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Leitura de foto em livro didático não passa da contemplação

Atividades propostas aos alunos são apenas descritivas e isso significa ficar apenas na superficialidade


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Foto: João Paulo Barbosa Leitura de foto em livro didático não passa da contemplação
Oliveira durante as arguições pela banca examinadora
Foto: João Paulo Barbosa Leitura de foto em livro didático não passa da contemplação
Banca de avaliação: doutoras Fátima, Zizi e Renata
Foto: João Paulo Barbosa Leitura de foto em livro didático não passa da contemplação
Oliveira com as doutoras Zizi, Renata e Fátima


A fotografia como objeto de compreensão textual no livro didático. Este foi o tema de estudo científico realizado pelo professor do ensino fundamental e jornalista Eduardo dos Santos Lopes Oliveira. Com aporte teórico sobre os conceitos e representações da leitura da linguagem visual, a análise sobre procedimentos metodológicos propostos num livro destinado a alunos do 9º ano levou à conclusão de que a fotografia serve apenas como objeto de contemplação. Como as atividades propostas aos alunos são apenas descritivas, a leitura da imagem fica apenas na superficialidade, como mera ilustração do texto.
 
O estudo nasceu da inquietação do professor nas aulas de leitura. Percebeu que a leitura não contempla os discursos fotográficos, tendo em vista que o modo de ler proposto pelo livro didático não viabiliza, para os alunos, o conhecimento específico da dupla natureza da fotografia, documental e estética, capaz de revelar uma realidade histórico-cultural transformada em linguagem visual e da função artística, cuja estética é possibilitadora de nuances. Sendo assim, a potencialidade de desempenho do aluno fica ancorada apenas na contemplação.
 
Quando alguma atividade propõe reflexão, na verdade apenas estimula a imaginação do aluno e o leva a criar outros discursos, por não ter informações sobre o autor da fotografia, sua intencionalidade, os planos fotográficos e a contextualização. Considerando a filosofia ideológica do signo – nos estudos do russo Mikhail Bakhtin, do norte-americano Charles Sanders Pierce e do francês Roland Bathes – a leitura proposta ao aluno estaciona na representação (ícone), não proporciona ação (índice) e, assim, não chega ao significado (símbolo).
 
Oliveira fez a defesa pública de sua dissertação sobre o assunto na sexta-feira (26), perante banca examinadora do Programa de Mestrado em Educação, mantido pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste, formada por sua orientadora Dra. Maria de Lourdes Zizi Trevizan Peres e suas colegas Maria de Fátima Salum Moreira e Renata Junqueira Souza, convidada da Unesp em Presidente Prudente. O elogiado trabalho abriu um leque de amplas discussões durante as arguições.
 
Para questões como que tipo de leitor a fotografia está formando, o que seria leitura completa e se o aluno de ensino fundamental tem repertório suficiente para compreender o texto fotográfico; o autor da pesquisa foi enfático ao dizer que o material didático estudado não constrói repertório, mas que poderia sim ser construído, desde que o professor fosse capacitado para trabalhar a leitura da fotografia, que não ficasse apenas na imagem, mas que trouxesse informações que possibilitam reflexões. As atividades propostas no livro didático também deveriam alcançar o caráter crítico-reflexivo.
 
Conforme o autor da pesquisa, o livro didático, objeto de estudo, apresenta em sua bibliografia teóricos consagrados em semiologia como Bakhtin, Pierce e Barthes, mas não traz para dentro da obra as aplicações das teorias. Porém, quando o professor tem esse alcance, pode instruir o aluno melhor, mas precisa fazê-lo dentro das atividades que seguem o cronograma pré-estabelecido pelos cadernos do professor e do aluno. Oliveira foi aprovado para receber o título de mestre em Educação. 

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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