a pesquisadora doutora Rosa Maria Barilli Nogueira, professora e coordenadora do mestrado em Ciência Animal, mantido junto à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste. “São várias as providências, mesmo antes de o paciente apresentar os sintomas clínicos”, afirmou.

Diante da lesão renal, quanto antes for aplicada a terapia, incluindo a nefroproteção, maiores serão as chances de sobrevivência. Entre outros casos, é o da vítima de picada de cascavel que pode causar hemorragia interna e insuficiência cardíaca, respiratória e renal. Por isso, para o estudo foi eleito o veneno de cascavel, uma das 3 mil espécies de serpentes no mundo, mais comumente encontradas em ambientes tropicais e subtropicais e das quais entre 10% e 20% são peçonhentas.

No Brasil, de 2005 a 2009, foram registrados 141.882 acidentes ofídicos, o que torna o fato um problema de saúde pública. A cascavel é responsável por 3% do total de acidentes. Todavia, representa 72% dos óbitos. A composição química do seu veneno possui elementos químicos orgânicos e inorgânicos, enzimas e toxinas. Sua ação resulta em quadros clínicos graves, incluindo a insuficiência respiratória. A gravidade da lesão renal pode ser mais acentuada quanto mais idade tiver o paciente.

Entre outros agravantes estão o nível de hidratação do paciente e intervalo entre o acidente e o atendimento médico. São situações que contribuem para a lesão renal aguda não somente em homens, mas em animais como equinos, ovinos, caprinos, coelhos, suínos, rato e outros. O rato é o mais resistente, o que consistiu numa das razões de ser escolhido para o experimento com 90 Wister, o chamado rato de laboratório, todos machos com 200 gramas de peso e 60 dias de vida.

O veneno foi obtido junto ao Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap), do campus da Unesp, em Botucatu (SP). O experimento foi desenvolvido em três grupos: o de controle com aplicação de soro fisiológico e outros dois, sendo um com quatro e outro com oito miligramas por quilo. Nos tempos de seis e 24 horas os rins foram retirados para avaliação histológica, que permitiram estudos como os de necrose tubular aguda e degeneração hidrópica.

Assim, os estudos permitiram analisar causas que provocam insuficiência renal e reafirmar que o tratamento nefroprotetor deve ser aplicado quando constatado o problema, mesmo antes da manifestação de sintomas clínicos. Se for o caso de acidente ofídico, há extrema necessidade de urgência de levar o paciente para se tratar, pois quanto mais demora, maior possibilidade de óbito.

Na tarde desta segunda-feira (5), ao promover a defesa da dissertação, “Lesões renais em ratos Wister intoxicados experimentalmente com veneno de Caudisona Durissa terrifica em diferentes doses”, Ana Maria foi aprovada para receber o título de mestre em Ciência Animal e estimulada a ingressar no doutorado, por sua orientadora e pelos avaliadores doutores Yudney Pereira da Motta e Alessandra Melchert, convidada junto à Unesp, em Botucatu.

Ana Maria é enfermeira formada pela Unoeste na turma de 2002 e atualmente leciona no curso. Também fez as especializações em UTI, na PUC de Campinas, e Docência em Magistério e Superior, na Unoeste. Em suas considerações finais agradeceu e elogiou o estímulo institucional proporcionado pela coordenação da Enfermagem e do programa de mestrado, qualificando sua orientadora como uma segunda mãe; ao que a Dra. Rosa Barilli respondeu, diante da mãe biológica que estava presente, ser a “mãe científica”. Troca de gentilizas que evidenciou a humanização na pós-graduação da Unoeste, uma contribuição para a qualidade do ensino.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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