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Antiveneno de cobra é objeto de novo experimento científico

Estudo voltou-se ao questionamento sobre reações adversas à soroterapia em vítimas de acidente ofídico


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Foto: João Paulo Barbosa Antiveneno de cobra é objeto de novo experimento científico
Hernani Cesar Barbosa Santos durante o momento de arguição
Foto: João Paulo Barbosa Antiveneno de cobra é objeto de novo experimento científico
Banca examinadora: doutoras Cecília, Rosa Maria e Rita de Cássia
Foto: João Paulo Barbosa Antiveneno de cobra é objeto de novo experimento científico
Santos com as doutoras Rosa Maria, Rita de Cássia e Cecília


Em experimento realizado junto ao Programa de Mestrado em Ciência Animal da Unoeste, o farmacêutico Hernani Cesar Barbosa Santos buscou resposta ao questionamento sobre reações adversas à soroterapia em vítimas de acidente ofídico. Seguindo a premissa de que pesquisa gera pesquisa, ao final da prática científica uma das conclusões foi a de que são necessários novos estudos relacionados à adequação da dose do soro a ser utilizado no paciente picado por cobra. Também apontou a necessidade de produção de soros de maior qualidade, para maior segurança de quem receber o tratamento.

São constatações decorrentes de que os antivenenos utilizados no ensaio, quando administrados por via intraperitoneal (dentro da cavidade abdominal), causam alterações hepáticas. Foram utilizados ratos de laboratório. Orientado pela Dra. Rosa Maria Barilli Nogueira, o autor da pesquisa levou em conta que em alguns países os acidentes ofídicos estão entre as dez principais causas de morte, sendo a soroterapia heteróloga o único tratamento com resultados eficazes há mais de um século. Todavia, são comuns as reações adversas precoces e tardias.

Existem problemas a serem resolvidos com relação à produção e ao controle. Na maioria dos relatos de caso, os achados clínicos e laboratoriais estão relacionados ao sujeito que havia sido picado e recebido a soroterapia, deixando, então, a dúvida se as alterações estão vinculadas exclusivamente à ação do veneno ou também à ação do soro. Foi o que disse Santos ao fazer a defesa pública da dissertação “Efeitos de diferentes antivenenos sobre a função hepática em ratos Wistar”, na tarde de segunda-feira (24), diante de banca examinadora.

Estudos bibliográficos apresentam relatos da evidência de que quando são utilizadas quantidades excessivas de antiveneno, resultam em elevada incidência de reações. Assim é que o experimento praticado no Biotério Central da Unoeste, com antivenenos obtidos em doação no Instituto Butantan – centro de pesquisa biomédica vinculado à Secretaria de Estado de Saúde – esteve voltado ao objetivo de avaliar a ação de diferentes soros sobre a função hepática. Os 150 ratos utilizados foram distribuídos em cinco grupos.

Os grupos ficaram assim constituídos e receberam: 1) soro anticrotálico para uso humano, 2) soro antibotrópico para uso humano, 3) soro antibotrópico-crotálico para uso humano, 4) soro antibotrópico-crotálico para uso veterinário e 5) solução fisiológica, sendo este último o chamado grupo controle. “Foi realizada dosagem sérica de alaninoaminotransferase, aspartato animotransferase, gamaglutamiltransferesase, fosfatase alcalina e histopatologia do fígado, com 2, 8 e 24 horas. Os testes estatísticos utilizados foram de análise de variância com contrastes pelo método de Tukey, Anova e Kruskal-Wallis, ao nível de significância de 5%”, pontuou.

Santos contou que os resultados apresentaram, nos grupos tratados com antiveneno, aumento de alanino aminotransferease e da fosfatase alcalina, ausência de alteração de aspartato aminotransferase e gamaglutamiltransferase, além de congestão, diminuição de glicogênio, degeneração vocuolar, hiperplasia das células de Kupffer e necrose centrolobular na análise histopatológica. Houve alterações hepáticas devido à administração de antivenenos e então sugere-se novos estudos sobre a adequação da conduta quanto a dose do soro e constatação da necessidade de que seja um produto com maior qualidade.

Avaliado pelas doutoras Cecília Braga Laposy e Rita de Cássia Collicchio Zuanaze, na condição de membro externo, convidada junto ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Jaguariúna/SP, Santos foi aprovado para receber o título de mestre em Ciência Animal, outorgado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste. A doutora Rita de Cássia classificou seu estudo como muito oportuno.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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