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Conhecimento é processo e não deve ser tratado como produto

Pré-escola e pós-graduação proporcionam melhores desempenhos dos alunos por trabalharem práticas construtivas


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Foto: João Paulo Barbosa Conhecimento é processo e não deve ser tratado como produto
Dr. Severino e parte da plateia na abertura do Enapi
Foto: João Paulo Barbosa Conhecimento é processo e não deve ser tratado como produto
Encontro de pesquisadores com o Dr. Severino
Foto: João Paulo Barbosa Conhecimento é processo e não deve ser tratado como produto
Pró-reitores e articuladores do Enapi com o Dr. Severino


Em todos os níveis, mas especialmente no superior, há premente necessidade de mudar a relação com o conhecimento: sair da postura de transmissão para a construtividade. A defesa de mudança de paradigma é feita pelo Dr. Antônio Joaquim Severino, pesquisador de notável produção científica. “Conhecimento não pode ser tratado como produto, como algo acabado. O importante é o processo. O que se demanda do professor e do aluno no ensino superior, no processo ensino e aprendizagem é uma postura investigativa. O aprender está na medida em que se constrói e não no que se informa”, disse categoricamente ao proferir a conferência de abertura do 19º Encontro Anual de Pesquisa Institucional e Iniciação Científica (Enapi), na manhã desta quarta-feira (22).
 
Ao pontuar que são públicas e notórias as fraquezas e limitações do ensino, desde a educação infantil até a pós-graduação, o conferencista defendeu uma revolução pedagógica que envolva alunos, professores, gestores e as famílias. Há meio século inserido em produções científicas na área de educação, sua constatação é de que existe equívoco em trabalhar o ensino, que é a maneira de lidar com o conhecimento apenas como transmissão do que se sabe previamente e não como algo em construção. O gargalho maior dos problemas educacionais é verificado, pela ordem, no ensino médio, fundamental e superior (graduação). Na pré-escola (infantil) e na pós-graduação são constatados os melhores desempenhos dos alunos, por trabalharem práticas construtivas.
 
No pré e na pós trabalha-se a construção do conhecimento, respectivamente com o lúdico e com a pesquisa. Mediante a construção do conhecimento são constatados melhor desempenho dos alunos, mais qualidade e satisfação. Quando a criança sai do ensino infantil e ingressa no primeiro ano do ciclo do ensino fundamental, ocorre uma mudança muito brusca entre o lúdico e o conceitual, o que provoca desinteresse pela escola. A apatia se estende ao restante do ensino básico, com maior impacto no ensino médio, conforme revelam os dados dos exames de avaliações nacionais. Ao expor essa questão, Severino reafirma a tese de mudança do foco no ensino, com as aulas expositivas ou mesmo dialógicas associadas com a prática investigativa.
 
“O conhecimento não é mera representação dos objetos, mas a sua construção como conteúdo portador de sentido. A construção de sentido se dá mediante a atividade epistêmica da pesquisa”, pontua. Porém, fez a seguinte ressalva: “Não defendo que a universidade se transforme em instituto de pesquisa. O que está em pauta é se fecundar a partir da pesquisa”. Argumentou ainda, que estejam devidamente vinculados ensino, pesquisa e extensão. Para ele, extensão sem pesquisa é assistencialismo. Citou como exemplo a atuação em hospitais por estudantes da área de saúde, na qual a diferença em relação aos serviços públicos está exatamente na pesquisa.
 
Seguindo a temática que a organização do Enapi propôs – Ciência, Sociedade e Equidade –, disse que a discussão sobre a ciência não se desvincula do problema mais amplo, que é o da vida em sociedade, na qual a existência se configura pelas práticas: técnica, relacionada à atividade produtiva (trabalho); política, que implica a interação entre as pessoas; e simbólica, que é responsável por criar conceitos e valores, propriamente culturais. Assim, espera-se da educação que o aluno seja preparado para o mundo social, ambiental e cultural, na construção da cidadania plena. A educação precisa estar voltada para recuperar a natureza agredida, a sociedade degradada e a cultura comprometida.
 
Abertura – Ao fazer o pronunciamento de abertura do Enapi, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Dr. Adilson Eduardo Guelfi que também representou a reitora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima, disse que o evento é uma oportunidade de mostrar cada vez mais, a inserção dos alunos da Unoeste na produção científica, em busca de conhecimento e na solução de problemas com reflexos diretos na sociedade. “Estamos comprometidos com a formação e aperfeiçoamento profissional cada vez mais sólido”, falou ao compor a mesa com o conferencista e com os pró-reitores Acadêmico, o Dr. José Eduardo Creste e de Extensão e Ação Comunitária, a Dra. Angelita Ibanhes de Almeida Oliveira Lima.
 
Pesquisadores – No mesmo ambiente da abertura do Enapi, o auditório Azaleia – no campus II da Unoeste, Severino atuou, ainda pela manhã, como expositor do Encontro dos Líderes de Grupos de Pesquisa vinculados ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Evento também aberto aos interessados inscritos no Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe), que abriga o Enapi. Esteve em pauta a pesquisa como mediação do ensino eficaz e de aprendizagem significativa, com as abordagens: o conhecimento como construção de sentidos, o conhecimento como processo decorrente de uma práxis histórico-social, a docência universitária que implica em pesquisa e a aprendizagem no ensino superior que envolve, necessariamente, a prática da pesquisa.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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