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Doenças infecciosas atingem 1,97% dos privados de liberdade

Estudo com dados de 28 presídios do oeste e noroeste paulista resulta em artigo publicado em revista europeia


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Foto: Divulgação Doenças infecciosas atingem 1,97% dos privados de liberdade
Dentre mais de 37 mil indivíduos privados de liberdade, 741 foram diagnosticados com uma ou mais doenças estudadas

 

Estudo científico da Unoeste fez a avaliação da prevalência do vírus da Aids, hepatites, sífilis, tuberculose e suas co-infecções em população carcerária de 28 presídios das regiões oeste e noroeste de São Paulo.  Dentre mais de 37 mil indivíduos privados de liberdade, 741 foram diagnosticados com uma ou mais doenças estudadas, o que representou 1,97%. Percentual que pode estar abaixo da realidade, especialmente para sífilis e as hepatites B e C, deixando o entendimento da necessidade de melhorias nos diagnósticos.

Existem alguns motivos indicativos de haver desigualdade entre o apurado estaticamente e o que existe de fato, detectados pela pesquisa. Um é a limitação dos trabalhadores nas equipes de saúde no sistema prisional, assim como ocorre com os da área de segurança. Outro é o do médico do presídio ser generalista, sendo que o diagnóstico de várias doenças precisa de um especialista. Por fim, tirar o detento da cela e fazer o transporte até o especialista é uma espécie de operação de guerra. 

Problemas de saúde em sistemas prisionais têm sido preocupação mundial, o que desperta atenção para a pesquisa desenvolvida na Unoeste e publicada pela revista científica europeia BMJ Open Sciense, de grande impacto e visibilidade. Realizado pela médica cardiologista Charlene Troiani do Nascimento, com a orientação do médico infectologista Dr. Euribel Prestes Carneiro, o estudo compreendeu o levantamento de dados no período compreendido entre novembro de 2017 a outubro de 2018.

Os locais estudados são área de circunscrição da Coordenação de Unidades Prisionais do Oeste Paulista (Croeste), e duas regiões de grandes concentrações de presídios do estado que tem a maior população carcerária brasileira. A metodologia empregada compreendeu o levantamento de dados mediante questionário preenchido com informações por equipes de saúde de cada uma das 28 unidades prisionais, abrigando na época 37.947 encarcerados. 

A maior prevalência foi de portadores do HIV, o vírus da Aids, representando 0,68%. Na sequência: tuberculose (0,66%), sífilis (0,2%), HCV, o vírus da hepatite C (0,2%) e HBV, o vírus da hepatite B (0,04%), sendo que o HIV e a sífilis foram as co-infecções mais presentes entre os 741 privados de liberdade, com idade média próxima de 36 anos, indo de 19 a 91 anos e período médio de encarceramento de dois anos e sete meses. O estudo mostra ainda que apenas três mulheres fazem parte, o que mostra a predominância de homens nos presídios das duas regiões.

Foto: Cedida Dr. Euribel e a orientada Charlene com os participantes Fernanda, Rogério, Edilson e Danilo
Dr. Euribel e a orientada Charlene com os participantes Fernanda, Rogério, Edilson e Danilo

“O estudo demonstrou que o número de casos de doenças infecciosas em privados de liberdade das regiões noroeste e oeste de São Paulo está abaixo do esperado, especialmente para as hepatites e sífilis. Isso representa um desafio para a saúde dessas pessoas. Melhorias no diagnóstico, principalmente para redução da hepatite viral, são cruciais para benefícios aos privados de liberdade e da população em geral”, disse o Dr. Euribel.

O estudo fez parte do conteúdo da dissertação produzida por Charlene, no Mestrado em Ciências da Saúde, com a participação em iniciação científica do estudante Danilo Zangirolami Pena, da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp/Unoeste), onde a médica e seu orientador são docentes. Pelo mestrado em Ciência Animal, os envolvimentos são do professor médico veterinário Dr. Rogério Giuffrida e a mestranda, também médica veterinária, Fernanda Nobre Bandeira Monteiro.

Outros dois envolvidos são o Dr. Francisco Assis da Silva, vinculado à Faculdade de Informática de Presidente Prudente (Fipp) e Dr. Edilson Ferreira Flores, da Faculdade de Ciências e Tecnologias, campus da Unesp em Presidente Prudente (FCT/Unesp). O artigo “Prevalência e características epidemiológicas de privados de liberdade com doenças infecciosas em região com elevado número de presídios no estado de São Paulo, Brasil”, pode ser acessado pelo site da BMJ.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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