Egressos de Psicologia compartilham experiências em encontro

Atuação do psicólogo nas políticas públicas foi o tema da mesa-redonda realizada na noite dessa quarta-feira (13), durante o 16º Encontro de Egressos e 16ª Mostra de Trabalhos em Psicologia. O assunto foi abordado por três ex-alunas da graduação, as quais somam vasta experiência na área. As atividades noturnas ocorrem no Salão do Limoeiro e a programação, que termina nesta quinta-feira (14), também inclui palestras e minicursos. 

Formada em 2003 pela Unoeste, Norma Cecília Bizari Cavichioli Franzini conta que o seu primeiro trabalho foi o maior desafio, porque enquanto estudante atendia quatro pacientes na clínica escola e em sua primeira oportunidade profissional passou a atender 180 crianças e adolescentes por mês. Foi um trabalho na pediatria do antigo Palácio da Saúde em Prudente, onde atendia crianças com déficit de atenção, hiperatividade, dificuldade de aprendizagem, conflitos familiares, entre outros. “Rapidamente precisei pensar em intervenções grupais e desenvolver ação voltada à saúde. Experiência apaixonante”, comenta.

Norma também realiza trabalho clínico há 15 anos e atua no município como psicóloga. Já coordenou o Creas Medidas Socioeducativas e, hoje, juntamente com estagiários do curso de Psicologia da Unoeste, desenvolve ações no Museu, com o projeto Emoções, e no Centro Cultural Matarazzo. “Minha experiência é toda voltada à proteção básica no sistema único de assistência social e à proteção especial que são os atendimentos de média complexidade, e toda essa intervenção é com adolescentes e famílias”. Ela destaca ainda que o profissional não pode parar. “Precisamos escrever nossas práticas. Tenho 16 trabalhos aprovados em congressos nacionais e internacionains e participo dos conselhos regionais e federal de Psicologia”, salienta.

Antes de decidir pela psicologia, Fátima Eva Santos Corral, formada em 2008, já estava inserida nas políticas públicas. “Fiz o curso porque já atuava na área da saúde e numa oportunidade de cargo de direção implantamos alguns serviços em Prudente, e naquela época faltava aquele conhecimento a mais, que já traduzia para hoje essa rede ampliada e integrada em saúde mental. Então, voltei com esse conhecimento, e desde 2013 integro a equipe de saúde mental do DRS (Departamento Regional de Saúde), na articulação junto a 45 municípios da região”.

Para os estudantes, Fátima Eva deixa a dica: “Primeiramente ser apaixonado pelo que faz, porque precisamos olhar para o ser humano como alguém que pode estar em sofrimento e precisa de ajuda. Depois, é buscar conhecimento e se atualizar; e também estar junto à universidade, porque aqui é um campo de aprendizado”.

Fabiana Sabino Bento de Souza concluiu a graduação em 2001. Ela lembra que logo em seguida continuou os estudos em São Paulo. Retornou à região em 2002 quando passou em concurso em Regente Feijó. Hoje está no cargo de dirigente municipal de saúde, com responsabilidade em gestão de pessoas, recursos financeiros e organização de serviços. “Atuo empoderando as equipes para que elas possam realizar um bom trabalho com a população. É outro campo da psicologia e a formação contribui porque temos outra visão do processo de trabalho, do adoecimento, do quanto você pode trabalhar com as potências das pessoas para que possam se sentir felizes e desempenhar bem o papel delas”.

Em um resgate de quando era estudante, ela conta que pensava em trabalhar num consultório particular, requintado, e que quando se viu na saúde pública ficou assustada, mas depois descobriu que ali se sentia feliz. “Muitas vezes sonhamos com o nosso futuro profissional e na frente nos surpreendemos com a primeira porta que se abre. Você pode ser muito mais feliz com aquilo que chega inesperado do que com aquilo que planejou durante os cinco anos de faculdade. Então, a dica é não ter medo de ousar, de seguir novos caminhos, porque temos um campo vasto de atuação. O mercado tem espaço para todos”, relata Fabiana.

Evento tradicional
A diretora do curso de Psicologia, Dra. Regina Gioconda de Andrade, pontua que o Encontro de Egressos tornou-se tradicional, e que todos os anos muitos ex-alunos se inscrevem no evento, demonstrando o interesse em retornar à universidade e compartilhar experiências. “É muito bom para os estudantes ouvirem relatos de pessoas que estiveram no lugar deles um dia, até para que eles possam se projetar, pensando que um dia pode ser eles compartilhando suas experiências neste encontro”.