Construção da poética docente acontece em todos os lugares
O jeito de ser, de olhar e de conduzir do professor é uma construção permanente, que se dá em todo momento
Num trabalho sustentado em referências teóricas, a professora Maria Brígida Valentim Portela investigou como a experiência impacta na poética docente e como esta contribui para as práticas educativas no ensino de Arte na contemporaneidade. Especificamente a problematização esteve voltada ao lugar da experiência na história do ensino de tal disciplina no Brasil, compreendendo o sentido da bagagem possibilitada pelas tradições da filosofia da educação e na formação estética dos sujeitos. “Não há um lugar, mas muitos para a construção poética”, afirma a autora da pesquisa bibliográfica que resultou na dissertação “O Lócus da Experiência na Construção da Poética Docente no Ensino de Arte”.
A expressão poética docente está relacionada à postura do professor, no seu jeito de ser, de olhar para o aluno e de conduzir os processos de ensino e de aprendizagem. É a postura de olhar o aluno como parceiro e com ele partilhar saberes, inclusive para que o mesmo seja emancipado, que passe, cada vez mais, a depender de sua própria inteligência nas soluções de problemas escolares, pessoais, sociais e profissionais. “A forma como você olha para o mundo não é igual. Há diferença de um e de outro”, comenta a professora no sentido que essa e outras diferenças sejam consideradas e respeitadas nas relações professor e alunos.
“A construção da poética docente pede um olhar atento, com disposição para o novo, no sentido de um (re)desenhar constante de si mesmo”, diz Maria Brígida, ao formular a defesa pública de sua dissertação, na tarde desta quinta-feira (18) junto ao Programa de Mestrado em Educação, mantido pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste. O estudo exploratório, descritivo e analítico recebeu abordagem qualitativa para buscar a compreensão do lócus da experiência, em sua construção histórica, social e dinâmica, na qual a escola está inserida.
“Olhamos para a experiência enquanto conceito filosófico, para saber como pode impactar na forma do professor trabalhar”, comenta a professora que teve a orientação do Dr. Genivaldo da Silva Santos. Os resultados possibilitaram considerações, sem apresentar algo acabado, por ter se debruçado sobre um assunto que apresenta um leque de possibilidades a serem estudadas. “Os saberes da experiência das relações humanas, vividas pelo professor em qualquer lugar que esteja, contribuem com a poética docente”, afirma.
Além do orientador, estiveram na banca examinadora os doutores Alonso Bezerra de Carvalho, convidado junto a Unesp em Marília, e Fátima Salum Moreira. Professora aposentada da Rede Estadual de Ensino e atualmente trabalhando como docente no ensino superior em Ourinhos, Maria Brígida obteve aprovação para receber o título de mestre em Educação, outorgado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste