Ex-aluna da EAD lança livro sobre inclusão escolar de surdos

O resultado do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da ex-aluna Glaucia Ester Pereira Marchesin, da pós-graduação lato sensu em Libras: Prática e Tradução/Intérprete, através da Educação a Distância (EAD) da Unoeste, além de ter lhe rendido nota máxima da banca examinadora, resultou no convite de duas editoras para publicar o trabalho em formato de livro. O lançamento aconteceu na noite da última quinta-feira (28), em Rio Claro (SP), cidade onde a pedagoga vive e trabalha.
 
“Caminhos para inclusão escolar de alunos surdos”, trata da parte histórica da educação especial, bem como propostas de atividades e jogos em sala de aula para se trabalhar com alunos surdos e/ou com deficiência auditiva. De acordo com a autora, que atualmente trabalha como professora de alfabetização e com sala de recursos multifuncionais no atendimento educacional especializado, a princípio seu trabalho seria publicado como um capítulo de um livro de vários autores da área. Porém, ao disponibilizar para a editora escolhida outros trabalhos de sua autoria, veio a proposta de transformá-los em um livro próprio.
 
“Quando ingressei na área de educação, em 2011, não sabia nada sobre a questão de crianças surdas. Aos poucos, auxiliando esses alunos que estavam matriculados na escola em que trabalhava, comecei a aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras) com os próprios surdos e com os professores especialistas. Paralelamente a isso, comecei a cursar a graduação em pedagogia já com intuito de voltar minha atenção para essa temática, pois já havia se tornado uma paixão para mim”, revela.
 
Glaucia conta ainda que após sua formatura, ela ingressou como professora em outra escola e se surpreendeu quando na sala de aula que tinha escolhido havia um aluno surdo. “Acompanhei o desenvolvimento dele durante toda a etapa da educação  infantil. Enfrentei dificuldades para ensinar o sistema de escrita em língua portuguesa para esse aluno e então comecei a fazer minhas especializações, justamente com o intuito de melhor ajudá-lo”, diz.
 
De acordo com ela, foi dessa maneira que surgiu a Unoeste em sua vida acadêmica e profissional. “O curso da Unoeste me ajudou na fluência em Libras e também na minha compreensão sobre a identidade e comunidade surda. Moro em Rio Claro, mas apesar da distância entre as cidades, tive ótimas referências da universidade através de ex-alunos conhecidos. Soube da excelente estrutura oferecida aos acadêmicos e isso me trouxe muita confiança. Tive excelentes professores, entre os quais eu destaco a professora Lais Benedetto e a professora Danielle Santos. Minhas expectativas foram superadas”, salienta. 
 
Para a coordenadora dos cursos de Pedagogia presencial e EAD da Unoeste, Dra. Danielle Santos, que além de professora, foi orientadora de TCC na especialização de Glaucia, o diferencial da ex-aluna foi sua grande dedicação e comprometimento com os estudos. “Ela já tinha uma vasta experiência docente na área, o que gerou reflexões sobre a prática e ensino da Língua Brasileira de Sinais no contexto das escolas de educação básica. Sabemos que a Lei nº 10.436 de 2002 garante que as escolas sejam bilíngues, mas temos um grande caminho a trilhar e trabalhos como este podem dar bons indicadores sobre como fazer”, comenta.
 
A coordenadora descreve o sentimento de ter contribuído para o sucesso de sua ex-aluna como uma sensação ímpar. “A nossa função, enquanto instituição formadora, é proporcionar aos nossos estudantes as melhores oportunidades de inserção no mundo do trabalho, continuidade dos estudos e tantas outras possibilidades que sonharem. Publicar um livro que contribui efetivamente para o campo da educação é a realização de um sonho e saber que tivemos uma parcela de participação em uma conquista tão importante como essa, dá a sensação de que estamos no caminho certo”.
 

Foto: Cedida

Futuro – Gláucia já sonha com os próximos passos depois do lançamento de seu livro e diz que pensa em dar continuidade aos estudos, inclusive com pretensão de ingressar no mestrado.  “Pretendo pesquisar e buscar por materiais didáticos/práticos que auxiliem os professores de todo nosso país a trabalhar com alunos surdos, facilitando o processo de alfabetização em Língua Portuguesa para eles”, conta.
 
Sobre o livro, ela espera que ele alcance pessoas dispostas a mudar a realidade da inclusão, não somente escolar, mas também social. “Meu objetivo maior é que a comunidade surda se sinta valorizada, acolhida e que as pessoas sintam o interesse em aprender Libras”, fala.
 
EAD – Sobre o estudo a distância, que tanto tem crescido no Brasil e que tem despontado como modalidade de educação que favorece a inclusão, a professora Dra. Danielle Santos explica que este é um de seus objetos de estudo como pesquisadora da Unoeste.
 
“No Brasil e no mundo, a EAD proporciona àqueles que muitas vezes não teriam a chance de obter um diploma ou realizar uma pós-graduação presencialmente, uma oportunidade de organizar seus estudos dentro da sua rotina de vida, independente de suas dificuldades. Ou seja, a quebra de barreiras físicas, temporais e espaciais é o grande fator de evolução dessa modalidade. No país cresce a cada ano o acesso a EAD, chegando a mais de um milhão e meio de pessoas, de acordo com a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED)”, revela.
 
Como tutora dos cursos de especialização em EAD da Unoeste na área de educação, docente e coordenadora de curso de graduação também nessa modalidade, ela observa o crescimento da universidade nessa área. “Torço muito e também busco colaborar constantemente para que possamos crescer juntos, e cada vez mais. Mas a Unoeste tem demonstrado constantemente, por meio dos resultados de avaliações externas e conquistas profissionais dos alunos, que a nossa educação é de excelência, independente da modalidade. Hoje temos cursos de graduação e pós-graduação em EAD bem conceituados e inserções dos nossos alunos da educação a distância na pesquisa, na extensão e em outras frentes da universidade”, finaliza.