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Infecção de frango por toxocara pode atingir caráter crônico

Teste imunoenzimático de Elisa pode ser uma ferramenta de alta eficiência para a detecção de anticorpos


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Foto: João Paulo Barbosa Infecção de frango por toxocara pode atingir caráter crônico
Raposo: aprovado para o título de mestre em Ciência Animal
Foto: João Paulo Barbosa Infecção de frango por toxocara pode atingir caráter crônico
Banca examinadora: doutores Giuffrida, Santarém e Lisiane
Foto: João Paulo Barbosa Infecção de frango por toxocara pode atingir caráter crônico
Raposo com os doutores Santarém, Lisiane e Giuffrida


A toxocaríase como zoonose cosmopolita e presente em todo planeta, tem entre os hospedeiros cães e gatos, com capacidade produtora no intestino delgado de 200 ovos por dia, que saem nas fezes e podem contaminar humanos causando sérias doenças. O contágio também pode ocorrer no consumo de alimentos: verduras e carnes. A criação do frango ecológico, que se enquadra nos chamados alimentos saudáveis por serem livres de resíduos químicos e ao ser criado em espaço aberto, às vezes em convívio, sujeita a ave a este tipo de parasita que na linguagem popular é chamado de verme. Diante de todas estas considerações, o médico veterinário Ricardo da Silva Raposo desenvolveu estudo científico para a avaliação da produção de imunoglobulinas IgY em frangos, a partir da infecção experimental com Toxocara canis.

São escassos os trabalhos científicos com toxocara em aves, e para desenvolver a pesquisa junto ao Programa de Mestrado em Ciência Animal, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste, houve a submissão ao Comitê de Ética no Uso de Animais (Ceua). Os ovos de Toxacara canis foram retirados de filhotes no canil do Hospital Veterinário da instituição. Houve ensaios em camundongos, em relação à capacidade infectiva, para posterior experimento em 48 frangos originários de incubatório, no Centro Zootécnico da Unoeste. Com um dia de vida receberam vacinação e foram instalados em galpão que passou por desinfecção e todos os demais procedimentos necessários para garantir a saúde animal.

O período de adaptação das aves foi de 14 dias e cada uma recebeu identificação com anilha, divididas em quatro grupos de 12: o controle não infectado e os outros três infectados aos 34 dias de idade com 100, mil e mil ovos embrionados de Toxocara canis. Amostras de sangue de 2 ml foram extraídas pré-infeção e  pós-infeção aos 7, 14, 21, 28, 45 e 60, para obtenção de soro. Os experimentos ocorreram nos Laboratórios de Parasitologia e Patologia Clínica da Unoeste, com o aporte do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP) e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de São Paulo. Foram adotados vários procedimentos técnicos científicos.

“Foi realizada a padronização do ensaio imunoenzimático Elisa indireto, utilizando-se antígenos de excreção e secreção (TES) de larvas de Toxocara canis e conjugado anti-IgY de frango marcado com peroxidade, bem como avaliado o índice de avidez (IA) destes anticorpos. Uma Curva ROC foi obtida com todos os momentos e outras para a fase inicial ou aguda (7 a 21 DPI - dias pós-infecção) e fase final ou crônica (28 a 60 DPI). O ponto de corte foi de 0,368 e o teste apresentou 91,7% de sensibilidade (IC95%: 77,5-98,2) e 100% de especificidade (IC95%: 92,6-100). A eficiência foi de 97,0% aos 60 DPI”, que são parte dos dados obtidos.

O estudo orientado pelo Dr. Vamilton Álvares Santarém recebeu na banca examinadora os doutores Rogério Giuffrida e Lisiane de Almeida Martins, convidada junto à Universidade Paranaense (Unipar), que elogiou a pesquisa “que iniciou aqui com vocês e está se expandindo”, numa referência a outros experimentos com coelhos e peixes. “Há a necessidade da interação da medicina veterinária com a medicina humana”, disse em alusão aos diagnósticos obtidos em animais e que podem ser aplicados em humanos susceptíveis à larva migrans visceral, que atinge vários órgãos; à larva migrans ocular, que alcança os olhos; e a neurotoxocaríase, quando afeta o sistema nervoso central.

A defesa pública da dissertação “Infeção Experimental de Frangos com Toxocara Canis: Cinética e Avidez de Anticorpos IgY” ocorreu durante a manhã desta terça-feira (9).  Raposo foi aprovado para receber o título de mestre em Ciência Animal, concedido pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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