Exercício na hipertensão pulmonar tem efeito cardioprotetor

A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) tem sido bastante estudada, especialmente na busca de soluções para os problemas de limitações funcionais nos pacientes. Porém, a maioria dos estudos é sobre o ventrículo esquerdo. Estas são considerações formuladas pela fisioterapeuta Ana Karênina Dias de Almeida Sabela, que desenvolveu pesquisa científica, de caráter inédito, com foco no ventrículo direito.  No experimento, com a utilização de ratos, constatou-se que a prática de exercício aeróbico tem efeito cardioprotetor, sendo capaz de reverter a disfunção ventricular direita causada pela doença.

Com a orientação da Dra. Francis Lopes Pacagnelli, o trabalho da fisioterapeuta rendeu elogios do Dr. Andreo Fernando Aguiar, da Universidade do Norte do Paraná (Unopar), durante banca examinadora formada com a participação da Dra. Cecília Braga Laposy. Aguiar afirmou que o trabalho foi bem produzido, com conteúdo de qualidade e boa redação. Sobre a apresentação, disse que a autora da dissertação sabia o que estava falando, com domínio de conteúdo, certamente por ter se envolvido plenamente nos estudos. “Apresentação digna de mestrado”, pontuou.

Ao se colocar no papel de revisor de artigo científico, Aguiar apresentou considerações corroboradas por sua colega Cecília, no sentido de contribuir para o aperfeiçoamento da dissertação apresentada em defesa pública nesta terça-feira (29) junto ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciência Animal, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste. A HAP foi mostrada como doença crônica, que acarreta sobrecarga de pressão ao ventrículo direito, por conta da hipertrofia. Assim, o estudo teve o objetivo de avaliar a influência de exercício aeróbico preventivo na hipertrofia, função cardíaca e na expressão gênica de proteínas do trânsito de cálcio em ratos com a doença introduzida por monocrotalina.

Foram utilizados 32 ratos machos, adultos e com peso médio de 206 gramas; divididos em quatro experimentos com oito animais em cada, separados aleatoriamente nos seguintes grupos: sedentário controle, treino controle, sedentário monocrotalina e treino monocrotalina. O protocolo de treino preventivo ocorreu em esteira por 13 semanas, cinco vezes por semana. A velocidade do exercício aeróbico, da terceira à décima semana, teve aumento gradativo de 0,9 km por hora a 1,1 km por hora. Houve a aplicação de monocrotalina, com 60 mg por kg, para indução da HAP, sendo realizada análise do limiar de lactato para determinar as velocidades.

A função cardíaca foi avaliada por eletrocardiograma, a hipertrofia ventricular por análise histomorfométrica e a expressão gênica por RT-qPCR – em Tempo Real a Reação em Cadeia da Polimerase. “O treinamento físico prévio promoveu efeito cardioprotetor, diminuindo a hipertrofia e melhorando a função do coração dos ratos com disfunção ventricular direita, induzidos por monocrotalina, sem modificar os genes do trânsito de cálcio”, pontuou ao fazer a conclusão da apresentação. Ana Karênina foi aprovada para receber o título de mestre em Ciência Animal, outorgado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação.