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Implantes auditivos mudam a vida de quem nasce sem escutar

Procedimento cirúrgico é relativamente recente e área é promissora para fonoaudiólogos


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Foto: Mariana Tavares Implantes auditivos mudam a vida de quem nasce sem escutar
Palestra de abertura ocorreu no Teatro César Cava, na noite dessa terça-feira

Você já imaginou um mundo sem som? Uma vida sem falar, cantar, escutar, enfim... Agora, imagina também a sensação de ouvir pela primeira vez! Você já deve ter visto vídeos na internet de crianças que passam a escutar com a ajuda da tecnologia e que ficam surpresas com um mundo que não faziam ideia que existia. Sim, o mundo com som é mais especial, e, hoje, é possível um bebê que nasce com perda auditiva profunda passe a escutar normalmente em um ano. Trata-se de um procedimento relativamente recente no mundo e que a cada dia avança mais. A fonoaudióloga Dra. Angela Ribas, uma das referências na área e coordenadora do serviço de saúde auditiva do Pequeno Príncipe, o maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil, localizado em Curitiba (PR),  esteve na Unoeste nessa terça-feira (18) para falar sobre próteses auditivas implantáveis. 

O evento que ocorreu no Teatro César Cava integrou a programação da 13ª Jornada de Fonoaudiologia, que teve início ontem e termina na sexta-feira (21). A Dra. Angela falou sobre as novidades envolvendo próteses auditivas implantáveis e lembrou que até há pouco tempo, a única solução auditiva que existia era o aparelho atrás da orelha, porém, ele amplificava tudo, inclusive ruído, então se esse usuário estivesse em ambiente barulhento, ele escutava pouco da fala e percebia mais o barulho e os ruídos.

O implante consiste em uma prótese colocada dentro da parte interna do ouvido e outra presa ao redor da orelha. Esse conjunto de equipamentos passa a fazer a função da cóclea, codificando os sons, transformando os sinais sonoros em impulsos elétricos e fazendo com que a pessoa passe a ouvir. A prótese depende da perda auditiva do paciente. “Se é uma perda profunda, em que não escuta absolutamente nada, o indicado é o implante coclear; se a perda é condutiva, que não tem a orelha, por exemplo, mas lá dentro funciona normal, então o indicado é colocar uma prótese de condução óssea. Hoje existem muitas alternativas para reabilitar a audição”, explica.

A Dra. Angela salienta que para a criança que nasce surda, o quanto antes ela fazer o implante, melhor. “Isso porque a criança que nasce ouvindo passa praticamente um ano aprendendo a escutar, guardando as imagens sonoras da mãe, do pai e familiares, então começa a emitir as primeiras palavras. Já a que nasce surda perde esse tempo de aprendizagem, que é muito precioso para o cérebro. Temos crianças com 9 meses já sendo implantada. A dificuldade ainda está no diagnóstico, pois ainda temos um pouco de receio de diagnosticar errado”, comenta, frisando que o procedimento também é realizado em adultos e idosos que se encaixam nos critérios para o implante.

Mas toda cirurgia gera um medo, principalmente dos pais. “Existe todo um processo de sensibilização. Primeiro que, hoje, os pais já chegam ao hospital sabendo de muita coisa porque se informam na internet, mas mesmo assim eles passam por consulta com psicólogo, assistente social, médicos e fonoaudiólogos. Só vai para a cirurgia quem está muito bem de saúde, e ela é rápida, dura cerca de 1h30, e pode ter alta no mesmo dia. Um mês depois o aparelho é ligado e o paciente está escutando”. Sobre presenciar a reação de quem escuta pela primeira vez, a fonoaudióloga afirma que até hoje se emociona. “A gente não sabe o que eles estão escutando, mas adultos que usam implante e que escutavam antes, relatam que é muito parecido”.
Foto: Mariana Tavares Dra. Angela Ribas, coordenadora do serviço de saúde auditiva do Hospital Pequeno Príncipe, durante palestra na Unoeste
Dra. Angela Ribas, coordenadora do serviço de saúde auditiva do Hospital Pequeno Príncipe, durante palestra na Unoeste

A Dra. Angela afirma que o fonoaudiólogo é um profissional muito valorizado na equipe do implante coclear, “porque somos nós que fazemos toda a avaliação pré-operatória, com todos os exames audiológicos; realizamos a sensibilização da família ou do paciente adulto para questões de reabilitação e treinamento auditivo; participamos da cirurgia para fazer as medidas intraoperatórias; depois de um mês fazemos a ativação do equipamento, com toda a regulagem do aparelho nos primeiros meses de uso, e fazemos todo o acompanhamento para o resto da vida desse paciente, inclusive com terapia para aprendizagem da audição e da linguagem, pois é o fonoaudiólogo quem ensina a criança surda, por exemplo, a escutar e a falar”.

A profissional afirma ser uma área muito interessante, principalmente porque está relacionada ao avanço tecnológico. A terapia para esse paciente também é um campo promissor, mas ela salienta que ainda o progresso dos estudos na terapia não avança na mesma velocidade que os avanços da tecnologia audiológica, “então o fonoaudiólogo tem que estudar mais e se aperfeiçoar nessa área para dar uma condição de linguagem melhor para os seus pacientes. É um ramo que só cresce, estamos apenas no começo do implante coclear, então tem muito a ser feito”.

13ª Jornada – O evento da Fonoaudiologia Unoeste prossegue durante a semana com a realização de vários minicursos. A abertura, nessa terça-feira, contou com apresentações culturais com a participação de alunos da graduação, os quais interpretaram o Hino Nacional, e do grupo de dança da Ballare. Em seguida, a diretora do curso, Dra. Maria Cristina Alves Corazza, agradeceu o empenho de todos os organizadores, entre professoras e acadêmicos, e enalteceu a vinda da palestrante Dra. Angela Ribas. “Sempre acompanhei o trabalho dessa profissional que é referência na área de audiologia e que muito faz para a nossa profissão. É um prazer recebê-la em nossa universidade”, discursou a diretora.

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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