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Grupo científico adota linha desejada para mestrado em saúde

Núcleo Institucional de Pesquisa em Saúde sincroniza suas atividades com a planejada pós stricto sensu


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Foto: João Paulo Barbosa Grupo científico adota linha desejada para mestrado em saúde
Primeira reunião do Nipes neste segundo semestre de 2014
Foto: João Paulo Barbosa Grupo científico adota linha desejada para mestrado em saúde
Guelfi e Rodrigues na abertura do encontro de quarta-feira
Foto: João Paulo Barbosa Grupo científico adota linha desejada para mestrado em saúde
Maia: exposição sobre produzir ciência em suas implicações


Entra na reta final a formalização do Núcleo Institucional de Pesquisa em Saúde (Nipes) da Unoeste. Aprovado pela Câmara de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão (Capex), o grupo científico aguarda a homologação pela Reitoria. A construção vem sendo elaborada desde o começo do ano, articulada pelo pesquisador Marcus Vinicius Pimenta Rodrigues. Com a mobilização dos interessados, as reuniões são quinzenais e as atividades vão sendo elaboradas, sincronizadas com o pretendido mestrado em saúde. No encontro desta quarta-feira (20), foram expostos critérios norteadores de adoção da linha de produção científica, a mesma desejada para a planejada pós stricto sensu.
 
Para o pró-reitor doutor Adilson Eduardo Guelfi, o Nipes fortalece a ideia do mestrado em Ciências da Saúde, cujo programa será submetido à apreciação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), no próximo ano. Antes de preparar a documentação a ser encaminhada ao órgão do Ministério da Educação (MEC), entre as medidas preliminares está a composição de um corpo docente plenamente adequado às exigências da constituição de um programa de alto nível. “A linha do Nipes é a mesma do mestrado que queremos, de caráter interdisciplinar”, disse Guelfi, que falou na abertura da primeira atividade do núcleo no presente semestre.
 
O pesquisador doutor Gustavo Maia Souza foi incumbido de apresentar um panorama geral sobre como produzir cientificamente, durante o encontro ocorrido no final da tarde de quarta-feira nas dependências do Bloco E, no campus I. Com o tema “Epistemologia, filosofia e método científico: da fragmentação à totalidade”, abriu a exposição dizendo que ciência é um processo de construção do conhecimento humano a partir de um método sistemático de investigação. Portanto, ciência não é objeto, mas sim processo de construção. “É um processo e não o processo, já que o conhecimento humano tem várias dimensões, sendo a ciência uma delas”, disse.
 
Maia afirmou que o método é a forma diferenciadora da ciência em relação a outras formas de conhecimento. Pontuou que o conhecimento científico é real, sistemático, verificável e falível; formulando considerações sobre cada tópico para apresentar conceitos sobre a relação sujeito e objeto pesquisado, observação de fenômenos e construções de modelos de representações. “Qualquer conhecimento depende do observador interagindo com determinado objeto. Não o objeto em si, mas os fenômenos. Toda observação é limitada pelo observador, exatamente por não trabalhar com o objeto, mas com os fenômenos que são captados através de técnicas de observação”, explicou.
 
Os modelos de representações são construídos conforme o pensar do pesquisador, de tal forma que a ciência não trabalha com a verdade, mas com o modelo de representação. Assim, um mesmo objeto pode suscitar várias teorias, dependendo do método para pesquisar. “Um grupo de pesquisa precisa definir a relação sujeito e objeto, a observação dos fenômenos e a construção dos modelos de representações”, aconselhou aos integrantes do Nipes. Também falou sobre princípios filosóficos: dogmatismo, como fundamentalismo do senso comum sustentado na crença; ceticismo, com o questionamento peça descrença; e relativismo, como a maneira mais racional de trabalhar com a ciência.
 
No campo filosófico, Maia evocou o Princípio da Parcimônia, também conhecido como navalha de Occam (frade franciscano inglês Guilherme de Ockham que viveu no século 14), como elemento basilar da metodologia científica que considera o mais simples como provavelmente o mais verdadeiro em relação ao uso de premissas ou hipóteses. Quanto ao método científico, falou do modelo hipotético dedutivo proposto por Karl Popper, o austríaco naturalizado britânico, considerado o filósofo mais influente do século 20. “As hipóteses podem ser falseadas ou apenas localmente confirmadas, mas nunca será uma verdade infalível”, alertou.
 
Um modelo de método científico de autoria própria foi apresentado por Maia, estabelecendo a sequência que é parte do conhecimento prévio para formular a problematização, construir a hipótese, promover os testes e produzir resultados, seja pela negação ou pela confirmação. Apresentou também os tipos de pesquisas: pura, que tem a finalidade de conhecer por conhecer; científica aplicada, que busca conhecimentos voltados à solução de problemas específicos; e pesquisa tecnológica, voltada para o desenvolvimento de produtos, processos ou serviços. Por fim, apresentou o círculo virtuoso da ciência, que se inicia com a filosofia, enquanto concepção de mundo, passa pelos tipos de pesquisa e caminha para o desenvolvimento.
 
A exposição feita por Maia possibilitou reflexões para parte do grupo de 32 pessoas envolvidas com o Nipes, professores com diferentes formações e atuantes nos cursos de Biomedicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Enfermagem, Ciências Biológicas, Radiologia, Estética e Cosmética, Nutrição, Odontologia e Farmácia. Como nem todos podem participar de reunião num mesmo dia, os encontros quinzenais ocorrem alternadamente numa terça-feira e depois numa quarta-feira. O próximo passo do núcleo será estabelecer um cronograma de atividades, propondo linhas gerais e a partir daí os projetos que devem envolver os alunos da graduação.
 
Guelfi manifestou entusiasmo com o Nipes, desejando sucesso e almejando que as atividades sejam muito produtivas. Parabenizou a iniciativa do Dr. Rodrigues e seu envolvimento pessoal na produção do regimento, que após passar pela Capex, segue para apreciação da Reitoria.
 
“Acreditamos ser uma questão de formalidade, mas que poderá resultar no pedido de alguma adequação. Então, é uma questão de tempo para sair a homologação”, afirmou. Na condição de pró-reitor se colocou à disposição para fazer o que for possível. A contribuição de Maia foi enaltecida por Guelfi e Rodrigues.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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