Uso excessivo dos dispositivos móveis pode causar lesões

Quanto tempo você passa mexendo no tablet ou no smartphone? Já sentiu dores nas mãos, nos punhos, dedos ou ombros? Pensou que esse desconforto poderia ser em razão do uso excessivo desses dispositivos móveis? Pesquisas apontam um aumento no número de pacientes com queixa de dores nos membros superiores, justamente por conta dessas tecnologias. Sem o cuidado necessário, essas lesões, inicialmente leves, podem ocasionar problemas mais graves.

O ortopedista e professor do curso de Medicina da Unoeste, Marcelo Tribst, pontua que também aumentou o número de crianças reclamando de dores, isso porque elas passam mais tempo utilizando aparelhos eletrônicos, como videogames e tablets, além de estarem se exercitando menos. Nos adultos, ele explica que a má postura durante o trabalho, associada ao longo período no computador, além da utilização dos dispositivos móveis, também têm ocasionado problemas sérios.

Tribst explica que os movimentos feitos enquanto utilizamos esses aparelhos causam tensão em pontos importantes do nosso corpo, como no extensor do polegar, o que causa ainda a dor no punho. “Do punho, a dor vai para o cotovelo, passando para o ombro e pescoço. Também pode começar de cima para baixo”.

Izabelle Corado, do 4º termo de Direito, conta que começou a sentir dores contínuas nas mãos e no punho no início deste ano. Foi orientada pelo médico a fazer diversas pausas durante o trabalho para se alongar e evitar movimentos repetitivos. “Trata-se de uma lesão leve, mas sei que se eu não cuidar pode agravar”.

Ajuda profissional – O ortopedista Marcelo Tribst lembra que depois de três dias de dor leve, que começa a progredir e a incomodar durante o dia, se estendendo para a noite, já indica que é hora de procurar um médico. “O risco é a famosa LER [Lesões por esforços repetitivos], agora chamada de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort). Em graus mais elevados pode ocasionar problemas emocionais, pois, geralmente, ocorrem com pessoas na idade produtiva da vida”.

O docente da Fisioterapia, Marcelo Amaral Santos, frisa que para iniciar o tratamento é preciso ter o diagnóstico médico. “O objetivo é aliviar a dor e reduzir o processo inflamatório. Na fisioterapia, numa fase aguda, existem diferentes tratamentos, como eletroterapia, exercícios específicos, entre outros, além de orientações, como a forma adequada de desempenhar as atividades”, pontua e reafirma a necessidade de todos respeitarem o limite do corpo.
 
Dicas médicas
“Para as crianças, o importante é que os pais delimitem o tempo de uso dos dispositivos móveis. O ideal é no máximo até duas horas, com intervalo de três horas, no mínimo. Os adultos também devem fazer intervalo a cada hora de atividade para se alongar”, Marcelo Tribst, ortopedista.
 
Prevenção
“Evitar movimentos repetitivos e posições estáticas prolongadas; manter os músculos flexíveis e fortes; alongar sempre que for iniciar atividade prolongada ou rigorosa por muito tempo”, Marcelo Amaral Santos, fisioterapeuta.