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Agricultura requer percepção social e do seu próprio meio

Nem o produtor e nem o consumidor têm alcance sobre a importância deste segmento que afeta vários outros


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Foto: João Paulo Barbosa Agricultura requer percepção social e do seu próprio meio
Dr. Ciro Rosolem: em defesa da agricultura mais percebida e mais forte


O setor agrícola exerce grande impacto sobre outros setores, tais como segurança alimentar, saúde pública, meio ambiente e estabilidade econômica. Sua importância transcende a própria realidade, mas são bem poucos os que têm essa percepção, no que estão incluídos os engenheiros agrônomos e os próprios agricultores. Quando ocorrer esse entendimento de forma ampla, a agricultura será um negócio melhor.

Estas são algumas das constatações feitas pelo pesquisador Dr. Ciro Antônio Rosolem e estão centradas nos estudos e na vivência de quem atua no campo, na condição de produtor, e na comunidade científica nacional e internacional. Uma de suas frentes no trabalho acadêmico é provocar nos estudantes de agronomia, seja na graduação ou na pós-graduação, a reflexão, discussão e a disseminação da percepção.

Foi nesse sentido que esteve com alunos do mestrado e doutorado do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia, mantido pela Unoeste, proferindo a aula magna de 2019 na noite desta segunda-feira (25), no auditório Primavera, no Bloco B3 do campus II. Foi um encontro de conteúdo largo e profundo, instigador do pensamento reflexivo dos envolvidos: estudantes e professores.

Conforme Rosolem, dos dez aspectos mais importantes para a sociedade daqui  40 ou 50 anos, a agricultura está e permanecerá envolvida em seis ou sete. “A importância do efeito social da agricultura é maior do que tem sido dado, mesmo sendo o setor que mais distribui renda e benefícios sociais. Basta ver que os melhores IDHs [Índice de Desenvolvimento Humano] nos últimos anos têm sido de municípios de economia agrícola”, pontua.

Para Rosolem, quando a percepção da agricultura acontecer de maneira mais ampla, certamente irá mudar a realidade de muitos produtores que cultivam para a subsistência e sobrevivem do assistencialismo governamental. “Eles deixarão a condição de estarem em áreas marginais, sem gerar renda e nem produzir para sobreviver. Com tecnologia, irão sair da agricultura assistencialista para a agricultura produtiva”, prevê.

A atuação do agrônomo tem peso significativo em mudar a percepção do olhar para a agricultura por parte de profissionais, de agricultores e da sociedade. Um caminho fundamental seria tomar decisões baseadas em dados científicos. A mídia também deve ter o mesmo zelo na produção de notícias com o intuito de disseminar informações que contribuam com o desenvolvimento agrícola e com a percepção interna e externa do Brasil.

Um exemplo citado pelo pesquisador de algo que não ajuda e até prejudica está em noticiar sobre desmatamento na Amazônia, sem considerar se isso está dentro do permitido por lei. “Vinte por cento são muita terra. Para os europeus, é um mundo, mas para a Amazônia, é pouco. Porém, não somos hábeis em passar essa mensagem e o desvirtuamento de informações pode gerar impactos nas exportações”, comenta.

Outro exemplo prejudicial está em dizer que o Brasil é o maior consumidor de defensivos agrícolas. “É a mesa coisa que dizer que a frota de veículos de São Paulo é maior que a de Prudente. Realmente é maior, mas para atender necessidades proporcionalmente maiores. No Brasil, cada dólar de defensivo está para a produção de mais de uma tonelada de grãos. No Japão, essa relação está para 100 quilos, de tal forma que aqui se produz dez vezes mais”, explica.

De acordo com Rosolem, as pessoas não têm ideia do envolvimento da tecnologia na produção agrícola, que é bem maior se levar em consideração a proporção em relação ao telefone celular. Graças à tecnologia, a produção de feijão por hectare passa de 3 mil e pode chegar a 5 mil quilos, sendo que há 40 anos na mesma área eram produzidos entre 100 e 200 quilos.

Foto: João Paulo Barbosa Composição da mesa: doutores Echer, Tiritan, Guelfi e Rosolem
Composição da mesa: doutores Echer, Tiritan, Guelfi e Rosolem

Rosolem diz ter ficado satisfeito em discorrer sobre o tema “Sociedade e agricultura” para estudantes da pós-graduação em Agronomia da Unoeste, uma instituição que tem formado bons profissionais e construído, ao longo dos anos, referências em questões como os casos da produção em solo arenoso e a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), dentre outras.

No âmbito acadêmico, o pesquisador entende que nos dias atuais mais que oferecer conteúdo e ensinar técnicas, é preciso estimular o estudante a desenvolver espírito crítico para entender que algo acontece sempre em consequência de alguma coisa. “Não basta ler o título ou a manchete, é preciso ler e entender o texto, quer seja de um artigo ou de uma notícia”.

Participaram da aula magna o coordenador da graduação e pós-graduação em Agronomia, Dr. Carlos Sérgio Tiritan; o vice-coordenador da pós, Dr. Fabio Rafael Echer; e o pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi. Para Echer, que teve Rosolem como orientador em seu doutorado, o encontro foi bem satisfatório, com conteúdo que agrega na formação profissional e pessoal.

Premiação – Na abertura do evento ocorreu a entrega do Prêmio Dr. Flávio Moscardi para alunas da turma de 2017 que apresentaram melhor desempenho. No mestrado foi para Viviane Cacefo, entregue pelo Dr. Nelson Barbosa Machado Neto. No doutorado, para Rita de Cássia Lima Mazzuchelli, entregue pelo Dr. Fábio Araújo. Rita já havia sido premiada quando fez o mestrado, na turma de 2013.

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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