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Solo prudentino é apontado como potencial fonte de infecção

Bactéria capaz de provocar várias doenças em seres humanos e animais é encontrada em praças e parques


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Foto: João Paulo Barbosa Solo prudentino é apontado como potencial fonte de infecção
Miriam Úbida Sales obtém o título de Mestre em Ciência Animal
Foto: João Paulo Barbosa Solo prudentino é apontado como potencial fonte de infecção
Banca examinadora: doutores Santarém, Giuffrida e Coelho
Foto: João Paulo Barbosa Solo prudentino é apontado como potencial fonte de infecção
Miriam com os doutores Giuffrida, Coelho e Santarém


Avaliar a prevalência da bactéria Listeria em praças e parques públicos de Presidente Prudente (SP). Este foi o objetivo do estudo científico feito pela enfermeira e professora de ensino superior Miriam Úbida Sales, com o foco em duas espécies: monocytogenes e ivanovii, que são patogênicas e virulentas, ou seja, capazes de produzir doenças que se multiplicam dentro do organismo humano e animal. A pesquisa foi feita com a utilização de amostras de solo nas cinco regiões urbanas: central, leste, oeste, norte e sul. Ficou claro que o solo do município pode ser considerado como potencial fonte de infecção, contaminado pelas fezes de animais ou pelo transporte mecânico da bactéria em sola de calçados.
 
Como a sobrevivência da Listeria no solo é por tempo limitado, é mais frequente que apareça nas fezes e como as pessoas costumam levar e soltar animais domésticos para defecar nas praças, esses locais estão mais sujeitos a incidência da bactéria também chamada de microrganismos. A espécie monocytogenes pode apresentar manifestações clínicas de infecções em seres humanos, sendo mais suscetíveis em idosos, gestantes, fetos, recém-nascidos e imunocomprometidos. Os idosos podem contrair meningite, septicemia, encefalite e endocardite. Nas mulheres grávidas podem provocar abortamento, nascimento prematuro e feto natimorto.
 
Aos que acabaram de nascer pode causar meningite, com o desenvolvimento da doença de uma a quatro semanas ou a septicemia neonatal, que presenta 60% dos casos. Nos imunocomprometidos, entre os quais estão portadores do vírus da Aids causa meningite, septicemia, encefalite, pneumonia, periotonites e ostilomielites. Em bovinos, caprinos e coelhos, a espécie monocytogenes pode causar encefalite, da forma nervosa; abortamento; septicemia e endoftalmite de forma ocular. Nos bovinos uma mastite rara; em cães, gatos e equinos, aborto e encefalite rara; em suínos aborto, septicemia e encefalite; e nas aves septicemia. A espécie ivanovii atinge ovinos, provocando aborto.
 
As coletas de solo, arenosos e argilosos, ocorreram em 57 das 169 praças e parques da cidade. Rotatórias, fundos de vale e praças sem área verde foram excluídos como no caso do Parque de Uso Múltiplo. Incluindo o Parque do Povo – a maior área verde urbana – nas 57 praças foram feitas as coletas de 117 amostras em áreas de descanso, recreação infantil, ajardinamento e prática esportiva (campos gramados e os de areia). Foram tomados cuidados exigidos pelo rigor científico, como desinfecção da pá para retiradas das amostras de solos e transporte em sacos de plástico.
 
Em 37 das 57 praças foi encontrada a bactéria, o que representa 64,9%. Das 117 amostras, em 56 havia a presença de Listeria, ou seja: 47,8%. Em cinco praças (8,7%) foram isoladas bactérias com potencial patogênico; capazes de transmitirem doenças, conforme análises laboratoriais. Em teste de sensibilidade, de sete bactérias com potencial patogênico, três (42,95%) apresentaram resistência ao tratamento com ampicilina; quatro (51,7%) ao cloranfenicol; cinco (71,4%) a rifampicina, sulfazotrin; e tetraciclina; e sete (100%) à ciprofloxacina e gentamicina; sendo que desses micro-organismos, isolados para o teste, todos apresentaram resistência a quatro ou mais antibióticos.
 
Independente do potencial hidrogeniônico (pH) ser mais ácido ou mais alcalino não interferiu na presença da bactéria objeto de estudo. A contaminação do solo pode transferir para os alimentos consumidos ao ar livre, sendo assim, é aconselhável que as pessoas não ingeriram qualquer tipo de alimento nessas condições. Em outras palavras: praça e parque não são locais apropriados para comer, especialmente se o consumidor não lavar bem as mãos. O estudo realizado na Unoeste foi avaliado como sendo de grande dimensão pelo pesquisador Willian Marinho Dourado Coelho, vinculado à Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina e que esteve na banca examinadora da dissertação de Miriam, levada à defesa pública na manhã desta quinta-feira (26).
 
“Trabalho de muita importância. Trata-se de um microrganismo que tem virulência de até 40%, além de ser patogênico. O resultado desse estudo gera um centro de dados interessante para o município. Esse é assunto que deve ir além do mundo científico, pois a população precisa saber desse tipo de coisa que requer atenção e cuidados por parte das pessoas em geral”, disse o examinador que esteve na banca com os doutores Rogério Giuffrida, na condição de orientador e Vamilton Alvares Santarém; ambos do corpo docente do Mestrado em Ciência Animal ofertado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste que está instalando o Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Fisiopatologia e Saúde Animal, com mestrado e doutorado.
 
Aprovada e já com o título de Mestre em Ciência Animal, Miriam Úbida Sales ingressa no doutorado em abril, na condição de aluna especial. Na pesquisa realizada durante o mestrado, quando dos trabalhos em laboratórios contou com as contribuições das estudantes de Medicina Veterinária inseridas na iniciação científica, Michele Paulo Tenório e Bruna Freitas Queiroz que se envolveram na produção da artigo “Ocorrência de espécies patogênicas e apatogênicas de Listeria em solo de praças e parques públicos em Presidente Prudente – São Paulo/Brasil” que levam também as assinaturas do doutor Giuffrida e do pós-doutorando na Unoeste, Rodrigo José Pisani.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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