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Maior problema da leishmaniose visceral é no oeste paulista

Projeto de pesquisa financiado pela Nasa constata que a região tem a maior concentração do vetor da doença


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Foto: Arquivo/João Paulo Barbosa Maior problema da leishmaniose visceral é no oeste paulista
Dispersão da leishmaniose no estado de São Paulo foi estudada nos últimos quatro anos por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos

 

Enquanto problema mundial de saúde pública, a dispersão da leishmaniose no estado de São Paulo foi estudada nos últimos quatro anos por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos, em projeto financiado pela agência norte-americana de Administração da Aeronáutica e Espaço (Nasa). Mediante o uso de dados epidemiológicos e ferramentas computacionais foi possível constatar também que a maior concentração do vetor da doença do tipo visceral está no oeste paulista, enquanto a do tipo cutânea ocorre na região litorânea.

A leishmaniose visceral se espalha do oeste paulista para o Paraná e região central de São Paulo. A leishmaniose cutânea de expande do litoral para o Vale do Ribeira e região metropolitana da capital paulista, mas também possui foco no oeste paulista. O estudo é tão importante para se estabelecer políticas públicas de combate a doença que acaba de resultar na publicação de artigo científico em importante revista inglesa de epidemiologia e saúde pública: a Pathogens and Global Health.

Desenvolvido nos últimos quatro anos, o estudo envolvendo pesquisadores brasileiros e norte-americanos teve a coordenação do Dr. Elivelton da Silva Fonseca, ex-professor do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, pelo qual a Unoeste oferece mestrado e doutorado. O coordenador atualmente está vinculado à Universidade Federal de Uberlândia. Dentre as instituições brasileiras que estiveram envolvidas contam a Unoeste, Unesp e Instituto Adolfo Lutz.

Dos Estados Unidos estiveram envolvidos pesquisadores da Universidade do Estado da Louisiana (LSU), de Baton Rouge, a capital. O médico infectologista Dr. Luiz Euribel Prestes Carneiro, vinculado aos programas de Ciências da Saúde e Meio Ambiente na Unoeste, conta que a leishmaniose é um problema de saúde pública em todo o mundo, especialmente nos países de clima tropical e em desenvolvimento como o Brasil, que apresenta mais de 96% dos casos nas Américas.

Diz ainda que a leishmaniose é um grupo de doenças causadas por parasitas (protozoários intracelulares) do gênero Leishmania, que se manifestam como cutâneas/mucocutânea (CL/MCL) atingindo a pele ou mucosas como nariz, boca e garganta. A leishmaniose visceral (VL) é uma forma mais grave, que atinge diferentes órgãos, dentre eles baço, fígado e medula óssea, e que se não tratada e diagnosticada precocemente, pode levar a morte. 

“As doenças são transmitidas por vetores chamados flebotomíneos, conhecidos na região com o nome popular de “mosquito palha ou birigui” e vem se espalhando rapidamente no Brasil, particularmente no estado de São Paulo, sendo o oeste paulista o maior foco de crescimento da leishmaniose visceral na última década”, explica e conta que o estudo envolvendo brasileiros e norte-americanos teve o objetivo de entender e principalmente prever para onde e com que velocidade esses vetores estão se espalhando pelo estado de São Paulo.

“A pesquisa concluiu que esses vetores conseguem se adaptar facilmente entre as várias regiões e topografias do estado de São Paulo. Lutzomyia longipalpis, o vetor responsável pela leishmaniose visceral, tem maior concentração no oeste paulista, se dispersando em direção ao Paraná e região central do estado de São Paulo. Nyssomyia intermédia,o vetor responsável pela leishmaniose cutâneo/mucosa, tem grande concentração em toda área litorânea, especialmente no Vale do Ribeira e vem se espalhando do litoral para a região metropolitana de São Paulo, especialmente em áreas de florestas tropicais. Mas há também um foco desses vetores no oeste paulista”, diz.

Conforme Euribel, dentre os fatores climáticos que influenciaram essa dispersão para outras regiões estão a precipitação de chuvas, relevo e temperatura. “Um dado importante registrado foi de que em grande parte dos municípios onde havia vetores, havia também indivíduos apresentando a doença”, comenta. A leishmaniose cutâneo/mucosa foi encontrada em 475 de 546 (86,7%) das cidades. E a leishmaniose visceral em 106 de 645 (16,4%) dos municípios paulistas.

“Em várias regiões do estado foi encontrada uma sobreposição dos dois vetores, como na região do Pontal do Paranapanema, onde as duas doenças estão presentes. Esses dados podem ser usados por autoridades públicas para monitorar a dispersão e expansão dos vetores dos dois tipos de leishmaniose no estado de São Paulo”, diz e alerta: “Em tempos de pandemia de Covid-19, essas doenças estão sendo olhadas com menor atenção e medidas de controle deixadas em segundo plano. A tendência é de que dengue, leishmanioses, tuberculose e outras doenças tropicais tenham um grande aumento no Brasil”.

Além de Elivelton e Euribel, pelo Departamento de Emergências da Faculdade de Medicina da Unoeste; o artigo é assinado por Raul Borges Guimarães, do campus da Unesp em Presidente Prudente; José Eduardo Tolezano, do Instituto Adolfo Lutz; Moara de Santana Martins Rodgers, Ryan Harry Avery e John B. Malone, pelo Departamento de Ciências Patobiológicas da Escola de Medicina Veterinária de Baton Rouge, nos Estados Unidos.

Serviço: Acesso ao artigo pelo site.

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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