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Probiótico melhora resposta imunológica à raiva em bovinos

Autora de estudo científico aconselha ministração regular e afirma que não se dispensa dose de reforço


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Foto: João Paulo Barbosa Probiótico melhora resposta imunológica à raiva em bovinos
Cristina, aprovada para receber o título de mestre em Ciência Animal
Foto: João Paulo Barbosa Probiótico melhora resposta imunológica à raiva em bovinos
Banca examinadora: doutores Reis, Bremer Neto e Camargo Filho
Foto: João Paulo Barbosa Probiótico melhora resposta imunológica à raiva em bovinos
Cristina e os doutores Bremer Neto, Reis e Camargo Filho


Enfermidade infecciosa viral e endêmica, a raiva é encontrada em várias regiões do Brasil e o morcego é o principal transmissor para herbívoros: bovinos, equinos e bubalinos. No ano passado, um surto na região centro-sul do Rio Grande do Sul matou cerca de 4 mil animais. Os dados são da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Negócios (Seapa). Humanos conseguem sobreviver à doença, mas o alto custo torna inviável o tratamento em animais. Constatação feita pela farmacêutica Cristina Cecília Augusto Vella Bonacéa ao desenvolver pesquisa científica junto ao Programa de Mestrado em Ciência Animal, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste.

Diante do fato de que a vacinação é o melhor método, com a vantagem de ser barato e eficaz, o novo estudo, sobre a associação de bactérias probióticas para potencializar a produção de anticorpos antirrábicos em bovinos vacinados contra a raiva, adicionou na suplementação mineral probióticos – Lactobacillus acidophilus, Estreptococus faecium, Bifidobacterium thermphilum e Bifidobacterium longun – em diferentes quantidades. O experimento ocorreu com a utilização de 42 bovinos machos não cadastrados, da raça nelore, com 12 meses de idade e vacinados com dose única, numa fazenda no município de Pirapozinho (SP). O período experimental foi de 90 dias, sendo 30 de adaptação e 60 de tratamento.

Houve divisão em três grupos de 14 animais em cada um, mantidos em pastejo rotacionado de capim tanzânia, em piquetes com bebedouro e sombra. O grupo controle recebeu 70 gramas de suplemento mineral por dia. Foi utilizado o Fosbovi Seca, adquirido da Tortuga, em São Paulo. A mesma quantidade dada aos animais dos outros dois grupos, porém com a adição de 4 g de probióticos para um grupo e 8 para o outro.  Probióticos obtidos da Embraupec, de Paranavaí (PR). No chamado dia zero da experiência foram coletados 10 ml de sangue de cada animal, quando da primovacinação em todos, com 2 ml da vacina comercial da Vencofarma, de Londrina (PR).

Passados 30 e 60 dias, foram feitas novas coletas de sangue, também de 10 ml, colocadas em tubos a vácuo e transportadas em caixa térmica ao Hospital Veterinário da Unoeste para centrifugação. Material enviado para o Instituto Butantan; centro de pesquisa biomédica localizado em São Paulo. Os dados obtidos permitiram as análises. Os títulos individuais de anticorpos antirrábicos foram determinados por meio da técnica de soroneutralização em células, baseado no Rapid Fluorescent Focus Inhibition Test (RFFIT).  Recorreu-se à análise de variância em uma via (ANOVA one-way) com contrastes pelo método de Tukey, para determinar se os grupos experimentais diferiram entre si, dentro de cada momento.

O teste t-pareado foi empregado para determinar se ocorreram diferenças entre momentos dentro de cada grupo, com nível de 5% de significância. Conforme a autora do estudo; ocorreram diferenças estatísticas significativas das médias de concentrações séricas entre os grupos, após 30 e 60 dias da primovacinação. A presença do probiótico deixou os animais mais protegidos, comparados aos do grupo controle. Na quantidade menor, a de 4 g por dia, a proteção baixou um pouco com 30 dias (ficando em 93%) e bastante aos 60 dias (42%). Com 8g, houve queda aos 30 (72%) e aos 60 dias foi verificada a presença de 100% de anticorpos.

Entre as conclusões apresentadas por Cristina, ao fazer a defesa pública de sua dissertação nesta sexta-feira (5), são as de que existem evidências para se atribuir efeito benéfico à associação de probióticos na reposta imune antirrábica em bovinos e para se atribuir efeito sobre a manutenção de elevados níveis de concentração sérica de anticorpos em bovinos que receberam a primeira vacina contra a raiva. Outras constatações: o probiótico deve ser ministrado regularmente e não se deve dispensar a aplicação da dose de reforço, mesmo quando se tem 100% de anticorpos.

Durante as arguições formuladas pelos examinadores, foi exposto que já ocorreram, na própria instituição, pesquisas com administrações de outras quantidades de probitóticos, mas que outras, ainda a serem feitas, poderão apresentar qual a concentração melhor. Na banca estiveram os doutores Hermann Bremer Neto (orientador), Luís Souza Lima de Souza Reis e José Carlos Camargo Filho, convidado junto à Unesp em Presidente Prudente. Aprovada, Cristina passa a ostentar o título de mestre em Ciência Animal, outorgado pela Pró-reitoria da Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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