Apresentação

Os últimos anos foram marcados pelo surgimento de muitas ferramentas de edição gênica que revolucionaram tanto a ciência básica, quanto a terapia gênica (HU, 2016). Entende-se por edição gênica qualquer técnica que promova mudanças no DNA sob a forma de inserções e/ou deleções, ou até mesmo substituições nas sequências-alvo (MANGHWAR et al., 2019). Dentre as ferramentas mais utilizadas destacam-se o uso de nucleases do tipo dedo de zinco (ZFNs), nucleases efetoras do tipo ativador transcricional (TALENs) e, ultimamente, a ferramenta mais utilizada atualmente: CRISPR-Cas9 (do inglês, clustered regularly interspaced short palindromic repeats - associated 9 nuclease). Embora os ZFNs e os TALENs tenham sido amplamente utilizados (desde 2002 e 2011, respectivamente) para fins de edição gênica em células animais e vegetais, ainda existem algumas limitações que dificultam seu uso efetivo (TANG et al., 2017) A especificidade do ZFN é bastante limitada e frequentemente introduz mutações fora do alvo desejado. No mais, técnicas que empregam ZFNs e TALENs consomem tempo e são muito trabalhosas (PUCHTA, 2017). Atualmente, tais ferramentas estão sendo substituídas pela técnica de CRISPR/Cas9, menos elaborada, mais barata e de fácil execução técnica. O sistema CRISPR/Cas9 consiste basicamente em uma proteína chamada Cas9 e uma sequência de RNA guia (sgRNA) de aproximadamente 99 nucleotídeos, cuja mecanismo é baseado na resposta imune adaptativa de Streptococcus pyogenes SF370, contra infecções por bacteriófagos (LIANG et al., 2015). Desde a sua descoberta, a ferramenta CRISPR/Cas9 vem sendo aprimorada e os resultados obtidos, sobretudo no campo das doenças monogênicas, são surpreendentes. Diversas proteínas desse sistema foram desenhadas para melhora de seu desempenho e, atualmente, no caso da Doença Falciforme. Nesse trabalho utilizaremos um sistema Cas9 de alta fidelidade (HiFiCas9/RNP), uma metodologia que entrega diretamente à célula a proteína Cas9 recombinante já précomplexada com a sequência de sgRNA. A entrega de RNP resulta inicialmente em um alto nível de edição do genoma, seguida por um rápido declínio, e isso resulta em uma edição altamente eficaz e com baixíssima probabilidade de efeitos fora do alvo (OTEs, em inglês). Desde o ano de 2019 o governo americano tem autorizado alguns estudos clínicos que testam a ferramenta CRISPR/Cas9 no tratamento de diversos tipos de câncer, HIV e distúrbios hematológicos (LEDFORD, 2020). Por essa razão, o emprego de HiFi Cas9 RNP mostra-se o mais adequado e promissor, com possibilidades reais de translacionar nossos achados para uso em humanos, a fim de obter a cura definitiva da Doença falciforme.
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