Produtos naturais são pouco explorados no setor industrial
Das mais de 350 mil espécies vegetais, 55 mil estão catalogadas e apenas 8% são objetos de pesquisa
Produtos naturais poderiam ser mais utilizados pelo setor empresarial, especialmente na indústria farmacêutica. Porém, há pouco interesse do setor privado e baixos investimentos do setor público em investir nas pesquisas desenvolvidas nas universidades brasileiras. Das mais de 350 mil espécies vegetais e que podem chegar a 550 mil, somente 55 mil estão catalogadas e destas somente 8% são objetos de pesquisa. São dados que foram apresentados no 19º Encontro Anual de Pesquisa Institucional e Iniciação Científica (Enapi) pela Dra. Rosimeire Cristina Linhari Rodrigues Pietro, que responde pelo Laboratório de Biotecnologia Farmacêutica, da Unesp em Araraquara (SP).
A pesquisadora trabalha com linha de pesquisa que contempla os aspectos biotecnológicos, compreendendo atividades enzimáticas, antimicrobianas e biológicas. São realizados projetos, sendo que alguns foram apresentados no Enapi, para utilização de produtos naturais na busca e no desenvolvimento de novos agentes terapêuticos para doenças infecciosas, como a tuberculose. Os estudos buscam conhecer proteínas, enzimas e outras moléculas consideradas produtos biotecnológicos.
Em outra linha de pesquisa, os estudos são para o desenvolvimento de produtos biotecnológicos voltados à saúde humana e animal. Rosimeire fez a palestra da noite desta quarta-feira (22) para estudantes de graduação e pós-graduação inscritos no Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da Unoeste, o Enepe 2014, no qual esteve inserido o Enapi. O público presente ao auditório Azaleia, no campus II da Unoeste, teve a oportunidade de receber importantes informações com a exposição do tema “Produtos Naturais como Fontes Alternativas de Produtos Farmacêuticos e/ou Industriais.
Conforme a palestrante, no Brasil são apenas 1,1 mil espécies vegetais avaliadas em suas propriedades medicinais. Poderiam ser bem mais, considerando a força econômica da indústria farmacêutica nacional, que no ano passado apresentou um faturamento de 57 bilhões de dólares. Diante do exposto, a crítica é de que indústrias estrangeiras exploram a flora brasileira e depois vendem produtos industrializados para o Brasil. A palestra de Rosimeire contou com a apresentação feita pelo Dr. Marcus Vinicius Pimenta Rodrigues, coordenador do curso de Biomedicina da Unoeste; com o apoio da coordenadora de ações extensivas da Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext) Rosilene Martins Viel e as presenças de professores de diferentes cursos e do coordenador do curso de Farmácia, Luís do Nascimento Ortega.
Organização – As formigas cortadeiras têm um tipo de organização impressionante, sem que exista um líder na sociedade. Através de comportamento simples, emerge uma estrutura extremamente complexa, com surpreendente divisão de trabalho. A autorganização é completamente autossustentável, conforme a pesquisadora de ecologia e comportamento de formigas, Dr. Juliane Floriano Lopes Santos, da Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais (UFJF).
Como parte da programação do Enapi, na tarde de quarta-feira (22), Juliane palestrou sobre o tema “Organização Social de Formigas Cortadeiras”, oportunidade em que fez analogia entre as formigas e a sociedade humana, com a compreensão de que o homem pode olhar para a natureza e aprender com ela. Como homens e formigas são espécies sociais, são possíveis comparações. Organização, cooperação e sustentabilidade estão no centro da questão.
A palestra atendeu ao tema do Enepe: “Sociedade, Equidade e Sustentabilidade”. A palestrante foi recepcionada e acompanhada pela Dra. Caliê Castilho Silvestre. Juliane é graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1997), com mestrado e doutorado em zoologia pela Unesp em Botucatu. É professora titular da mesma universidade onde fez a graduação.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste