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Pesquisas levantam potencial de cultivo do arroz japônico

Se houver viabilidade no plano regional, estudos levarão à criação de programa de melhoramento genético


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Foto: João Paulo Barbosa Pesquisas levantam potencial de cultivo do arroz japônico
Lima e Kawakami no Laboratório de Citogenômica e Bioinformática
Foto: João Paulo Barbosa Pesquisas levantam potencial de cultivo do arroz japônico
Distribuição de variedades de arroz para o ensaio de germinação
Foto: João Paulo Barbosa Pesquisas levantam potencial de cultivo do arroz japônico
Doutor Fluminhan com os estudantes Lima e Kawakami

  
Duas pesquisas são realizadas simultaneamente para conhecer o potencial de produção do arroz japônico na região do oeste paulista, que tem como sede administrativa de governo a cidade de Presidente Prudente. Caso seja detectada a viabilidade de produção, novos estudos científicos estarão voltados à instalação de um banco de germoplasma na Unoeste e, por consequência, a instalação de programa de melhoramento genético. A expectativa é do engenheiro agrônomo doutor em genética vegetal Antonio Fluminhan Júnior, na condição de orientador das pesquisas feitas em nível de iniciação científica pelos estudantes de Agronomia Luís Fernando de Oliveira Lima e Christian Ken Kawakami.

Prontos para iniciarem as aulas no 7º termo (penúltimo da graduação), os jovens cientistas deixaram de lado as férias deste mês. Nesta semana estão realizando as etapas iniciais do ensaio de germinação, utilizando 13 variedades de arroz, sendo sete japônicas, duas carnaroli, duas arbório e duas índica, sendo estas últimas para o controle experimental, voltado à avaliação comparativa. O ensaio ocorre no Laboratório de Citogenômica e Bioinformática da Unoeste. O plantio será a campo, durante este segundo semestre de 2014, em área de experimentação agrícola no campus II. Os resultados dos estudos serão apresentados em Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs).

Na formulação do arcabouço teórico-metodológico contempla o histórico da espécie Oryza sativa, cereal conhecido como arroz e que envolve os tipos: japônica, javânica e índica. O japônica ou japônico tem origem na região oriental da Ásia, mais especificamente no Japão, China e nas duas Coreias, do Norte e do Sul. É próprio de clima temperado, germinado em hidroponia e cultivados em campos alagados. O javânica, desenvolvido no sudeste da Ásia, é considerado o tipo japônica “tropicalizado”. O índica é originário do sul da Ásia, chamado arroz de sequeiro, cultivado em região de planalto, onde há pequena disponibilidade hídrica.

Na Europa, na região da Itália existem dois tipos de arroz: carnaroli e arbório, cultivares obtidos a partir de variedades japônicas, apropriados para alguns pratos conhecidos pela culinária mundial, como é o caso do risoto. Assim como o arroz japônico é próprio da culinária japonesa, em que os pratos são em pequenas porções juntadas a outros ingredientes que não se desfazem mesmo levadas ao molho de soja shoyu ou pelo manuseio com hashi, as varetas utilizadas como talheres. É um tipo de arroz que ao ser cozido fica grumoso, por apresentar consistência no ajuntamento de grãos.

No Brasil, o arroz japônico é historicamente cultivado no Vale do Ribeira, Mogi das Cruzes, Cotia, em algumas cidades do interior paulista e no norte do Paraná; por serem regiões que concentram grande número de descendentes de japoneses. Para atender esse público, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) desenvolveu a semente de arroz IAC 400, de origem japônica e adaptada às condições de cultivo do sudeste brasileiro. Semente inserida nas duas pesquisas realizadas na Unoeste; além das índicas IAC 105 e IAC 201, porém somente enquanto controle experimental.

As demais variedades foram encontradas em feiras, supermercados, lojas de produtos importados e restaurantes da culinária japonesa. Os cultivares do IAC são com casca e as demais são arroz polido – pronto para ser cozido. Com casca, o embrião da semente fica protegido, o que geralmente leva a maior taxa de germinação. Sem casca, a taxa pode cair. Na pesquisa de Lima serão utilizadas quatro variedades de arroz japônico e as duas índicas, para saber quais as épocas do ano para melhor plantio. O cultivo a campo será feito em parcelas de 10 a 15 metros quadrados, em três repetições, entre os meses de julho a outubro.

Feitas as colheitas, a produção passará por análise morfométrica agronômica, para avaliar a altura da planta, tamanho da panícula, número de grãos na panícula e peso de mil sementes, entre outros parâmetros. Na pesquisa de Kawakami serão utilizadas todas as variedades por eles obtidas e feitas avaliações comparativas de genótipos e as características que podem levar à maior produção, como resistência às pragas e doenças, o grau de precocidade, a produtividade, a uniformidade de maturação e a produção de grãos por unidade de área, entre outros.

No final, as duas pesquisas remetem para o mesmo caminho, que é da possibilidade de cultivo no arroz japônico na região. Diante da realidade de mercado, no qual essa variedade, de formato arredondado, tem o produto comercializado a preço mais alto que o índica, de formato agulhinha, é possível que o produtor venha se interessar pelo arroz de maior valor econômico ou equivalente. Para a equivalência, Fluminhan apresenta o seguinte exemplo: o índica com rendimento de 2 mil kg por hectare com a saca a R$ 50 e o japônico com produção de 1 mil kg por hectare com a saca a R$ 100.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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