Estudo avalia novo teste para detectar casos de hanseníase
Utilização da ferramenta ML-Flow é de uso fácil e rápido, capaz de contribuir com o serviço público de saúde
Comprometido com problemáticas do oeste paulista e mais especificamente do Pontal do Paranapanema, o Programa de Mestrado em Ciências da Saúde da Unoeste presta mais uma contribuição significativa ao testar nova ferramenta para detectar casos de hanseníase: o teste ML-Flow, cuja detecção precoce é fundamental para o tratamento.
Entre os sintomas da doença estão manchas na pele, esbranquiçadas ou eritematosas; a perda da sensibilidade local pode levar a feridas e à perda dos dedos ou de outras partes do organismo; aparecimento de caroços ou inchaço nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos.
O estudo científico foi realizado em Presidente Prudente cuja incidência da doença apresentou 60 casos de 2013 a 2017, com a prevalência de 0,49 para cada 10 mil habitantes. Portanto, maior que no estado de São Paulo que foi de 0,36 e menor que no Brasil que teve o índice de 1,3.
A importância da pesquisa realizada pela médica dermatologista Angela Marques Barbosa está em subsidiar com informações relevantes o serviço público de saúde, contribuindo para a formulação e implementação de estratégias para o controle da hanseníase, doença que pode levar a incapacidade física.
Antigamente conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Embora seja basicamente cutânea, é capaz de afetar, além da pele, os olhos, os versos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. A transmissão pode ser por secreção, saliva ou pelas vias áreas superiores.
Pela fácil aplicação em relação a outros testes, o ML-Flow tem como ser utilizado em diferentes níveis de atenção à saúde, que vão da baixa complexidade em Unidade Básica de Saúde (UBS), passando por unidades de média como é o caso de Unidade de Pronto Atendimento (UPA), até hospitais que atendem a alta complexidade.
Conforme a autora do estudo, o ML-Flow é uma ferramenta em condições de ser utilizada no seguimento de populações de risco, como é o caso do contato de outras pessoas da família ou do convívio, para monitorar os resultados do tratamento dessa moléstia infectocontagiosa e crônica.
“É um teste que ajuda a detectar melhor os casos da doença junto à população. É uma ajuda no serviço que já existe. É um teste que está em estudo e nunca foi feito em Prudente, antes deste estudo. É um auxílio a mais para a população, embora em Prudente e região o tratamento seja muito efetivo”, comentou a médica.
Ao fazer a defesa pública de sua dissertação, Denise apresentou nas conclusões que não houve detecção de casos novos de hanseníase e que houve detecção de indivíduos com infecção subclínica, numa frequência baixa; mas chamou a atenção para que seja examinado um maior número de pessoas, que teve contato com portadores da doença.
A orientação do estudo foi da Dra. Marilda Aparecida Milanez Morgado de Abreu, que teve a seu lado na banca de defesa pública o coordenador do programa Dr. Luiz Euribel Prestes Carneiro e o Dr. Joel Carlos Lastória na condição de convidado externo junto ao campus da Unesp em Botucatu.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste