Simulação em UTI reforça importância de trabalho em equipe

A cena ocorre numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e a paciente, de 53 anos e com muitas complicações de saúde, depende das decisões assertivas de uma equipe multiprofissional para sobreviver. Profissionais da enfermagem, nutrição, fisioterapia e farmácia reunidos para atender, da melhor forma, as necessidades urgentes daquela pessoa em estado grave.
 
Essa é a realidade do dia a dia nos hospitais e que foi sentida de maneira muito real por acadêmicos da área da saúde, durante atividade prática no Laboratório de Habilidades e Simulação (LHabSim) da Unoeste. O cenário foi nessa quarta-feira (23) como parte da programação dos cursos de férias oferecidos pela Enfermagem em 2019. Esse, em específico, foi sobre “Abordagem Multiprofissional ao Paciente Grave (Fast Hug)”, o qual foi realizado em três dias, reunindo estudantes de graduações da saúde. Até 1º de fevereiro serão seis cursos, com diferentes abordagens.
 
A atividade foi conduzida pela professora Ana Maria Camargo e contou com o auxílio de integrantes da Residência Multiprofissional em Terapia Intensiva. Fast Hug trata-se de um meio de identificação e verificação de alguns requisitos essenciais no atendimento do paciente grave, aplicado geralmente em UTI. A docente explica que, no primeiro dia, foi feito o acolhimento dos participantes, com a presença de outros profissionais, e foi apresentado um caso clínico para que os alunos levassem os questionamentos para estudar em casa para uma discussão no encontro seguinte.
                                                                                   
“A ideia era oportunizar que as profissões interagissem e juntas pensassem em melhorias para o paciente. Então toda a construção da abordagem multiprofissional, por meio desse instrumento [Fast Hug], tem o objetivo de facilitar a avaliação de área beira-leito. O intuito é checar itens que são de extrema importância no cuidado com o paciente, permitindo que muitas situações e agravos sejam prevenidos para que o paciente consiga uma evolução bastante positiva e com o mínimo de complicação dentro da terapia intensiva”, relata Ana Maria.
 
Para concluir o curso, nessa quarta foi realizada a simulação. Um aluno de cada área se prontificou a atuar, os demais acompanharam o cenário em sala ao lado, que é separada por porta de vidro, de forma que quem está no cenário não consegue ver. Do outro lado a professora foi passando as coordenadas necessárias que indicavam a situação da paciente. Uma experiência que, segundo os acadêmicos, é muito próxima à realidade. “O intuito do cenário é mostrar que o atendimento multiprofissional e interdisciplinar é uma grande ferramenta para o trabalho e para a assistencial integral do paciente grave. Conseguimos fazer isso, pois eles se sentiram mais seguros com os outros. Outra questão da simulação é a provocação, então ela traz essa inquietação para que a pessoa tenha vontade de se aprimorar cada vez mais”, destaca a docente.
 

Foto: Mariana Tavares

O primeiro grupo da simulação foi formado pelas estudantes do 7º termo Letícia Coelho (Farmácia), Ana Carolina Gregório (Enfermagem), Camila Reis (Fisioterapia) e Débora Ribeiro, do 9º termo de Nutrição. Após o cenário, todos os participantes se reuniram para fazer um resumo, quando cada um expôs o que achou da atuação, identificando os pontos positivos e as oportunidades de melhorias. Para todos eles, a simulação confirmou a importância do trabalho de uma equipe multidisciplinar. “Foi como se eu estivesse na vida real mesmo. Foi muito bacana para ver o quanto é preciso aprofundar os conhecimentos”, descreveu Letícia.
 
Ana Carolina complementa dizendo ser surreal: “O mundo lá fora morre, e ficamos somente nós e o paciente. A diferença é que aqui podemos errar, por isso é importante participar de simulações. Eu sempre participo”. Camila também destacou a importância de estudar mais para não ter medo de expor a opinião numa situação como essa. Já Laíssa Pelegrino, que assistiu a atuação e compartilhou da mesma apreensão das colegas, revelou que até então não via com clareza essa necessidade do trabalho multiprofissional. “Nessa atividade eu percebi que uma área está ligada à outra, e todos precisam estar envolvidos”.
 
Cursos de Férias  da Enfermagem
Nesta quinta-feira (24) é realizado o curso “Noções Básicas sobre Assistência de Enfermagem ao Recém-nascido de Baixo Risco na Sala de Parto”. Já nesta sexta (25), a atividade terá como tema “Cuidados de Enfermagem com Fissuras Labiopalatinas”. De 28 a 31, o assunto será “Primeiros Socorros”. O curso “Avaliação Global do Idoso” será ministrado de 29 de janeiro a 1º de fevereiro. E no dia 31 ocorre a atividade “Suporte Avançado de Vida”.