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Processo alfabetizador peca no ensino da leitura de imagem

Pesquisa constata que na fase inicial da escolarização ocorre distanciamento entre arte e a alfabetização


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Foto: João Paulo Barbosa Processo alfabetizador peca no ensino da leitura de imagem
Rosangela Maria Gonçalves Val, durante apresentação
Foto: João Paulo Barbosa Processo alfabetizador peca no ensino da leitura de imagem
Banca examinadora: doutoras Camélia, Helena e Célia
Foto: João Paulo Barbosa Processo alfabetizador peca no ensino da leitura de imagem
Rosangela com as doutoras Helena, Célia e Camélia


A leitura de imagem é um procedimento que deve servir de apoio à alfabetização. Fato que suscitou o questionamento sobre sua aplicabilidade em escolas públicas, em pesquisa desenvolvida pela pedagoga Rosangela Maria Gonçalves Val, na condição de professora de artes e aluna do Programa de Mestrado em Educação, ofertado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-gradução da Unoeste. Houve a constatação de que, na fase inicial do processo, ocorre distanciamento entre alfabetização e arte. Por consequência, o processo alfabetizador peca no ensino da leitura de imagem.
 
Num estudo de caso, com abordagem qualitativa, foram aplicados procedimentos de observação, entrevista, análise documental e análise de dados com seis professores, sendo três alfabetizadores e três específicos com formação em educação artística. A pesquisa foi aplicada em três escolas públicas de três diferentes municípios do oeste paulista, sendo uma municipal e duas estaduais. A observação nas classes ocorreu em várias aulas, nas quais a autora da pesquisa produziu apontamentos. Os alfabetizadores deixam a desejar quando o assunto é leitura de imagem.
 
Os professores com formação específica, tratados na pesquisa como especialistas, exploram a imagem. Em suas práticas, saem do abstrato e vão para o concreto. Exemplo: após apresentação no pátio, em sala de aula os alunos refletem e escrevem sobre o que vivenciaram. Todos os professores reconhecem a importância da leitura de imagem e sabem como é formulada na proposta curricular na Rede de Ensino do Estado de São Paulo, no Projeto Pedagógico das escolas e nos planos de ensino. Porém, na prática o professor específico é quem se aprofunda mais nos conceitos.
 
Ainda assim, ocorre a escassez de uso de imagem. O professor não usa o material disponibilizado pelas escolas, para mostrar ao aluno. Isso resulta num analfabetismo visual, conforme disse Rosangela ao fazer a defesa pública de sua dissertação na tarde desta quarta-feira (27), diante da banca composta por sua orientadora Dra. Helena Faria de Barros e as avaliadoras doutoras Camélia Santina Murgo Mansão, coordenadora do Programa de Mestrado em Educação, e Célia Maria Guimarães, da Unesp em Presidente Prudente.
 
Nas considerações finais do trabalho, a autora pontuou que o desconhecimento teórico do sistema de escrita e a relação com a arte é o grande entrave para uma prática pedagógica elaborada. O estudo sugere que gestores do ensino e professores repensem suas práticas sobre a leitura de imagem no início do processo de alfabetização, que busquem suprir as lacunas deixadas pela formação inicial com a formação continuada, seja na iniciativa privada ou nos cursos ofertados pela Secretaria de Estado da Educação, através das diretorias de ensino.
 
A pesquisa e os resultados encontrados provocaram as avaliadoras a tecerem considerações, como a de que o alcance da arte vai além do processo de ensino-aprendizagem, compreendidos por questões como percepção e apreensão, de acordo com a Dra. Camélia. Entre outros questionamentos, a Dra. Célia lamentou que a arte não seja utilizada como procedimento de enriquecimento do processo, sendo que muitas vezes aparece mais tarde para tentar corrigir problemas como violência, uso indevido de drogas e gravidez precoce.
        
Ao final, Rosangela foi aprovada para receber o título de mestre em Educação, outorgado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-gradução. Ela leciona na Escola Estadual Amália Valentina Marsiglia Rino, no município de Rinópolis. Sua formação em Educação Artística ocorreu na Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente (Faclepp), na Unoeste.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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