Bullying escolar é tema de abertura de evento da Psicologia

Com ampla programação nos três períodos do dia, a 27ª Jornada de Psicologia da Unoeste teve início na noite de ontem (22) e prossegue até sexta-feira (25). Entre palestras, minicursos, oficinas e mesas redondas, o evento traz temas atuais da área, reunindo acadêmicos e profissionais para uma troca de experiências. “Buscamos assuntos que precisam ser discutidos na psicologia, pois a jornada é um complemento para a formação dos nossos alunos e uma atualização para os egressos que estão atuando”, pontua a diretora da graduação, Dra. Regina Gioconda de Andrade.
        
A palestra de abertura nesta terça-feira (22), no teatro César Cava, campus I, trouxe o tema “Uma análise histórico-cultural sobre as implicações do bullying escolar”, com o Dr. Marcos Vinícius Francisco – formado em licenciatura plena em Educação Física pela Unesp, mestre e doutor em Educação e, atualmente, realiza pós-doutorado na mesma área junto à Unoeste, com financiamento da Capes. Francisco conta que estuda o bullying desde 2003, quando começou a graduação. Depois, aprofundou o tema na pós stricto sensu. 
 
Segundo ele, quando iniciou os estudos ainda eram muito incipientes as pesquisas sobre o assunto no Brasil, sendo que as primeiras datam entre o fim dos anos de 1990 e início de 2000. “Não tínhamos muita literatura nacional. Nesse percurso, um dos grandes ganhos que tive foi de ter uma concepção de bullying que rompa com os discursos individualistas e biologizantes, trazendo uma concepção histórico-cultural de entendimento dessa prática: o bullying enquanto uma manifestação eminentemente humana e culturalmente produzida”.
 
Apesar de a denominação ser recente, a prática é antiga. Francisco comenta que os primeiros estudos denominando o bullying datam em meados da década de 1970, na Noruega. Contudo, afirma ser um erro dizer que essa prática teve início nesse período, “pois as manifestações de intimidação e preconceito sempre existiram, o que se teve foi um olhar específico à temática”. No caso dos futuros psicólogos, o doutor pontua que é preciso romper com concepções patologizantes e de cunho idealistas. “É necessário que tenham uma visão mais ampla de entendimento do fenômeno e compreendam que é produto das relações sociais e, por isso, ele também é passível de ser desconstruído e reconfigurado”, afirma.
 
Reflexão – Antes da palestra principal, o pastor da Igreja Metodista e aluno do 9º termo de Psicologia, Lindolfo de Oliveira Neto, falou sobre teologia e refletiu sobre o episódio bíblico da cura do mendigo coxo, trazendo a história para a atualidade, onde, segundo ele, não podemos nos limitar a apenas uma parcela do todo que podemos ter, como fez o mendigo por anos, sendo que seu único propósito era pedir esmolas naquele local, e não percebera, até então, do que se tratava aquele templo.
 
27ª Jornada – A programação completa pode ser conferida no espaço mural do site da universidade. Uma das novidades deste ano, segundo a diretora da graduação, é a apresentação dos relatos de experiência de estágio dos alunos do 10º termo, que será nesta quarta-feira (23), a partir das 19h, no teatro Cesar Cava. “Essa atividade tanto divulga para quem vai iniciar o estágio quanto prepara quem está se formando para fazer apresentações futuras”, avalia Regina.