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Biólogos pesquisam sobre qualidade das árvores da região

Resultados de trabalhos de iniciação científica surpreendem e alertam sobre perdas da biodiversidade e alteração da paisagem natural


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Foto: Débora André Biólogos pesquisam sobre qualidade das árvores da região
Luiz Oliveira, Lucilene Brito e Silvério Hosomi
Foto: Débora André Biólogos pesquisam sobre qualidade das árvores da região
Victor de Souza, Luiz Waldemar Oliveira e Jhulya Andrade


Atualizada em 22/06/2015

No Dia Mundial do Meio Ambiente, acadêmicos e professores chamam a atenção da sociedade e poder público sobre ações que, em longo prazo, trazem prejuízos ambientais. O plantio de árvores nas áreas urbanas é uma prática que preocupa biólogos e pesquisadores, devido ao desequilíbrio causado pelo excesso de uma única espécie ou do tipo exótica.

O biólogo e coordenador do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação (Faclepp) da Unoeste, Silvério Takao Hosomi, comenta que 15 trabalhos nessa área foram apresentados no último Simpósio de Iniciação Científica (SIC). “Essa quantidade demonstra a preocupação da comunidade acadêmica em relação aos temas ambientais, buscando discutir, pesquisar e desenvolver ações eficientes na sociedade”.

Hosomi acompanhou de perto o projeto “Inventário de Arborização do Município de Rancharia (SP)”, da acadêmica do 8º termo dessa graduação, Lucilene Brito. “Esse trabalho não foi inscrito no simpósio, mas foi remetido, no mês passado, ao Congresso Brasileiro de Ecologia, que ocorrerá no mês de setembro em São Lourenço (MG)”.

Como coorientador, Hossomi participou da capacitação de Lucilene nas metodologias de avaliação, no uso do clinômetro – instrumento para medir altura, na verificação da fitossanidade dos indivíduos arbóreos e na fase final, com análise de dados.

Lucilene fez um mapeamento das espécies arbóreas em 39 bairros da cidade de Rancharia. Mesmo com dificuldades pessoais, a acadêmica não desistiu da pesquisa. “Estipulei um horário de 6 horas por dia, de segunda a segunda, e até mesmo nos feriados. Tive auxílio dos meus orientadores Waldemar [Luiz Waldemar Oliveira] e Silvério. Minha amiga Glaúcia Daniela Correa fez as medições das larguras da calçada e da primeira ramificação”, relata.

Na pesquisa foi comprovado o excesso de utilização de uma única espécie arbórea, o oiti (Licania tomentosa), que corresponde a 64,7% dos 10.406 indivíduos catalogados. A deficiência de boa conduta na manutenção dos indivíduos arbóreos também foi um dos dados preocupantes, além da utilização de mudas inadequadas ao plantio em áreas urbanas.

“O trabalho da aluna é riquíssimo, foram mais de três anos de levantamento de dados, os quais podem alicerçar um bom plano de manejo arbóreo do município. Ela reuniu informações sobre a localização e qualidade fitossanitária de cada árvore na cidade”, informa Hosomi.

Para o orientador Luiz Waldemar Oliveira, a universitária também se destacou na apresentação do trabalho, que foi na modalidade de conclusão de curso (TCC). Para ele, a acadêmica demonstrou muita segurança na apresentação das informações levantadas ao longo da pesquisa e estabeleceu uma boa correlação com outros estudos de arborização realizados em diversas cidades do Brasil. Foi nota 10”, ressalta Oliveira.

Lucilene acredita que o inventário de arborização é de grande importância, pois mostra os problemas relacionados à arborização do município, abordando alguns problemas que podem ser remediados. “O inventário também pode ajudar no projeto Município Verde Azul, na elaboração do planejamento e manejo do plano diretor de arborização, que o município ainda não possui”, enfatiza.

Resultados – Foram catalogados 10.406 indivíduos arbóreos em vias públicas. Deste total, 242 estavam mortos e 180 não foram identificados. Sendo assim, foi possível analisar os parâmetros previstos em 9.984 árvores. Foram identificadas 150 espécies de 113 gêneros pertencentes a 49 famílias botânicas. Fabaceae foi à família que apresentou os maiores números de espécies (n=27). Licania tomentosa, (Chrysobalanaceae) apresentou maior frequência de indivíduos (64,7%). Em termos de proporção, 77,1% das espécies são nativas e 22,9% exóticas.

Iniciação científica – Oliveira também coordenou dois trabalhos de iniciação científica no Parque da Lagoa dos Patos, na Cohab, em Presidente Prudente.

De acordo com o docente, foi feito um levantamento da avifauna urbana desse local, relevante no contexto urbano, muito conhecido e frequentado. “Conhecer a avifauna colaborará com o contexto geral do projeto, respondendo questões como: por que as aves frequentam o parque? Quais espécies estão presentes? Em que época do ano as espécies frequentam o parque?”

Essas e várias outras questões servem de suporte para orientar novos plantios de espécies nativas e priorizar espécies diferentes. “Esses cuidados contribuem para a qualidade da arborização e atrai mais espécies de aves, tornando o parque mais agradável e relaxante”, finaliza Oliveira, que tem a colaboração dos alunos Victor de Souza e Jhulya Andrade.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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