Minicursos fecham evento da Educação Física

Futebol de base e jogos cooperativos foram alguns dos assuntos abordados nos minicursos ministrados na última sexta-feira (7), durante o 9º Simpósio de Educação Física do Oeste Paulista, uma realização da graduação na área da Unoeste, realizado de 3 a 8 deste mês. As duas atividades ocorreram simultaneamente no Centro Esportivo do campus II e contou com a participação de alunos do bacharelado e da licenciatura.

Com dez anos de experiência na Europa, o professor de Educação Física, Walter Jesus de Magalhães Júnior, falou sobre “Estruturação e Metodologia no Futebol de Base: Tendências Europeias”. Na Inglaterra, trabalhou, jogou futebol e acumulou uma excelente bagagem profissional. “Quero apenas trocar ideias da dificuldade que temos no Brasil de formar atletas, da diferença entre uma escola de futebol e uma divisão de base de alto rendimento, além da importância da estrutura de uma metodologia para que haja uma boa transição das divisões de base para uma equipe profissional”.

Sobre a ida dos atletas brasileiros para a Europa, Magalhães Júnior afirma que muitos fatores contribuem para isso, como dificuldade financeira no Brasil e a melhor estrutura dos países estrangeiros, além da organização e dos campeonatos europeus que, segundo ele, são muito superiores. Ele também considera o futebol de base no Brasil como falho. “Precisamos mudar agora para termos um bom resultado o mais rápido possível. Antes, nossos atletas eram diferenciados pela qualidade técnica, então tínhamos muitos craques individuais. Hoje, temos apenas um, que é o Neymar Jr. A preocupação que temos é na formação de uma equipe”.

O educador físico salienta que os futuros profissionais da área é que poderão ajudar na busca por uma boa formação. “Em primeiro lugar, nossas crianças precisam ser educadas e formadas, e o esporte é o grande aliado nesse processo. Formando bons cidadãos, já estamos ganhando muito. Dentro dessa base de cidadania a gente pode ainda formar atletas”.

Nova ferramenta – Como todos podem ganhar juntos? Essa foi a pergunta do professor universitário Jefferson Campos Lopes durante o minicurso “Jogos Cooperativos: Um processo Possível de Ensino e Aprendizagem na Educação Física”. Ele apontou alguns caminhos, valorizando a cooperação, diferente da competição que todos conhecem. “Essa é uma consciência que não estamos acostumados. Sempre achamos que somente um pode ganhar e que deve ter vários perdedores”.

Segundo o docente, os jogos cooperativos é uma possibilidade de ferramenta pedagógica importante, pois, hoje, não existem tantas pessoas habilidosas fazendo educação física. “Quando mantemos a competição, acabamos excluindo muitos alunos do processo de formação corporal. Além disso, temos que despertar uma consciência de que existem outros caminhos, que não sejam somente o da competição”, afirma. Após a parte teórica, Lopes apresentou algumas atividades que despertam a cooperação entre os alunos.

Para a universitária do 6º termo da licenciatura, Stephanie Floriano da Rosa, 24, o simpósio trouxe atividades excelentes que complementam a formação acadêmica. “O interessante é que os temas se complementaram. Além disso, tivemos a presença de grandes nomes do esporte, como o Fernando Scherer e a Vânia Alves, profissionais que trouxeram um pouco de suas experiências e que contribuem também para a nossa atuação na área que escolhemos”.