Pesquisas na área da educação têm contribuição significativa

Pensar cientificamente é o principal objetivo do Simpósio de Iniciação Científica (SIC) da Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação (Faclepp) da Unoeste, que chega em sua 16ª edição. Esse ano foram inscritos 81 trabalhos divididos entre apresentações orais e exposição de painéis.

A novidade dessa edição é a submissão de trabalhos para a publicação completa em anais do evento. Por esse motivo, os pareceristas foram ainda mais criteriosos, de acordo com o coordenador de iniciação científica da Faclepp, professor Diego Ariça Ceccato.

Ceccato ressalta que a cada nova edição o evento recebe adesão de outras instituições como Unesp de Presidente Prudente, Faculdades Anhanguera Educacional, além de outras instituições e cursos da Unoeste. Para ele, esses participantes contribuem para a consolidação do evento.

Dentre esses trabalhos apresentados no simpósio, dois deles foram selecionados pela qualidade e pela linha de pesquisa dos autores para demonstrar a importância da iniciação científica na formação dos futuros professores.

O primeiro deles, na área de exatas, utiliza a espectroscopia, designação para toda técnica de levantamento de dados físico-químicos através da transmissão, absorção ou reflexão da energia radiante incidente em uma amostra. Esse projeto tem apoio da Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo] e foi desenvolvido pelo acadêmico do 3º ano de licenciatura em Física pela Unesp de Presidente Prudente, Matheus Rodrigues Medeiros Silva. Em formato de painel, o tema do projeto é “Filmes Evaporados de um Derivado de Perileno: Crescimento e Propriedades Ópticas e Morfológicas”.

Silva ficou interessado em trabalhos de outras áreas do conhecimento, que segundo ele abordavam de uma maneira bem didática o conhecimento que queriam apresentar. O jovem físico se sentiu acolhido e gostou do interesse científico dos alunos e professores da Unoeste em seu projeto.

“Sempre estou procurando simpósios e congressos, pois acredito que seja de extrema importância para minha formação como pesquisador, para a disseminação da ciência e também para a possibilidade de conhecer novos trabalhos, até mesmo de uma área diferente, mas que possa agregar conhecimento e até mesmo desenvolver um trabalho em conjunto com outro pesquisador”.

Futuro da Educação – “A Importância da Família Junto à Escola no Aprendizado Formal das Crianças” foi o tema da apresentação oral das acadêmicas do 7º termo de Pedagogia da Faclepp, Josiane Aparecida de Araújo Firman e Sylvia Caroline Russi Santana.

As futuras pedagogas explicam que no 2º termo do curso fizeram um trabalho que tinha como base entrevistar uma família na escola e isso despertou o interesse em dar continuidade nesse tema. Para chegar nesse resultado, durante cinco meses, as acadêmicas fizeram a pesquisa das referências bibliográficas e observaram o que acontecia nas escolas por meio dos estágios obrigatórios do curso.

Josiane fez questão de salientar que a escola tem um peso muito grande na formação do cidadão. Por isso, é importante que a escola desenvolva projetos para trazer os pais, não apenas para as reuniões tradicionais, ou apenas pra falar que o aluno não se comportou bem, mas também para elogiar as coisas boas. “Principalmente quando os pais conseguem estimular que o filho aprenda ou leia mais. É importante incentivar a família e o aluno de uma maneira geral”, comenta Josiane.

Marcos Lupércio Ramos, professor orientador das acadêmicas de Pedagogia acredita que a educação melhorou de uma maneira geral. Os professores estão mais bem preparados e a escola está melhorando sua estrutura física. O que dificulta a aprendizagem é que a criança chega à escola sem objetivos, analisa o docente.

De acordo com ele, esses objetivos poderiam ser construídos em casa. Quando a criança está na escola ela não se interessa porque não é cobrada pelos pais. E quando o professor cobra, não tem o respaldo dos pais em casa. “O pai precisa entender a educação como algo relevante, essa criança tem que perceber que a educação é relevante e a escola tem que reforçar que a educação é relevante o tempo inteiro. Não existe fórmula mágica, é trabalhoso, às vezes é chato, mas é necessária essa postura”, encerra.

Conheça o nariz eletrônico – Quem explica o projeto é o próprio autor do trabalho, Matheus Silva. “Nesse projeto utilizei uma molécula que foi sintetizada na Universidade de Windsor, no Canadá, e cedida pelo docente Ricardo Aroca, que contribui com pesquisas de outras instituições. Com essa molécula orgânica pequena, desenvolvi filmes finos, um material já conhecido pela literatura. Fiz um estudo como seriam as propriedades ópticas desse material, como ele absorve a luz, qual a região que absorve mais luz, qual a sua organização, qual a morfologia e como ocorre a emissão de luz. Essa molécula é bastante promissora com vários tipos de aplicação prática. Meu trabalho foi espelhado nas pesquisas de mestrado do aluno José Diego Fernandes, com aplicação na detecção do gás tetrafluorcarbono (TFA). Nós temos o mesmo orientador, o professor doutor Carlos José Leopoldo Constantino (Casé). No meu estudo penso na sua utilização como um sensor para detecção de gás tóxico, funcionando com um nariz eletrônico. O resultado do estudo deve ser reportado na literatura em forma de artigo. Qualquer empresa com acesso ao estudo pode se interessar e por meio de seus engenheiros desenvolverem o sensor para ser produzido em maior escala”.