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Ensino de filosofia no ensino médio paulista requer filósofo

Cadernos ofertados pelo Estado auxiliam o professor, mas impõem limites sobre a liberdade de ensinar


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Foto: João Paulo Barbosa Ensino de filosofia no ensino médio paulista requer filósofo
André ao fazer a defesa pública de sua dissertação
Foto: João Paulo Barbosa Ensino de filosofia no ensino médio paulista requer filósofo
Banca examinadora: doutores Erika, Santos e Carvalho
Foto: João Paulo Barbosa Ensino de filosofia no ensino médio paulista requer filósofo
Baldan com os doutores Santos, Carvalho e Érika


Estudo científico desenvolvido no mestrado em Educação da Unoeste problematizou a filosofia no ensino médio. Entre o ensinar a história da filosofia e promover atividades reflexivas, devem prevalecer as atividades em praticar o exercício da experiência do pensamento. Para isso, é necessário o professor filósofo. Quanto aos cadernos de material didático, ofertados pela rede paulista de ensino, houve a constatação de que representam auxílio ao professor, mas impõem limites quanto à liberdade de ensinar.

A pesquisa realizada por André Santiago Baldan resultou a dissertação “O Ensino de Filosofia no Ensino Médio: Uma Análise a Partir das Considerações de Professores da Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo”, com a defesa pública feita na manhã desta quinta-feira (18), como requisito obrigatório para a conclusão do mestrado em Educação na Unoeste, junto à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação. Foram levantadas concepções de professores vinculados a uma das diretorias de ensino do interior paulista.

Conforme o autor do estudo, a preocupação com o tema é relevante, considerando o retorno da disciplina ao ensino médio, depois de abolida na década de 1970. A volta se deu com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996. Tempo suficiente para promover o desinteresse pela formação em filosofia, de tal forma que são muitos os professores lecionando a disciplina sem que tenha habilitação específica, o que acarreta vários problemas aos processos de ensino e de aprendizagem.

Baldan ouviu, mediante a aplicação de questionário, quatro professores. As escolhas recaíram sobre um com formação universitária, um procedente de seminário e um que fez curso a distância, sendo um quarto sorteado entre os sem formação específica para lecionar filosofia. Questionados sobre o que significa filosofia, parte considerou como atividade introspectiva e outra como atividade argumentativa, demostrando afinidade com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).

Questionados sobre qual a importância da história da filosofia nas aulas de filosofia, 75% das respostas indicaram tal foco como base teórica. Todos os entrevistados (100%) disseram não ser necessário o profissional filósofo para dar aulas de filosofia, dos quais 66,7% não adotam uma determinada postura filosófica. São 88,9% insatisfeitos com os cadernos, mas que acatam amplamente as atividades do material didático enviado pelo Estado.

Orientado pelo Dr. Genivaldo de Souza Santos, após desenvolver o estudo em duas etapas metodológicas, que foram as de análise bibliográfica e de análise de conteúdo, Baldan constatou – mediante a problematização filosófica dos dados obtidos e da compreensão sobre as concepções dos participantes da pesquisa – a necessidade de um professor filósofo, “que convide e contagie seus alunos com a vontade de dar conta do vazio que nunca é satisfeito”.

“Os cadernos auxiliam o trabalho dos professores na medida em que servem como um guia de conteúdos a serem trabalhados em todo o estado, possibilitando uniformidade e continuidade para os alunos que mudam de escola no meio do ano letivo. Porém, o mesmo material limita o professor no que se refere à liberdade de cátedra e, por suas contradições e limitações, limita a riqueza da história da filosofia e seu ensino”, pontuou.

Na banca examinadora estiveram os doutores Alonso Bezerra de Carvalho, convidado junto a Unesp em Marília, e Erika Porceli Alaniz. Baldan foi aprovado para receber o título de mestre em Educação, outorgado pela Pró-reitoria da Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste. Em abril deste ano, apresentou o trabalho em evento duplo na Argentina: 2ª Jornadas Nacionais de Política Educacional sobre o Ensino da Filosofia e 1ª Jornada Internacional de Filosofia da Educação.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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